segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Um Conto de Natal (atrasado)

Todas as histórias de Natal já foram escritas, cantadas, narradas ou mesmo dançadas (vai saber como). É fácil chegar a essa conclusão apenas dando um passeio por ai ou assistindo à sessão da tarde. Ainda assim é possível entre uma lembrança e outra conhecer alguma.

Charles Dickens é um mestre em falar de pobreza como algo bonitinho (quase miguxo). Talvez isso aconteça por causa do ofício de jornalista que ele exercia, mas até hoje essa influência não foi provada. No entanto, apesar de trabalhar no que trabalhava, ele é um autor de estilo e originalidade raras. Seu conto de Natal é uma prova disso.

Mesmo no tempo de Dickens, todas as histórias de Natal já estavam escritas, a sessão da tarde apenas as atualizam de acordo com o período. Seu Conto narra o sonho de Natal de um velho ranzinza chamado Scrooge (Isso mesmo, o tio Patinhas).

Na véspera de Natal, Scrooge é visitado pelo fantasma de seu antigo sócio, que o alerta de um ultimato que o velho ranzinza receberá. O ultimato é a visita de três espíritos, o Espírito do Natal Passado, o Espírito do Natal Presente e o Espírito do Natal do Futuro. Eles mostram ao velho o que ele fez, o que ele vem fazendo e como terminará. Scrooge é tocado pela mensagem dos espíritos e muda completamente sua vida.

É um conto bonitinho e meigo, no entanto consegue ser duro e cruel quando necessário, coisa que só Dickens poderia fazer. E deixa uma forte mensagem de mudança. Melhor que qualquer livro de auto-ajuda, Um Conto de Natal de Charles Dickens é um bom texto para se ler em qualquer época. Sua mensagem independe de épocas, afinal sempre há tempo para mudanças.

.....


Falando em mudanças. Lá se vai mais um ano. Espero que 2008 seja um ano melhor e que me traga muito mais dinheiro, surpresas e felicidades! E quem sabe dessa vez eu não ganhe na loteria...

Ah sim, e aos fantasmas que vierem por aqui, podem pegar um pouco desses votos emprestados.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Coisa que nunca vou entender

Por que mulheres usam salto alto no centro da cidade? O que levaria uma pessoa em plena consciência escolher se equilibrar num fio alto e pegar um ônibus sambando em direção a um lugar onde o mais raro será encontrar uma superfície plana? Vai entender...

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

The Hitchhiker's Guide to the Galaxy

Esse comentário demorou a sair, mas agora vai. Ficção científica é algo chato, não é? Isso é um fato. É chato de doer e é raro que algum autor de ficção científica consiga sair do mundo 'nerd'. Mas ai vem a dúvida: como um livro chamado O Guia do Mochileiro das Galáxias pode ser algo bom?

Simples. Apesar do nome declaradamente nerd, este não é um livro de ficção científica. Claro que há elementos disso nele, como ETs e naves espaciais, mas esse não é o ponto do livro. Aliás, pode-se dizer que este é um livro sobre nada e é justamente por isso que é bom.

No primeiro capítulo, a Terra explode e de lá só sobra um ser humano que não pode fazer nada em relação a isso. Basicamente, é um livro sobre a história de Arthur Dent, o último homem do universo, e de como ele passa por uma série de situações improbabilíssimas para sobreviver. Claro que isso leva ele a perceber que está num esquema muito maior, mas que sua presença nele é puramente acidental.

Até ai temos um livro comum do gênero. Para variar, é nos detalhes que encontramos a genialidade do livro. Ele foi criado originalmente como um programa de rádio. Dai quando foi adaptado nota-se que o Douglas Adams tem habilidade em produzir imagens e sons com as letras; as vezes o livro parece até um roteiro de rádio agradável de se ler. Descreve só o necessário e dá muito espaço aos diálogos rápidos. Isso deixa o livro leve e capaz de ser lido numa tarde.

Outro ponto positivo do livro é que ele sempre traz surpresas ao leitor. A página seguinte é sempre um mistério, a não ser que você espere sempre os absurdos mais improváveis. Há muito o que se falar nele, mas ai seria um spoiler atrás do outro.

No mais vale muito a pena a leitura e dou destaque ao capítulo dos pensamentos da baleia. Este é simplesmente genial!

sábado, 24 de novembro de 2007

Viagem sentimental a Petrolina e Juazeiro

Petrolina
A seca no litoral pernambucano me forçou a pegar um pau-de-arara cheio de estudantes bêbados, que haviam secado o estoque de álcool da capital e buscavam mais no interior, e me dirigir ao interior do estado. Após 12 horas de estrada e apenas 2 de sono, vimos aquilo que foi o objeto de nossa viagem. Nos quatro dias que passei tentando atingir meu sonho de América no sertão deu para notar algumas coisas na cidade:
- O sol não tem a menor moral lá. 40 graus na cara, clima seco, empoeirado e nenhuma gota de suor. Bom para se manter limpo, não fosse a poeira.
- O shopping de Petrolina tem três passos de interior. Todo esse espaço é preenchido pela nata petrolinense, que envolve patricinhas, mauricinhos, posers e crentes. Todos mui bem produzidos para ver os dois filmes em cartaz nO cinema da cidade.
- Singrei os sete mares do velho Chico, observando a vida marinha e o acasalamento das piranhas. Algumas tentaram acasalar com a tripulação, mas felizmente conseguimos aportar antes.
- Pude conhecer uma vinícola de perto e ver a vida de turistas idiotas e velhos no seu habitat natural. Lá também posso dizer que experimentei de tudo um pouco (exceto dos turistas, claro).
- Também vi que Petrolina é um péssimo lugar se você quiser se vangloriar de seu sotaque. Todo mundo tem o sotaque de algum lugar por lá. Os gaúchos falam como gaúchos, os baianos como baianos e os cariocas como os chatos que são. Só os petrolinenses de fato falam sem sotaque, mas estes são uma espécie em extinção.
- Visitei o Bodódromo. Local onde não um bode.
- Vi a maior concentração de mangueiras urbanas na face da terra. Cada casa tem pelo menos três.

E por fim voltei no mesmo pau-de-arara. Mas dessa vez os estudantes não suportaram a dor de ter seus sonhos despedaçados com o sumiço do álcool de Petrolina.

Mas ainda há duas importantes coisas para falar sobre a outra dádiva do São Francisco. Mas esta fica do lado baiano.

Juazeiro
- A cidade tem dois prédios com ótima vista para Petrolina.
- Lá há placas de bairros como placas de ruas. Weird.

.....

ps: Há que se agradecer a família que recebeu este chato que escreve forma como se fosse rei quando na verdade era um retirante.
pps: Para variar, como em qualquer viagem, fico com a sensação de que perdi alguma coisa. Mesmo sem ter perdido nada.
ppps: Como promessa é dívida e disso eu corro: Um beijo gostoso, Cris.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Pra não passar em branco

Hoje foi o dia da consciência negra. Por algum motivo aleatório, houve folga em diversos estados. Muita gente leva a sério esse dia de pensar naquilo que deixou sua consciência pesada.

ps: tão ruim esse. Mas é só pra dizer que logo haverá um Petrolina Tales por aqui.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Mais educação

Amanhã vai rolar uma audiência pública muito interessante na assembléia de pernambuco. Vai ser discutido um projeto de lei que basicamente vai transformar as escolas públicas estaduais naquilo que realmente são: lixões.

A idéia é simples. As escolas passarão a ser pontos de coleta seletiva, o que não será problema já que todas são ricas em infraestrutura. O lixo acumulado vai servir para ser vendido e gerar renda para ser aplicada em projetos educacionais pelas próprias escolas. Me pergunto se eles poderão vender alunos para servir de mão-de-obra em algum país com ditadores legais.

O resto do projeto consiste em ensinar os alunos que não forem vendidos a se tornarem catadores. Eles ganharão prêmios da secretaria de educação por lixo catado, mas por motivos de auto-estima, esses prêmios serão chamados de créditos acadêmico ambientais. Esses créditos poderão ser trocados na reitoria invadida mais próxima de sua casa.

sábado, 20 de outubro de 2007

Minipeça de acordo com a futura lei politicamente correta

- Sérgio, eu te amo!
- Paulo... eu não sou gay.
- Então vá preso! Você está me oprimindo seu maldito preconceituoso!
(Polícia aparece e leva Sérgio)

.....

Gays do Rio decidem que é necessária um lei para tornar crime a discriminação sexual. Aparentemente, este domingo eles se reuniram aos milhões no Rio para se agarrarem e posar para as câmeras, como alguma forma estranha de protesto. Isso tudo só para tornar a hipotética situação de cima verdadeira. Vai saber onde isso vai dar...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Stardust

Como o companheiro Jack reclamou que eu não falei do filme bem, aproveito agora pra falar: Stardust é do caralho. E seja quem estiver lendo isso aqui agora, vá ver o filme! E evitem a sessão dublada.

Aproveitem e leiam o livro que deve ser muito bom também. E não se incomodem com o lado macho de Robert de Niro.

domingo, 14 de outubro de 2007

Domingo eu quero ver

Muito me impressiona ver como o pessoal que faz promoção de filmes transforma isso:
In the sleepy English countryside of decades past, there is a town that has stood on a jut of granite for six hundred years. And immediately to the east stands a high stone wall, for which the village is named. Here in the town of Wall, Tristran Thorn has lost his heart to the hauntingly beautiful Victoria Forester. One crisp October night, as they watch, a star falls from the sky, and Victoria promises to marry Tristran if he'll retrieve that star and bring it back for her. It is this promise that sends Tristran through the only gap in the wall, across the meadow, and into the most unforgettable adventure of his life.
Nisso:
"Um conto de fadas mal comportado".

.....

Aproveitando para um ps: o filme é mó bonitinho e bem feito. Mas cuidado para não entrarem na sessão dublada. Estará cheia de crianças sem entender o filme e rindo do Robert De Niro. Mesmo assim vale a pena ver e rever.
Aproveitando para um pps: o filme acabou me deixando muito curioso em relação ao livro. Então até devo adquiri-lo e colocá-lo em alguma posição de destaque na minha infinita pilha de 'livros a ler'.
Aproveitando para um pps: só pra constar, estou falando de Stardust do Neil Gaiman.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Eu, educador

Fui me divertir vendo os sete erros que os pais cometiam ao brincar com as crianças. Esperava ver coisas como: ser super-protetor, ser violento, ou abusar sexualmente das crianças. Mas até que houve algumas surpresas boas na lista. Mas é claro que as más sempre vêm junto.

Um dos erros era ser 'sexista'. Bem, isso não é erro, é fato. Tratar um menino com bonecas e jogo de chá é que é errado. Ser sexista é uma necessidade, caso contrário terminaremos com uma geração de homossexuais que vai destruir a classe média quando morrerem.

Outro erro era 'ficar ansioso'. Para a pedagoga da Folha, é normal que o seu filho seja mais burro que a filha do vizinho; então aceite! Não. Não é normal e se seu filho é mais burro que o filho da vizinha, então ele é simplesmente burro e tem que ser cobrado. Caso contrário vai virar um preguiçoso e vai fazer direito em universidade paga, classe C.

Mas agora vem as surpresas. Apontar que os adultos em sua maioria querem ser donos da brincadeira é de fato um erro. Só me lembra aquele pessoal chato que fica animando festas e fazendo as crianças correrem loucamente de um lado para o outro sem motivo algum. Burn them!

Mas o que mais me surpreendeu foi considerar o 'ser politicamente correto' como um erro. Se o pestinha passar horas brincando de briga, deixe! Isso faz parte do desenvolvimento dele seu pai gay e cheio de frescura! Com isso só espero um dia ver um desses pequenos gritando: "Aquecimento global é o caralho! Eu quero é espada laser!".

terça-feira, 9 de outubro de 2007

The Great ol’ Sherlock

Você entra em sua casa sem ser convidado e sequer pensando em cerimônias. Senta a sua frente e cruza as pernas, pedindo que a outra visita saia. Ele o observa com um pouco de tédio entre seu cachimbo e seu jornal e diz que tudo está bem como está. Em seguida diz:

- Só me parece óbvio que você tenha torcido o pé hoje pela manhã quando andava a cavalo pela região de Liverpool; seja ateu; advogado; é canhoto; e que tenha vindo armado até minha casa. Além disso não posso dizer mais nada.

De quem falo em meu breve relato mal elaborado? Ora, de Sherlock Holmes, claro. E obviamente tenho que deixar mais claro ainda que Sir Arthur Conan Doyle faz uma passagem como essa acima, a diferença é que a dele é milênios melhor que a minha. Mas não poderia deixar de citar a capacidade de observação do melhor investigador da literatura mundial (e estava com preguiça de procurar a passagem para trazer spoilers).

O interessante é que mesmo em contos e em romances, Conan Doyle consegue explorar o investigador de forma nova, criativa e (por que não?) foda. Ah, isso mesmo, foda! É o melhor adjetivo para Sherlock.

Afinal um investigador que tem a melhor capacidade de observação existente, é bem informado, sabe se disfarçar e atuar, tem posses, mora só por opção e que investiga por puro prazer só pode ser alguém no mínimo interessante. Suas histórias são narradas por seu único amigo, o doutor Watson, que ao contrário do banana que os cinemas passam, é alguém culto que sempre se impressiona com o quão foda seu amigo é. E apesar de tudo é alguém humano, que calcula todos os riscos que poderá passar e não sai se arriscando com um ego à prova de balas.

O que deixo aqui não é exatamente uma resenha ou uma crítica, mas um convite à leitura deste clássico. Mas não quero agir como a MTV que manda você desligar a tv e ler um livro com atchitchude. É melhor ler um livro com relatos impressionantes e soluções racionais, porém fantásticas. Portanto volto a enfatizar: saia deste blog e vá ler Sherlock Holmes! E nada de frescura em pensar que basta ver um filme ou saber sobre ele na wikipedia. Os livros desse personagem são únicos!

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Utilidade pública

Se você quer navegar pela internet e ainda manter a saúde de seus olhos, então ai vai uma dica muito útil (o corretor ortográfico marcou em vermelho a última palavra e apontou como correção: "fútil". Coincidência??): Evitem sites japoneses.

Eles quase sempre são sites de sacanagem produzidos por gordinhos que usam óculos e franja sobre os olhos. Quando não o são, você com certeza vai notar que o conceito de "visual clean", não está nem perto de chegar no Japão. Aquelas letrinhas estranhas fazem um site alemão parecer simpático. E quando conseguem deixar um site limpinho, aparece uma foto ou uma imagem que deixa tudo muito assustador.

Keep away from that, pelo seu próprio bem.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Trivialidades pra variar

E de repente vendo o site meter, notei que alcancei a visita número 5.000. E foi alguém que procurava algo (provavelmente sério e chato) sobre a "vaidade no livro de dorian gray". Pelo 0 segundo que a visita durou, acho que a pessoa notou que não há seriedade por aqui. Mas se não há seriedade, pelo menos que haja coisas legais (pena elas serem difíceis de achar).

Mas ai vai uma que me tenta a escrever algo sobre Final Fantasy 7. Por enquanto só vai o vídeo.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

um final-de-semana pela manhã

Por algum motivo aleatório e desconhecido, a torcida começou a gritar: "Ah, sou brasileirô; com muito orgulhô; com muito amôoooooôr!". Seria completamente normal em competições de vôlei, se não fosse o fato daquela ser a final entre o Rio e o Osasco, lá no Ibirapuera. Fiquei tentando imaginar quem seria mais brasileiro que quem nisso, mas sem muito sucesso. Só achei uma definição quando o Rio venceu e suas jogadoras, pelo mesmo motivo aleatório e desconhecido, começaram a gritar "Brasil!". Ai ficou fácil de entender que brasileiro é quem vence e quem torce. Weird...

...

Outra curiosidade dessa final é que ela passa todos os finais de semana na Globo. Hoje foi o Torneio Internacional, próxima semana será a Copa Brasil, depois deve ser alguma Liga Brasileira, até o último confronto lá pelo natal: a Quase Liga Internacional Brasil de Vôlei. Mas o amistoso Rio x Osasco para dia 30/12 já está confirmado. Não percam!

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Só pra não ficar calado

Hoje vi um armário largado em um canal. Agora entendo porque os canais transbordam vez por outra. Coisas de Brasil.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Falta do que fazer gera pobreza (intelectual) - 2ª Edição

Em uma tarde entregue a Final Fantasy 7 e a Cervantes, ainda me sobrou tempo para pensar: "ei, por que não ler algo cult?". Três frases foram o suficiente para desistir disso pelo resto de minha vida. Não entendo porque esses so-called cults reclamam tanto dos nerds. Chuva de enciclopédias britannicas neles!

Só para assustar, ai vai o pedaço que me fez desistir e o link pra quem quiser se arriscar:

"A desconstrução derridiana não pode ser explicada em poucas palavras. Apenas como introdução, lembremos que Derrida qualificou a cultura ocidental como "logocêntrica", isto é, baseada num racionalismo que pretende ser universal. O filósofo a "desconstrói" procedendo a uma leitura crítica dos textos de nossa cultura, em busca dos pressupostos metafísicos em que esta se assenta, revelando suas ambigüidades, contradições e não-ditos".

http://revistacult.uol.com.br/website/news.asp?edtCode=3A4F02C2-6887-4DCB-BC36-894C6EFC6B44&nwsCode=AC95C27C-D227-4743-975F-9A828AE631D0

.....

A leitura de Dom Quixote e o choro do Garoto Singelo acabaram me levando a pesquisar um pouco mais sobre Tirant lo Blanc, um livro que é citado por Cervantes somente como: "the best book ever". Mas logo descobri que o livro tem umas 900 páginas e é formado por diálogos imensos. Isso esfriou um pouco minha busca, mas como o cara da resenha na livraria cultura já fez a porra do favor de contar toda a história, pensei que não faria mal assistir o filme, se houvesse. Só pra fazer pose mesmo.

Mas foi nessa busca que descobri algo assustador. Existe um filme sim de Tirant e é recente, 2006. Mas... olha a classificação da película no imdb:
"Lesbian / Hero / Epic / Adultery / Topless / Teenager" e mais...

Um herói épico lésbico sem camisa e pegando a mulher jovem dos outros. Uma capa completamente sugestiva. E uma Istambul como cenário. Tudo para ser um sucesso entre os filmes de arte europeus (pornografia é arte por lá ou é o inverso?).

Quando eu ficar rico, dedicarei alguns meses a essa obra. A não ser que alguém faça um outro filme para o qual eu possa levar meus pais sem ficar constrangido.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Imbecilidades (porque às 5hrs da manhã, ninguém produz nada)

Acordei de manhã e fui direto ao espelho. Quando vi a minha imagem, disse: "Fiat Barba!'. Mas a barba não foi feita. Penso que eu deva revisar o meu latim um pouco para funcionar...

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Letras e Artes e estágios - Parte Final

Dessa vez não tive como fugir. Lá estava eu feliz e alegre quando o cruel destino me colocou diante do mesmo clube de terceira idade (mas esse tinha um outro nome, acho que era União Brasileira dos Escritores, mas não lembro). Dessa vez foi pior, pois o homenageado estava vivo e com isso ficamos na obrigação de entrevistá-lo. Seu nome era Olímpio Bônald (o que me levou a uma quase irresistível vontade de chamá-lo de Donald. Mesmo assim não consegui falar o nome dele corretamente, pois era impossível pronunciar da forma que ele pronunciava). Mas voltando, ele era professor, procurador, escritor, técnico, poeta, pintor, músico e mais algumas coisas. Isso nos levou a um momento impactante da entrevista que tentarei reproduzir (por favor, tirem as crianças e os indies da sala):

- Como o senhor se define? Um escritor? Um poeta?
- Meus amigos me chamam de poeta indefinido. Pois fiz trabalhos dentro de tantas áreas que é até difícil me definir em algo específico.
- Mas o senhor prefere qual definição?
- Gosto dessa.

Foi publicado como "professor", já que esse é o único de seus trabalhos que é remunerado. Isso me deixou curioso em porque essas pessoas gastam para publicar coisas com as quais ninguém se importa. Mas isso nem é um pensamento importante, pois as pessoas tem todo o direito de fazer isso afinal. Só não acho que esses trabalhos tão cheios de importância tenham todo esse destaque dentro desses clubes. Mas esse é mais um mistério da indecifrável raça humana. Mas chega desse tema, que já deu mais do que já tinha que dar. Enquanto isso eu sigo lendo o meu Cervantes, que me parece num nível beeem superior.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Letras e Artes e estágios

Em uma de minhas primeiras missões externas fora de nossa pequena sala de Tv fui apurar alguma coisa uma sexta ou segunda (agora não lembro bem) cultural da biblioteca. O evento contou com a leitura de cordéis, contos, crônicas e poesias de autores desconhecidos que jamais vão ficar famosos. Mas ainda lembro que o evento contava com um café da manhã que desapareceu nas bocas e nas bolsas das madamas presentes no local.

Com todos alimentados, finalmente pudemos seguir com a programação. Era a hora da homenagem a um grande poeta paraibano, que escreveu três livros e ficou conhecido como o Poeta das Gardênias, William Ferrer, que não tem (nem terá) verbete na wikipedia. Foi mais ou menos nessa hora que eu descobri que a grande virtude desse poeta, além de cantar as noites e as gardênias, foi dirigir a Academia de Letras e Arte do Nordeste. Descobri também que estavam presentes vários poetas e escritores dessa academia. Mas o que me deixou surpreso foi a existência dela.

Só contando com membros esquecidos e que comemoram a venda de 1.000 livros após uns 10 anos de publicação, a academia apenas serve de clube da terceira idade para quem escreveu um diário ou algum garrancho na parte de trás do caderno. Ainda bem que saí correndo de lá antes de encontrar alguém que tivesse um blog. Minha mente pura não consegue imaginar o quão hediondos devem blogs de escritores completamente obscuros e nordestinos.

...

Enquanto pesquisava algo sobre a existência dessa academia para fazer a matéria ter mais de 3 linhas, acabei descobrindo que ela não é um caso ímpar. Parece que todas as cidades têm clubes de terceira idade para esses velhos escritores. Ainda bem que eles só mantém isso para eles. Ia ser ruim se o governo os descobrisse e forçasse nossa pobre juventude a conhecê-los.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Casablanca

Até pra imitar ou se basear em algo é preciso um pouco de qualidade. Imagine transformar o Bogart na pele de um indiano e o Rick's Cafe sendo um restaurante indiano com alguma vaca pastando lá dentro. Agora imagine o Louis Armstrong ser algum tailandês e a segunda guerra no Sudeste asiático. Pior que isso só se a história envolvesse o combate ao poderoso e influente governo do Sri Lanka.

God Damn it, parece que tudo isso e muito mais vai ser verdade pelas bandas de lá. Já ouço a trilha sonora, o cheiro de incenso e um preto-e-branco fake. Bem que poderiam deixar os clássicos como clássicos; intocáveis.

Fonte:
http://cinema.uol.com.br/ultnot/2007/08/08/ult26u24594.jhtm

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Obrigado, jeeves!


Título auto-explicativo. Para Wodehouse não é preciso comentários, apenas adjetivos: sagaz e engraçado. Um livro para se ler numa tarde só.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Ditado de minha avó proibido por lei

"Preto quando pinta é porque tem três 'vez' trinta".

Confesso que nunca vou entender, mas que é proibido, é. Agradeço ao Spike Lee com seu 'Do the Right Thing' por me lembrar dessas coisas que estavam num passado remoto.

domingo, 15 de julho de 2007

Retrato de Dorian Gray

Um jovem tocado pelo pecado da vaidade pára diante de seu próprio retrato e se encanta com tanta perfeição. Por um segundo ele percebeu a injustiça que era o retrato permanecer com toda aquela beleza enquanto ele envelhecia e murchava; por que não o contrário? O desejo foi atendido e eis que temos o Retrato de Dorian Gray, um jovem com o ar de inocência da juventude, olhos azuis, cabelos encaracolados e lábios entreabertos. Puro, até ser envenenado por palavras.
Mais do que a história de um homem que não sofre as marcas do tempo, este livro é uma história de um homem que pode ver sua alma. As ações que marcaram sua vida, seus pecados, seus vícios, seu caráter estava todo marcado na obra-prima que seu amigo Basil pintara. Ele, melhor que ninguém, podia julgar-se ao ver seu próprio retrato.
Dorian vê sua alma se perdendo aos poucos por causa da influência do Lorde Henry e de um livro que ele lhe dera; um livro de pecados, não horríveis ou repulsivos, mas fascinantes e sedutores. Seu amigo Basil tenta salvar-lhe a alma, mas o orgulho e a vaidade eram escudos impenetráveis a qualquer moralidade. Nem mesmo o amor pôde salvá-lo, mesmo tentando mais de uma vez e sob diversas formas. Para Dorian Gray não poderia haver redenção.
Original, Belo e perfeito. Uma obra-prima da literatura inglesa, tanto que nos faz perdoar os excessos de boiolagem de Oscar Wilde e deixa os desenhistas muito confusos na hora de retratar o retrato, ou o próprio Dorian, como constatou o Gussie. Ah, Dorian “time is jealous / time is pain”.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Quem é John Galt?

Atlas Shrugged não é o nome correto desse livro. Os tradutores realmente foram muitos felizes ao não chamar esse livro de “Atlas Sacudindo os Ombros”, ou de outras combinações mais bizarras, por causa da tradução de um verbo não-usual. Mas deixando essas bobagens de lado, podemos notar que o livro é grande obra logo de cara. Qualquer pessoa que consegue escrever algo de 900 páginas e fazer alguém traduzir tudo é obrigada a fazer um trabalho decente.
Ayn Rand realmente fez um bom trabalho. Bem, pelo menos até 2/3 do livro, que é onde encontramos o ápice. De lá em diante, vai caindo de rendimento até um desfecho pouco impressionante. Talvez isso não prejudicasse tanto o livro e ele ainda pudesse ser uma obra além de grande, bela. Mas o excesso de moralismo e uma caricatura plena de todos os personagens acabam condenando o título à mediocridade. Mas vale notar que é uma mediocridade bem melhor do que a média. Ele ganharia um C+ com setinha para cima nas mãos de algum professor que não entenda algo subjetivo como números.
Mas voltemos ao livro. Os personagens são apaixonantes no começo. Provavelmente eu me cairia de paixão por Dagny Taggart (principalmente se ela for a Angelina Jolie). É uma mulher forte, decidida e independente, além de linda. Mas eis que surge Hank Rearden também forte, decidido e independente, além de lindo. E Francisco d’Anconia: forte, decidido e independente, além de lindo (mas esse tem o plus de fazer tudo melhor do que qualquer pessoa). E por ai vai, até chegar ao John Galt que é o top dos tops.

Isso são as caricaturas dos personagens. Existem três modelos nessa obra: os fodas (são bons em tudo e mantém o mundo funcionando por milagre), os médios (são bons, mas não o suficiente para manter o mundo funcionando) e por fim os saqueadores (que são gordos, feios, moralmente errados, preguiçosos, violentos, medrosos, e blá blá blá). Isso realmente vai cansando no decorrer da história de tal forma que qualquer personagem diferenciado que apareça nos atrai.

Isso é o mendigo que representa o ápice do livro. As vinte páginas dedicadas a esse personagem já dariam um livro, além de ser um dos melhores discursos. É genial. Ele salva o livro de um quase fracasso. Além disso, é um dos poucos discursos que surgem na hora correta. Ayn Rand parece gostar de discurso e os coloca nos lugares mais indevidos, como numa festa de ricaços ou em uma rádio.
No mais, até vale a leitura, mas valeria muito mais caso tivesse 400 páginas a menos.
Falando em discursos, pulem o de John Galt!
ps: numa pós-leitura desse post andei notando que só falei mal e desestimulei a leitura, querendo de alguma forma salvá-lo com uma frase. O livro tem boas descrições (destaco as partes de Hank Rearden; são lindas), bons diálogos e até uma boa história. Além de ser legal. Isso normalmente bastaria para ler qualquer coisa, mas... 900......

domingo, 8 de julho de 2007

Lição de Jornalismo da Band

Fernando Fernandez, repórter da Band, entrevistando Alexandre Gallo, técnico do Internacional:
“O que o senhor achou na escalação do Corinthians?”
Fernando Fernandez, repórter da Band, entrevistando Eurico Miranda, cartola e eterno presidente do Vasco:
“O senhor acha que o Corinthians se preparou bem para a séria A deste ano?”
Fernando Fernandez, repórter da Band, entrevistando bombeiro em resgate:
“O que você pensa do Corinthians?”
Fernando Fernandez, repórter da Band, entrevistando açougueiro ilegal que despejava sangue de abate em rio pernambucano:
“Você acha que o Corinthians deve querer o Carlos Alberto de volta?”
Fernando Fernandez, repórter da Band, entrevistando o Senador Renan Calheiros:
“Depois de duas derrotas consecutivas, o senhor considera o Corinthians em crise?”
Fernando Fernandez, repórter da Band, entrevistando Presidente Lula:
“O senhor acha que bastaria o Corinthians para o Brasil vencer o Pan?”
Fernando Fernandez, repórter da Band, entrevistando Kofi Annan:
"O senhor acha que o Corinthians pode chegar ao mundial deste ano?"
Fernando Fernandez, repórter da Band, entrevistando um Marciano:
“Como você assiste aos jogos do Corinthians?”

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Atendendo a sugestões...

É. Não morri, não caí, nem mesmo tirei férias. Aliás, tudo muito pelo contrário. Agora sou um rapaz honesto e trabalhador exercendo um cargo público de extrema importância: um estágio. Assim as postagens devem ser mais freqüentes já que eu terei algo sobre o que falar. (ou não...)

Wish me luck, pals!

sábado, 9 de junho de 2007

Direito de Resposta

Não resisti quando li o companheiro de sinucas e usualmente amigo, Jack, falar sobre Piratas do Caribe em seu último post e decidi fazer um "direito de resposta" por aqui. Não que exista de fato um direito, mas entenda que é um comentário do tamanho de um post que não merecia ficar numa caixa de comentários.

Para começar, vamos em cima do estilo. Piratas do Caribe é um filme de humor ou fantasia infanto-juvenil, certo?

Errado. Ele é de um gênero bastante conhecido de filmes, mas pouco famoso como gênero: Swashbuckler. A wikipedia tem um explicação legal ao termo como também uma lista de personagens famosos e autores famosos dentro desse estilo.

Jack Sparrow não é um gênio do humor, mas ele interpreta perfeitamente um Swashbuckler. Alguém que enrola mais do que briga. Que se acha o tal mesmo sem fazer nada de espetacular. E que abusa da boa vontade de todos para continuar vivo. Vamos dizer que só faltou o "buckler" (um pequeno escudo redondo que era fixado no ante-braço oposto ao da espada) para ele ficar completo. Levando em consideração isso: sim, Jack Sparrow é genial, como também o são alguns outros personagens do filme.

Mas vá lá. Ele pode não ter um enredo tão bom assim. E também procuro entender até agora porque precisavam do sangue do cara para quebrar a maldição, no primeiro. Mas deixando isso de lado, dá até para achá-lo um bom filme. Se não, pelo menos um verdadeiro filme de Swashbucklers.

terça-feira, 5 de junho de 2007

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Já que o tema da semana é suicídio, ai vai um vídeo bobo, mas legal (e que gustavo já deve ter visto há seis milhões de anos e blá blá blá).

É tão difícil se matar? Veja que para alguns é.

ps: marco também meu aprendizado em postar vídeos (*clap! clap! clap!*)

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Ministro à japonesa

http://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2007/05/28/ult729u67759.jhtm

Se todo ministro brasileiro seguisse esse exemplo, quando fosse acusado de roubalheira, aí sim a PF seria "canalha". Mas só para os políticos, pois o povão ia gostar.

terça-feira, 22 de maio de 2007

Lendo por que?

Adoro quando me perguntam por que eu estou lendo algum livro. Normalmente, essas perguntas são acompanhadas de uns: "é para a universidade?" ou um "é para sua formação?". Acho engraçado como boa parte das pessoas não conseguem conceber o fato de que existem pessoas que lêem por prazer e que mesmo assim conseguem manter vida social. Como se estes fossem algum tipo de extraterrestes ou coisa do tipo. Normalmente quem faz esse tipo de julgamento é capaz de andar por aí se vangloriando do fato de nunca ter lido um livro (nunca entendi porque alguém se orgulharia de algo assim).

Voltando: Leitura não é causa de anti-sociabilidade, muito menos de inteligência. Essas são duas lendas. Ninguém fica mais inteligente porque lê. No máximo vai escrever um pouco melhor por observar estilos e palavras com uma freqüencia maior que os outros. Mas inteligência é algo inato que pode ser aprimorado através do estudo, mas nunca nascendo deste.

Também não creio que alguém vá deixar sua vida social pela companhia dos livros. Se deixar, é porque o ciclo social dessa pessoa deve ser tão entediante que vale mais a pena ficar em casa lendo José de Alencar e Raul Pompéia enquanto sente convulsões suicidas por causa da leitura. Mas é provado estatisticamente que esse número de pessoas tende a zero.

Leitura é um bom passatempo; nada mais. Principalmente num domingo à tarde ou num sábado solitário, quando a nossa excelente programação se digladia por 3 pontos de ibope. Chego a pensar que os livros sejam espécies de concorrentes desleais da tv, mas logo lembro dos preços pouco agradáveis e do número reduzido de bons autores. Não há o que Gugu e Faustão possam temer nessa ameaça.

ps: note-se que me refiro à literatura e não aos livros acadêmicos. Estes caem do nível de passatempo ao nível de total perda de tempo. Mas podem ser úteis como auto-ajuda se você pensar em escrever algo e notar que há sempre alguém pior que você escrevendo sobre nada por ai, além de ser aparentemente sendo reconhecido por isso.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Boo Boo, gentlemen!

Um dia Daniel Defoe acordou e disse: "ei! Vai que isso é verdade! Afinal são pessoas de reputação imaculada e cuja honestidade não se pode duvidar. Só pode ser verdade". Assim ele juntou um grupo de contos reais e alguns que achou divertidos, porém falsos em um pequeno livro com nome bem sugestivo: Contos de Fantasma.

Os fantasmas são os mais diversos possíveis. Vão desde gasparzinhos camaradas às representações do próprio diabão pregando peças em inocentes e culpados. Particularmente gostei mais da história de Hind, o quase Robin Hood (só não distribuía o que roubava entre os pobres), recebendo um aviso light do malvadão. Light, mas suficiente para fazer o meliante encher as calças e a pensar na sua vida.

Aliás, a polícia deveria usar aparições no combate ao crime e na manutenção da justiça. As aparições inglesas parecem ter um know-how extenso no assunto que poderia nos ajudar. Mas infelizmente aparição no Brasil só de bicho da selva e daquelas coisas que "baixam" nas pessoas pra beber, fumar e dançar. Essas não ajudam muito. Nisso que dá viver num país onde até mesmo os fantasmas são subdesenvolvidos. Mas chega de viagem!

Enfim não há muito o que dizer. Apenas que vale a pena perder 30 minutos lendo (é impossível demorar mais, exceto em casos de analfabetismo), pois o livro é mui bonzinho.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Sobre desistências e economia e outras coisas.

Acho engraçado como eu faço um meme de livros absurdamente ruins que eu jamais deveria ler e só percebo esse tipo de coisa depois de tentar lê-los. Queria ter aquele radarzinho super-sensível que evita o toque aos livros ruins. Infelizmente no meu caso só funciona o de capas e isso enche minha pilha de "livros a ler" de coisas com qualidade duvidosa, como Asimov ou autores nacionais ruins (entenda-se a minoria de 99%).

Mas depois de críticas severas do garoto gelado que não tem papas congeladas na língua, decidi tomar uma postura em relação aos livros. Nada mais de perder tempo, que é escasso, com bobagem. Ler somente o necessário e o promissor. Portanto vou jogar o Habermas da biblioteca fora e queimar aquelas referências de livros em francês com títulos de mais de uma linha. Agora é questão de Atitude com Azão!












.....

Falando em Azões, andei me arriscando em conhecer um pouco mais dos fundamentos da economia austríaca moderna em um livro de mesmo nome, que consistia numa compilação de ensaios de alguns autores. Felizmente havia um cara legal (M. Rothbard), que foi bastante educativo quanto a proposta do livro, além de falar mal com razão das econométricas. Particularmente amei a explanação dele sobre a moral no liberalismo e quando ele fala ele fala nos axiomas.

Não tão felizmente, mas ainda válido, havia um cara chato que escrevia bem (I. Kirzner) que soube falar dos fundamentos mesmo sem acreditar em alguns deles. E também foi meio sem noção ao tentar refutar um fundamento com um exemplo que só fazia prová-lo. Desconfio que ele seja comunista para argumentar dessa forma.

E infelizmente havia um chato que escrevia mal, errado e paranóico (L. Lachmann). Com esse apliquei a minha Atitude e não suportei mais que duas páginas (eu sei que eu deveria ter desistido só de olhar, mas desistir já na segunda página pode ser considerado um progresso quando se fala de uma pessoa que só desistiu de O Ateneu na metade).

Havia uns outros lá de contribuição insignificante e que não merecem comentários. Só gente pegando carona no livro dos outros.

No mais é um bom livro que só pode ser encontrado em bibliotecas na sessão de "leitura de fim de tarde" ou de "durante aulas", pois é rapidinho. Mas talvez haja alguma versão online, sei lá. Ai vai o nome no original para quem quiser procurar: The Foundations of Modern Austrian Economics.

.....

Para quebrar o gelo, ai vai um vídeo engraçadinho de vaquinhas que Gustavo deve dizer que é antigo e que mais da metade da rede já conhece.

Também vai um manual de bebedores que é muito educativo e deveria ser regra nas escolas, digo, nos bares (o qual Gustavo também deve conhecer e vai me chamar de desatualizado ou de sem graça porque ele é crente e não bebe).

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Esse é ruim mesmo, mas nem me importo


Chove lá fora. Ainda bem. Carro fechado. Desembaçador ligado. Um abafado infernal. Tão abafado e tão infernal quanto as buzinas lá fora. Por que todos eles se incomodam tanto comigo? Só vou roubar-lhes um minuto de suas vidas no máximo. E nesse mesmo máximo, posso estar salvando a vida de alguns e matando outros. Tudo é um monte de possibilidades mesmo.
Por exemplo: qual era a minha chance de passar no semáforo amarelo? Zero. Mesmo assim passei porque não dava para parar. O que é uma mentira, pois dava, minha pressa me levou a me arriscar. Agora me arrisco a sofrer uma multa e a sujar o nome de meus ancestrais. "Mamãe vai bem?". "Vovozinha criou, né?", devem estar gritando lá fora. Já conheço os xingamentos. São normalmente os que faço quando estou do outro lado.Por que estava com pressa mesmo?h sim. Pegar os meninos na escolar e levar para o médico. Eu deveria ter pensado num motivo mais nobre para sofrer uma multa. Tipo, salvar o mundo ou simplesmente minha avó com parada cardíaca. Correr da polícia era uma boa também, apesar de não ser nobre.Nobreza é uma coisa que está em falta no trânsito. Tenho certeza que se estivesse numa Inglaterra, o máximo que me aconteceria seria a aproximação de um senhor de postura perfeita, numa farda azul quase negro e bigodes volumosos dizendo: "O senhor está cometendo uma infração e atrapalhando a vida dos outros usuários do trânsito. Por favor, seja um gentleman e não repita mais esse ato terrível. Aqui está a sua multa, obrigado".Mas não. Estou no Brasil. Já vejo uma figura com bucho de chopp, farda cor de barro seco e bigode ralo e desigual. Já vou deixando a carteira no banco do passageiro. Logo terei que consultá-la mesmo. É tudo questão de costumes e práticas. Mas que diabos?! Essas paradas forçadas levam a gente a pensar em cada besteira!E o pior é que ainda vou me atrasar.ps: outro teste do Office.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

O Livro das Fábulas


Bem, dessa vez vou começar pela imagem e pelas descobertas que ela me trouxe. Desde que recebi algumas visitas atrás de capas de Saramago, ando colocando as capas de livros que ando lendo. É até bom para ver a colocação do livro no mercado e algumas considerações sobre eles. Ou então só para descobrir o quão desconhecido é o livro, como aconteceu no caso do livro de um carinha lá da federal. Ele praticamente não existia na rede. Mas isso já era esperado.

No entanto não esperava que essa capa ai do lado fosse trazer o mesmo problema. Afinal, tratava-se de Hermann Hesse, o grande autor de Sidarta, O Lobo da Estepe, Demian e mais outros merecedores de top ten (minto, top five) para qualquer um. É claro que qualquer livro desse cara tem que ser famoso.

Mas não. Estava errado. Quando achei esse livro sujo e empoeirado numa estante cheia de livros sujos e empoeirados na casa de minha avó, fiquei eufórico. "Nossa! Um Hesse! É meu!". E levei esse mais outros livros que ainda vão aparecer por aqui vindos daquela estante cheia de livros sujos e empoeirados. Mas vou fazer o possível para eles aparecem mais limpos, ou ao menos menos sujos.

Mas voltando: estava errado. Fui nas grandes livrarias e não achei nem o verbete desse livro. A busca "Hesse+Fábulas" trouxe-me tudo menos ele. Até que arrisquei-me em outras línguas. A primeira em que achei algo próximo foi a dos nossos irmãos que diferem de nós apenas nos actos (ou seria nos factos?). Em uma editora portuguesa existia três livros de contos, inclusive contos que Hesse escreveu com 10 anos de idade. Link pra quem quiser gastar. Mas nada desse livro ai de cima.

Então desisti de tudo e fui no google procurando agora na língua da amazon "hesse+fables". Finalmente a amazon surge com a capa e o livro por uns 10 doláres. Não sei nem se eles sabem que livro é ou se existe lá apenas a foto. Mas que era Fairy Tales, era. E a Capa também não mente. Ela representa a história de "O Anão", a melhor na minha opinião.

O livro é a reunião de vários contos e quase nenhuma fábula. Muitas tratando do tema religioso e de uma moral quase sempre inevitável (tudo bem, são fábulas...). Mas ficar lendo a história de santos que quase se perdem por causa de pãezinhos com gosto de surpresa, não é lá muito minha praia. Aliás nem gosto de praia.

Mas o livro é muito bonitinho e encantador. Mesmo os santos, os históricos e os inventados, são personagens interessantes que nos fazem torcer a seu favor. O único personagem que reamente achei odioso, foi a esposa de um fazendeiro que o seqüestrou e o mandou para índias orientais como marinheiro semi-escravo, só porque ela o achava gordo. Ela merece raios na cabeça.

Uma coisa legal é que Hesse em pelo menos três momentos faz contos sobre o fazer dos contos. Dá margem até a algumas idéias de como ele fez esse livro e de como ele não poderia ficar de outra forma. É a obra de um mestre. Está no meu top five, ganhando posições a cada livro que leio.

Além disso, este livro realmente merece a leitura (se você conseguir encontrá-lo em uma estante sujo e empoeirada na casa de sua avó).

Ai vai uma pitada:

"- Vossa senhoria deve ter um pouco mais de paciência. Uma boa história é como uma boa montaria. A caça brava vive escondida e é preciso armar emboscadas e ficar de tocaia horas e horas a fio, na boca dos precipícios e florestas. Os caçadores mais apressados e impetuosos afugentam a caça e nunca obtêm os melhores exemplares. Deixai-me pensar..."

sábado, 14 de abril de 2007

Tender is the Night


Macia é a noite. Nome de novela mexicana do SBT. Já em inglês o nome é muito mais forte e sonoro. Tender is the night. Com um sotaque carregado alemão ficaria ainda mais sonoro, Tenderrrr issss der neeit!

Antes de falar do livro propriamente dito, preciso dizer que ele me leva a dois insights. O primeiro é derivado do nome. Não conseguia deixar de ouvir Strangers in the Night quando o lia. No ônibus, na chuva, no carro, no avião, na cama, no chuveiro, onde eu lia o livro, começava logo a tocar a música na voz de Frank Sinatra. Ela se encaixa bem ao livro, mas não exatamente. O segundo insight já vai mais no livro e mais no personagem central, mas antes é preciso dizer algumas coisinhas.

Nas primeiras trinta páginas somos bombardeados por nomes, lugares e descrições que colocam esse início quase do nível do Senhor dos Anéis. É um começo chato até você perceber que a narração está em Rosemary Hoyt, uma atriz recém-famosa, e até esta frase surgir:
"He looked at her and for a moment she lived in the bright blue world of his eyes, eagerly and confidently".
A partir daí a história muda e muito. Primeiro porque Rosemary não é a personagem central, mas é aquela que causa a mudança no Dick Diver, um jovem doutor psicanalista que sofre uma verdadeira metamorfose até o fim do livro. É ai onde tenho o meu segundo insight. Dick Diver, com um nome desses ele é exatamente aquilo que o nome sugere, de forma bem pevertida. Mas isso era um comentário desnecessário, whatever...

Desnecessário o caramba! Isso é a essência do livro e essa é a necessidade do personagem Rosemary. Ela surge para mostrar o quanto o casal Diver era lindo, perfeito e amável. Todos os amavam. Principalmente a Dick, que surge como o primeiro promoter per si da história. Não era a riqueza que os atraíam, pois todo mundo é no mínimo podre de rico no livro, mas sim a personalidade do casal. Sua capacidade de solucionar problemas e de se infiltrarem na mais high society como se ela fosse um jardim de infância. É, eles podiam fazer isso.

Como trama, Dick, Nicole e Rosemary estabelecem um triângulo amoroso que consome toda uma relação perfeita. É o que alimenta a transformação de Dick. Esse amor que ele sabe que não pode dar a Rosemary e que é incompleto para Nicole. Isso o consome até o terceiro volume, dedicado a ele.

Os três volumes que compõe o livro poderia ser vistos assim:
1 - O brilhante casal Diver na sua magnitude, visto por Rosemary.
2 - Instrospecção em Dick, o psicanalista, e as razões de sua mudança.
3 - O triste casal Diver e a queda de Dick, visto por vários.

Chamem-me de spoiler, mas fica bem claro no livro que toda essa agitação do entre-guerras. Uma agitação bem norte-americana, mais ou menos o período em que eles percebem que não são mais ingleses e que começam a se achar algo mais que eles. Tudo sai bem natural, bem ao modo de que não poderia ser de outro jeito por mais que você torça.

No mais, vale as horas de leitura e para variar aconselho a versão inglesa, pois até o francês e o italiano soam mais natural nelas. Fora Fitzgerald gosta de escrever alguns sotaques esquisitos, mas reais. Claro que ele faz de forma legal e não como muita gente por ai que acha o máximo escrever "jaum" e "naum".

Algumas citações para dar um gosto, vão do modo que estavam no livro:

"I want to give a bad party. I mean it. I want to give a party where there's a brawl and seductions and people going home with their feelings hurt and women passed out in the cabinet de toilette. You wait and see".

"See that little stream - we could walk to it in two minutes. It took the British a month to walk to it - a whole empire walking very slowy, dying in front and pushing foward behind. And another empire walked very slowy backward a few inches a day, leaving the dead like a million bloody rugs. No Europeans will ever do that again in this generation".

"It sound nonsense to me."
"Maybe it is, Dick. But, we're a rich person's clinic - we don't use the word nonsense..."

Meanwhile he had projected a new work: An attempt at a Uniform and Pragmatic Classification of the Neuroses and Psychoses, Based on an Examination of Fifteen Hundred Pre-Krapaelin and Post-Kapaelin Cases as they would be Diagnosed in the Terminology of the Different Contemporary Schools - and another sonorous paragraph - Together with a Chronology of Such Subdivisions of Opinion as Have Arisen Independently.

terça-feira, 10 de abril de 2007

anônimo

Atendo o telefone
- Gostaria de falar com a "sua mãe" (na verdade, ele disse o nome dela, mas nome de mãe deve ser protegido sempre)
- De onde fala?
- Da Comissão de Energia Nuclear.

OH! Minha mãe é uma fuckin' terrorist! Agora entendo porque ela não gostou de 300.

domingo, 1 de abril de 2007

Testando o Office 2007

Isso aqui vai mais como um teste para esse novo Office legal e bonitinho que a Microsoft fez. Até agora a única falha encontrada foi o preço. Com isso não há inclusão digital que dê certo.



Mas vamos falar mal um pouco da Globo e da Xuxa, que são duas entidades malignas entre os adeptos das artes sócio-acadêmicas. Sinceramente cada vez mais a Globo piora a sua seleção para a sessão X da Xuxa e os novos desenhos que começarão em Abril também prometem uma ruindade sem igual. Ok, eu exagero, nem todos os que já passaram por aquela sessão são ruins. Desses, eu retiraria:


Bob Esponja: um pop mundial; se chegou na Globo é porque o sucesso era garantido. Quase como um Simpsons. Só que um pouco mais quadrado.


Danny Phantom: Um achado interessante da Globo. Um menino que ganha poderes de fantasmas e vai tendo problemas em controlá-los para poder vencer diversos adversários fantasmas. O que é interessantes é que de fato todos os fantasmas são poderosos de um certo modo e todos oferecem um certo desafio ao Danny e seus amigos. Bom achado...


Jackie Chan: O melhor desenho já encontrado pela Globo. Constituído por quatro ou cinco sagas, envolvendo muita magia, artes marciais e personagens marcantes como o Tio "Mais uma coisa!", a Jade "Dã ã" e o próprio Jackie.


Além desses teria aquele das Espiãs, mas o problema é que depois de três episódios ele se torna chato...


Agora o que ninguém mais agüenta ver é Power Rangers de novo, nem animes censurados (Dragon Ball). Pelo amor de todos os deuses, desistam deles Globo! Desistam deles crianças! Até os japas desistiram de produzir seriados estilo Power Rangers, porque os produtores deles não aprendem também?


(ps: Sim! Funciona! Só preciso aprender a editar agora...)

terça-feira, 20 de março de 2007

Raise High the Roof Beam, Carpenters and Seymour: An Introduction

Pra cima com a viga, moçada e Seymour: uma introdução são dois contos que compõem um livro estranho. Basicamente o primeiro tem um título que não faz o menor sentido. Trata do casamento de Seymour e todas as confusões que decorrem delepor parte de seu irmão Buddie. É uma história sobre o Seymour, mas sem a sua aparição. Um livro meio estranho com um grupo meio louco que discute sobre Seymour e sobre o passado dele e de sua família. Foram sete irmãos gênios na infância e isso aparentemente os deixou meio estranhos para com o mundo.

Uma curiosidade desse primeiro conto é que todos os irmãos tiveram oportunidades de estudar e se formaram, aparentemente, mas apesar disso três deles pelo menos (Seymour, Buddie e Booboo) entraram no exército por algum motivo não muito bem esclarecido, mas parece que foi por opção própria. Sinceramente não entendo porque alguém que estudou qualquer coisa entraria no exército por opção própria, mas releva-se. Eram tempos de guerra.

Já Seymour: uma introdução é uma outra história sobre Seymour sem a sua aparição contada novamente pelo seu irmão Buddie. Só que desta vez ela ganha um caráter de ensaio sobre Seymour. Chamem-me de conservador, mas fazer ensaios sobre irmãos não é lá uma atitude normal. Mas até que aparecem umas frases legais e umas viagens interessantes. Mas nada digno de citação.

Enfim, não acho que essa minha introdução a J. D. Salinger foi muito produtiva. Deveria ter procurado uma edição decente de Catcher in the Rye (Apanhador no campo de centeio) mesmo. Pelo menos esse me disseram que é bom.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Para medir desse jeito, nem precisava...

A Medida das Saudades é um livrinho escrito por Geraldo Pereira, médico e professor, que parou no tempo e considera uma coisa surpreendente as facilidades de um computador, apesar de achar mais romântico o velho manuscrito. Enfim coisas que só podem ser vistas em livro de Editoras Universitárias...

É realmente muito chato quando algum conterrâneo seu consegue espaço para publicar algo por meio da editora universitária e aproveita isso para fazer um livro de crônicas de jornal. Pior, é um livro de crônicas sobre um passado do qual apenas uns fósseis restaram (okay, não vamos ser tão exagerados. Mas é preciso fechar os olhos e ter uma boa memória para se lembrar daquilo que ele fala). Pior, alguém deve ter dito que o primeiro texto estava bem escrito e acabou forçando o autor a fazer todo o resto igual. Ou pior, achar que "dez bolas de soverte a um real/ tragam a vasilha / tragam a vasilha / é o sorveteiro barateiro" é menos poético e pior sonoramente que um "xeeeeeeeeeeeeera / olha a macaxeira boa". It makes me sick.

Mas tudo bem, há sempre algum regionalista bicho-grilo cheio de saudades que lê jornal esperando ver essas coisas do passado deles, ou que pelo menos eles acham que foi deles. Boa leitura para esses.

Que venha Fitzgerald ou Hesse!

sábado, 3 de março de 2007

Clássico Over Rated?

Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho são bons? São. Mas não é metade do que dizem por aí. Sem dúvida é uma viagem muito louca para lugares onde a ordem é o que não tem ordem(ou seria o contrário?). Há também muitos personagens muito caricatos, como o Chapeleiro Maluco, a Rainha descabeçadora, o Gato que ri e desaparece e por ai vai. Personagens que ficaram famosos, aliás, pelo belo filme que a Disney fez, misturando um pouco os dois livros, mas seguindo no geral o enredo de O País das Maravilhas.

As imagens e cenários são tão caricatos que parecem que foram pensados, anotados e no fim compilados numa mesma história sem continuidade. O que vale é a loucura. A loucura da imaginação da menina mais centrada com 7 anos que irá existir. Ela faz jus aquela história que dizem: "Os ingleses já nascem velhos". Eu diria que Alice nos seus 7 anos tem pelo menos uns 15.

No fim, toda a viagem sobre loucura, mudanças pessoais e identidade termina num sonho... talvez o fato de tudo ser um sonho fruste nossas espectativas de que tal lugar maravilhoso exista, mas creio que poucas pessoas sonham de forma tão fantástica como Alice. Penso que ai esteja o tchan da história.

Como foi dito em Orgulho em Preconceito: "Solte as rédeas da sua fantasia e entregue-se à sua imaginação, para vôos mais arrojados".

Já Através do Espelho é um pouco diferente. Ela entra no Espelho e acorda na frente do mesmo. Toda sua aventura através do espelho não é um sonho, mas também não deixa de ser um. É como se por um segundo ela tivesse vivido horas naquele país do lado de lá.

Também há muitos personagens caricatos. Como o Cavaleiro Branco e o Humpty Dumpty, entre outros. Mas dessa vez o roteiro é mais linear. Ela vai atravessando um tabuleiro de xadrez até chegar na oitava casa, onde Alice é coroada. Claro que é um tabuleiro muito louco que de repente sai mudando as formas e os lugares. Mas Alice sai acompanhando as mudanças, ao contrário do primeiro livro, onde ela quer mudar para atingir certos fins.

Mas chega de introspecções e filosofias. Basta saber que são dois livros muito loucos, que ficam entre o bonito e o engraçado. Um clássico infantil, sem dúvida. Mas talvez não seja tão infantil assim. Vale a pena ler e reler.

ps: Aconselho a versão inglesa, pois Lewis Carroll faz muitos trocadilhos que se perdem na versão portuguesa. Fora as músicas e os poemas que são impossíveis de se transferir em rima e verso. O parte do Humpty Dumpty mesmo, perde totalmente o sentido se trazida ao português. Enfim, é um clássico da literatura inglesa e como tal ele deve ser lido em inglês. Quem não souber, aprenda para ler.
pps: Por que eu disse que eles não são nem a metade do que dizem? Porque tem gente que simplesmente idolatra esses livros. Eles são bons, mas não merecem idolatria. Ou seja, roubando a expressão do garoto singelo, ele é well rated.

Citações:
- Alice's Adventures in the Wonderland
"All right," said the Cat; and this time it vanished quite slowy, beginning with the end of the tail, and ending with the grin, which remaind some time after the rest of it had gone.

"If you knew Time as I do", said the Hatter, "you wouldn't talk about wasting it. It's him".

- Through the Looking Glass
The Red Queen shook her head. "You may call it "nonsense" if you like." she said, "But I've heard nonsense, compared with which that would be as sensible as a dictionary!"

"It's a poor sort of memory that only works backwards," the Queen remarked.

And certainly the glass was beginning to melt away, just like a bright silvery mist.
(qualquer semelhança com Matrix, não é mera coincidência)

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Diretor X do Rubem Fonseca


Ele chamou Orson Welles de ignorante. Não, ele fez mais que isso. Ele disse que o bom de Orson Welles era sua ignorância sobre o cinema. Nada demais, mesmo assim foi dito de forma legal, por isso é bom. O Diogo Mainardi poderia ter dito isso, porém foi outro brasileiro que o disse no fim dos anos 80.

Rubem Fonseca conta em "Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos" (parece nome de ensaio de filósofo alemão, não?) as histórias de um diretor medíocre sem nome que se involve do tráfico de jóias até o tráfico de livros. Não, não é um livro sobre tráfico. Na verdade é interessante ver como o diretor X está pouco se importando para as ameaças que sofre e apenas fica pensando em algum escritor judeu soviético morto. E olhe que ele é um garanhão de novela das oito, daqueles que com um olhar tranformam a Sibéria em Copacabana.

O livro envolve uma porção de comentários sobre o cinema zuando uns e elogiando outros. Parece bastante com aulas de cinema de Centros de Artes e Comunicações que proliferam com o Brasil. Claro que nessas aulas os cinéfilos não passam de um "sabe hiroshima mon amour? Poisé, já vi". Isso me lembra que Rubem Fonsecar também não sai dessa superficialidade. Mas penso que ele seja melhor que o aluno cinéfilo barbudo.

No mais têm umas paradas de sonhos muito viajadas. Sonhos sem imagens, embora tenham cor e tudo, mas não imagens. Também há as pausas para roteiros mostram o que certamente não vai acontecer, mas de uma forma que ficaria legal num filme trash qualquer.

Yo! Vale a pena gastar tempo lendo esse.
Citações para dar um gosto:

"Tenho aqui no bolso uma caixa cheia de pedras preciosas que eram de uma mulher que foi assassinada; meu apartamento foi assaltado e mataram o porteiro; um sujeito sinistro de capa anda me seguindo, mas não estou pensando em nada disso."
"Está pensando em quê?"
"Num escritor se considerar o mestre do silêncio."
"Quer falar sobre ele?"
"Quero."

Sonho: Um vento fresco desmancha os ralos cabelos grisalhos do homem. A mulher se esconde do vento, mas não da luz da manhã que rutila nos brilhantes espalhados pelo seu corpo. "Que foi isso?", pergunta o velho acordando da sua modorra. "Foi um cachorro, senhor", diz o motorista. "Matamos um cachorro?" "Não pude evitar, senhor." A mulher diz: "Feche a janela, ligue o ar refrigerado". "Isso é que é o ruim de ser velho", pensa o velho, olhando para trás, através de lágrimas, "cheio de dinheiro e choramingando por um cachorro morto."

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Blindness

Ensaio sobre a cegueira nos cinemas. Mais um filme feio e sujo. O livro é bom por causa de Saramago, mesmo assim é visualmente feio. Agora o Fernando Meirelles vai fazer um filme sem o Saramago e só com as partes feias. Filme de cegos... sei não, hein. Não há bom restrospectos sobre eles.

Outro ponto é que mal dá para imaginar o livro sem a língua portuguesa. Ele será em inglês, a língua (das ocidentais) que certamente menos se adapta ao estilo do escritor tuga. Nisso que dá fazer uma co-produção Japonesa-Brasileira-Canadense... fico imaginando quando for passar dublado na sessão da tarde do Japão. Vai ficar no mínimo estranho.

Vamos esperar pelo resultado agora.

links:
Notícia da Globo.com
IMDB

Ah, a capa do livro para todos os que vem aqui procurar.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

É Carnaval

Saldo atual do meu carnaval:
- Alguns reais a menos
- Algum álcool a mais no sangue
- Menos cerveja, vodka, vinho, cerveja de novo, Jurubeba e coisa estranha de pêssego no mercado.
- Um corte profundo no indicador ao falhar em tirar aquele aro de metal de uma lata de cerveja.
- Uma infecção feia em outro dedo por não cuidar dela a tempo
- Um dedão roxo por causa de uma cadeira dentro da piscina
- Zero ressaca
- 1 livro quase lido
- 1 anime inteiro assistido
- Alguns telefones a mais
- Alguma memória a menos
- Mais coisas a serem editadas mais tarde

ps:
- Mais dores de cabeça não-alcoólicas
- Mais "Eu deveria ter dito..."
- Mais "Eu não deveria ter dito..."
- Mais "Nunca mais eu bebo!"
- Mais problemas.

tsc, que carnaval cruel!

pps:
- Mais um filme. Ai vai uma quote:
Reginald Fleming 'R.J.' Johnston: Words are important.
Pu Yi, at 15: Why are words important?
Reginald Fleming 'R.J.' Johnston: If you cannot say what you mean, your majesty, you will never mean what you say and a gentleman should always mean what he says.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Novo Blogger e coisas a parte

Visualmente mais feio e cheio de curvinhas anos 90. Bom retrocesso para o blogger. O que é uma pena já que o google sempre foi bonitinho com os designs.

Ops, mas sempre me esqueço que tenho de pensar nos leitores, mesmo que só haja 1. Neste caso eles não vêem o que eu vejo; e quanto a isso só posso dizer que não perderam nada. Então vamos ao uso.

.....

Voltei as leituras numa nova era Mises. Talvez fosse melhor voltar a uma seriedade depois de todo um peso da era Saramago. O primeiro da lista foi The Ultimate Foundation of Economic Science, que segundo o prefácio teria sido o último desse monstro liberal.

Basicamente este livro é um ensaio contra o positivismo e contra o empiricismo, levando totalmente de grátis e sem custo adicional o socialismo, claro. Ele mostra por A mais B mais C mais D mais Etc, porque a economia enquanto uma ciência humana não pode ser entregue àqueles que só conseguem ver o mundo por sensações já existentes e que não conseguem pensar nem aceitar um axioma. Todo a priorismo é falso para esse povo e é por isso que o monstro liberalista cospe pedras e chamas em todos eles.

No mais destaco um capítulo curto, mas muito legal de nome "Reality and Play". É uma definição muito bonitinha e ilustrada da teoria dos jogos. E até surpreende por nem refutar, nem atacar, era como se Mises dissesse nesse capítulo "Olha só que estranho!".

ps: Decidi colocar umas quotes do livro:

"When I once expressed this opinion in a lecture, a young man in the audience objected. "You are asking too much of an economist," he observed; "nobody can force me to employ my time in studying all these sciences." My aswer was: "Nobody asks or forces you to become an economist"."

"There is no concious response of man to any stimuli that is not directed by understanding".

"Whereof one cannot speak, thereof one must be silent" (citando Wittgenstein).

"They simply passed over the fact that men are not angels" (sobre os anarquistas).

"... an institution whose essential function is the employment of violence" (sobre o governo)

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Fim de um Tempo

Finalmente dei fim ao final de minha já finda fase Saramago, com o saldo de 5 livros terminados e 2 desistidos. Ou seja, 7 livros lidos. Só tenho alguns comentários quase rápidos a fazer sobre os dois últimos e assim não devo citar Saramago por um bom tempo. Eu sei, eu sei, mas vou tentar.

Ensaio sobre a Lucidez leva-nos a pensr sobre o título durante toda a leitura algo do tipo: "É esse mesmo o título? I wonder". Até que é um bom livro, tem todo o estilo Saramago de ser e dá um ponto final no Ensaio sobre a Cegueira. A idéia é imaginar o que aconteceria se 83% da população votasse em branco e como aqueles que tem o Estado na mão (notadamente os do Partido de Direita) reagiriam à situação. Aparentemente o único que tem problemas com lucidez é o Ministro do Interior que praticamente declarou guerra à população. Mas todos vão se apercebendo dessa falta de senso até o final, que, por sinal, não é feliz. O ensaio sobre a Cegueira é visualmente triste e sujo, já este Ensaio sobre a Lucidez é moralmente sujo, eu diria que chega a ficar imundo, mas sempre no plano do poder, claro. Comunista demais pro meu gosto.

O Evangelho segundo Jesus Cristo poderia ter como subtítulo: Um Jesus como nunca se viu. Bom para a sessão da tarde nos dias santos. Após 2000 anos de cristandade e mais uns 100 de pós-modernismos fica difícil fazer algo legal com uma história tão cansada. E ainda por cima o livro é imenso demais para meu ócio criativo.

Agora Lewis Carroll que me aguarde.

.....

Um aviso aos navegantes:
Nunca mais escrevo a palavra pedofilia por aqui. Ela só tem atraído tarados de diversas regiões do globo. A esses gostaria de aconselhar que há muita sacanagem com mulheres perfeitas pela net (e você ainda escolhe o tipo: se negras, asiáticas, louras, morenas, ruivas e por ai vai). Portanto que tal deixarem as criancinhas em paz? Isso é muito feio ouviram?

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Com anos novos sem Sadam e com proibições de Youtube no Brasil, acabo notando que há algo errado aqui também. Por Zeus, só falo de livros e de Saramago por aqui! Viram? Minha intenção era não passar nem perto deste nome e olhe como ele me sai naturalmente. Preciso me vigiar.

Além dessa autocrítica vai uma outra crítica bobinha, mas legal que vi por aí:

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Triste Ano Novo

Ano novo, caneta nova. Pena não poder levar essa metáfora aos blogs (afinal nem metáfora isto é). Por aqui devo dizer algo tipo "ano novo, fonte nova" e é só por isso que hoje usar essa fonte brega. Mas não é sobre isso que eu iria falar.

O caso que deu nome a este post foi uma decepção que me foi dada por Saramago. Depois de muita euforia com Intermitências da Morte e com a Jangada de Pedra, tive a infelicidade de escolher Ensaio sobre a Cegueira para dar continuidade à minha fase Saramago de leitura. Triste escolha. Não é que o livro seja ruim, pois ele é um autor de qualidade tanto em conteúdo quanto em estética (mas há o bagulho das vírgulas, é verdade), mas é um livro triste, sujo e desesperador.

O Mal Branco que levou o país à cegueira, levou as pessoas ao estágio de animais. Isso mesmo, de forma diferente, Saramago acabou se rebaixando ao nível de Jack London (cuspe ao chão) com o seu Call of the Wild. Ele nos dá vontade até de refletir e assistir palestras pseudo-filosóficas promividas por DAs. Eca!

Para se redimir de tal crime à sua carreira, foram precisos muitos livros bons, ou pelo menos alguns excelentes. Por enquanto Todos os Nomes vem me recuperando de tal abalo pela excelência que possui. Pense num funcionário de um grande arquivo público (bem aos moldes do FMDO de os Aspones) que possui um complexo de burocratização ou de sei lá o que mais. Tente pensar no que ele é capaz de fazer por... nada.

Esse sim não deixou meu ano novo tão triste. Ah, e também a caneta que além de nova é boa (coisa rara, hein).

.....

Gostaria de Solicitar 1 minuto de silêncio pela morte do maior estadista moderno do Oriente Médio: Sadam Hussein. Com sua conduta e mão forte, este homem permitiu a criação de milhares de obras cinematográficas que animaram as sessões da tarde de milhões de brasileiros durante as décadas de 80 e 90. Certamente foi uma grande perda para a indústria cultural norteamericana.

.....

Um ps do post anterior que omiti por omissão. A contra-capa deixa bem claro que a pessoa que a fez leu apenas 15 páginas do livro, pois Charles Bingley não vai pensar nem em orgulho muito menos em preconceito. Ele também não é o protagonista, motivador talvez, mas não protagonista, posto defendido por Mr. Darcy que de fato faz as reflexões propostas pelo título de Jane Austen. Ah, Mr. Darcy, como as pessoas se enganam a seu respeito!

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Natal com Jane Austen

Muitas autoras brasileiras fazem a credibilidade das escritoras cair por terra. Clarice Linspector e Cecília Meireles lembram tudo aquilo que deveria ser esquecido pela literatura. Mas vá lá, ainda têm um pontinho devido à vanguarda modernista, ou melhor, a vanguarda tem um ponto, elas não. Nem tudo que é novo é bom.
Uma demonstração dessa verdade é o livrinho que li de Jane Austen. Ela já é bem velhinha, ao ponto de já não estar mais entre nós já há alguns anos, já o livro é mais novo. É um daqueles livros brancos de coleção da Abril Cultural que pode ser encontrado em qualquer lar largado pelos cantos mais diversos da casa. No meu caso acabei achando-o por trás de uma fileira de livros mais antigos, agora como ele foi parar lá certamente daria um romance. Mas voltando ao ponto, coisa da qual eu não deveria ter me afastado, Jane Austen é velha e é ao mesmo tempo boa. Melhor do que boa até, ela consegue ser ótima com uma história apaixonante de um clássico amor liberal inglês do século XVIII (ou seria XVII?). Penso que muitos autores de novela até hoje se contorçam de ódio a Jane Austen por ela ser tão melhor do que eles. Por causa disso a já citada coleção da Abril Cultural entrou com uma relativamente nova contra-capa do livro que levaria até o melhor leitor a desistir do intento de lê-lo. Aqui vai, mas não se frustem por causa desse pequeno mal exemplo de contra-capas:
“A permanência de Charles Bingley no pequeno condado Hertfordshire causa inquietação entre as moças solteiras da região. Rico e refinado, Charles é uma espécie de futuro marido ideal para as famílias locais. Apaixonado por uma jovem de origem modesta, seus sentimentos são contraditórios: oscilam entre o Orgulho e Preconceito de sua classe social. Retratando a vida provinciana no século XVIII, Jane Austen conseguiu criar um clássico da literatura inglesa”.

Não é preciso dizer porque Jane Austen merecia algo melhor. Será que não dava para fazer contracapas dignas dos livros do passado, ou é tão difícil ser novo sem ser ruim?

......

Vou fazer alguns posts meio fora de tempo, mas que não devem ser esquecidos.