quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Eu sou um Gato

Animal pensantes e falantes entre si. Acho que hoje seria o tipo de história que já nos deixa entediados antes mesmo de começar. Mas por ter sido escrita por Natsume Soseki no começo do século XX, damos algum crédito a mais e esperamos coisa boa de lá. Pena que dessa vez o autor me decepcionou. Este livro não é um romance como Kokoro e Botchan, ele é mais um somatório de opiniões pessoais do Soseki sobre vários aspectos da sociedade japonesa e do mundo acadêmico.

Seu personagem principal, o gato sem nome do professor, apenas fica de observador a família com a qual mora e um pouco da vizinhança. Ele começa com alguns comentários "gatescos", mas que em geral são usados para fazer críticas a sociedade mesmo. Seu dono é um professor bastante sem graça que só faz se sentir doente, ter raiva e reclamar da vida. Seu círculo de amizades envolve vários personagem com ares acadêmicos de segunda qualidade que conhecem muitos nomes, fazem muita pompa, mas aparentemente não sabem de nada. Alguns deles vão nos dar algo de cômico e real, pois são figuras que vemos ainda existir na comunidade acadêmica mesmo nos dias de hoje.

Mas toda a narrativa do livro é em função de nos levar a momentos onde Soseki dá suas opiniões sobre os casos. O que me faz sentir um pouco enganado pelo livro, mesmo que concorde com algumas opiniões expostas. Não é um mau livro, mas é bastante tedioso. Algumas situações se alongam demais e o final é bastante preguiçoso. Fiquei frustrado com a leitura e só aconselharia a sua leitura para quem gostar de tédio com raros momentos de efeito e quiser ter uma visão da sociedade japonesa da era Meiji em transformação.