Este livro nada mais é que uma continuação da trilogia da Fundação. Nele, o universo da Fundação é revisitado pelo autor que tenta explorar melhor seus personagens. Na trilogia original, eles são meros coadjuvantes, enquanto a própria entidade da Fundação é a grande protagonista da narrativa. E não há como negar que ao longo de seus primeiros séculos, muitos personagens influenciam a história da Fundação de Terminus, mas é ela que é sempre o principal destaque de todas as narrativas.
Em Limites da Fundação, Asimov nos introduz a um jovem e impulsivo conselheiro de Terminus, Golan Trevize, que percebe uma falha essencial no plano que prevê a unificação da galáxia: ele funciona perfeitamente demais. Isso o leva a atrair os olhares de diversos agentes tanto da Fundação quanto de outras facções.
Mexer com esses poderes força Trevize a bordo da Estrela Distante, espaçonave de última geração, para uma busca que inicialmente parece uma perda de tempo: a localização do planeta original da humanidade, a Terra. Em companhia do Dr. Janov Pelorat, historiador especialista em mitos e lendas sobre o planeta original, Trevize inicia a aventura em busca do mítico planeta.
Ao mesmo tempo, na antiga capital do Primeiro Império Galático, somos introduzidos ao ambicioso orador Gendibal, que nos oferece um outro ponto de vista da história. Ele nota que algum poder desconhecido anda controlando a política e o desenvolvimento da galáxia de forma sutil e de alguma forma aquilo estava relacionado ao conselheiro Trevize.
Deste ponto em diante, percebemos 3 facções numa guerra fria por hegemonia e no olho desse furacão estão Pelorat e Trevize. O clímax da história é um verdadeiro `mexican standoff`, que apesar de ser montado de forma excitante, tem um desfecho decepcionante pelo excesso de simplicidade envolvido.
Asimov busca nessa obra atualizar o universo da Fundação com tecnologias excitantes, processos evolutivos estimulados pela ciência e uma galáxia que parece sempre estar pronta para entrar em crise. Além disso, ele inicia o processo de unificação do universo da Fundação com o universo de Eu, robô. Assim ,ele nos explica um pouco o fato de num universo de 400 quatrilhões de seres humanos, nenhum tenha pensado em fazer robôs.
Limites da Fundação é um livro que valoriza mais a viagem até o clímax do que o próprio destino da viagem. Ainda assim é uma viagem interessante e divertida, mesmo que careça de alguns elementos que a tornam uma Space Opera de primeira qualidade. Exploração, descoberta e reviravoltas estão todas presentes nessa obra e já prepara o terreno para uma continuação que no final do livro nos parece no mínimo intrigante.
Quase como um bônus à leitura do livro, a editora Aleph fez um belo box contendo os livros que ampliam a trilogia da Fundação. Realmente vale a leitura, além de ficar bonitinho na estante.