Ele chamou Orson Welles de ignorante. Não, ele fez mais que isso. Ele disse que o bom de Orson Welles era sua ignorância sobre o cinema. Nada demais, mesmo assim foi dito de forma legal, por isso é bom. O Diogo Mainardi poderia ter dito isso, porém foi outro brasileiro que o disse no fim dos anos 80.
Rubem Fonseca conta em "Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos" (parece nome de ensaio de filósofo alemão, não?) as histórias de um diretor medíocre sem nome que se involve do tráfico de jóias até o tráfico de livros. Não, não é um livro sobre tráfico. Na verdade é interessante ver como o diretor X está pouco se importando para as ameaças que sofre e apenas fica pensando em algum escritor judeu soviético morto. E olhe que ele é um garanhão de novela das oito, daqueles que com um olhar tranformam a Sibéria em Copacabana.
O livro envolve uma porção de comentários sobre o cinema zuando uns e elogiando outros. Parece bastante com aulas de cinema de Centros de Artes e Comunicações que proliferam com o Brasil. Claro que nessas aulas os cinéfilos não passam de um "sabe hiroshima mon amour? Poisé, já vi". Isso me lembra que Rubem Fonsecar também não sai dessa superficialidade. Mas penso que ele seja melhor que o aluno cinéfilo barbudo.
No mais têm umas paradas de sonhos muito viajadas. Sonhos sem imagens, embora tenham cor e tudo, mas não imagens. Também há as pausas para roteiros mostram o que certamente não vai acontecer, mas de uma forma que ficaria legal num filme trash qualquer.
Yo! Vale a pena gastar tempo lendo esse.
Citações para dar um gosto:
Rubem Fonseca conta em "Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos" (parece nome de ensaio de filósofo alemão, não?) as histórias de um diretor medíocre sem nome que se involve do tráfico de jóias até o tráfico de livros. Não, não é um livro sobre tráfico. Na verdade é interessante ver como o diretor X está pouco se importando para as ameaças que sofre e apenas fica pensando em algum escritor judeu soviético morto. E olhe que ele é um garanhão de novela das oito, daqueles que com um olhar tranformam a Sibéria em Copacabana.
O livro envolve uma porção de comentários sobre o cinema zuando uns e elogiando outros. Parece bastante com aulas de cinema de Centros de Artes e Comunicações que proliferam com o Brasil. Claro que nessas aulas os cinéfilos não passam de um "sabe hiroshima mon amour? Poisé, já vi". Isso me lembra que Rubem Fonsecar também não sai dessa superficialidade. Mas penso que ele seja melhor que o aluno cinéfilo barbudo.
No mais têm umas paradas de sonhos muito viajadas. Sonhos sem imagens, embora tenham cor e tudo, mas não imagens. Também há as pausas para roteiros mostram o que certamente não vai acontecer, mas de uma forma que ficaria legal num filme trash qualquer.
Yo! Vale a pena gastar tempo lendo esse.
Citações para dar um gosto:
"Tenho aqui no bolso uma caixa cheia de pedras preciosas que eram de uma mulher que foi assassinada; meu apartamento foi assaltado e mataram o porteiro; um sujeito sinistro de capa anda me seguindo, mas não estou pensando em nada disso."
"Está pensando em quê?"
"Num escritor se considerar o mestre do silêncio."
"Quer falar sobre ele?"
"Quero."
Sonho: Um vento fresco desmancha os ralos cabelos grisalhos do homem. A mulher se esconde do vento, mas não da luz da manhã que rutila nos brilhantes espalhados pelo seu corpo. "Que foi isso?", pergunta o velho acordando da sua modorra. "Foi um cachorro, senhor", diz o motorista. "Matamos um cachorro?" "Não pude evitar, senhor." A mulher diz: "Feche a janela, ligue o ar refrigerado". "Isso é que é o ruim de ser velho", pensa o velho, olhando para trás, através de lágrimas, "cheio de dinheiro e choramingando por um cachorro morto."