segunda-feira, 20 de abril de 2009

De bobeira

Estudar num centro de artes e comunicação nos mostra que ocasionalmente acontecem algumas coisas estranhas por conta da parte arte do centro. O curioso disso é que algumas vezes essa parte pode até ser legal. Semana passada pude ouvir uma apresentação de uma banda de garotos espinhentos que acham o máximo ser estranho (esse tipo de apresentação acontece com uma certa regularidade na frente da entrada do centro, mas eu estava até esquecido que isso existia). Espiei com desprezo quando vi começarem a montar o equipamento. Esperava muito barulho e alguma gritaria sem sentido.

Engraçado. Pude ouvir exatamente isso. Barulho e gritaria sem sentido. Mas não é que os espinhentos eram bons mesmo. Isso na parte acústica. Tocavam bem e até dava pra sentir um estilo naquilo que tocavam. Isso realmente me surpreendeu e me deixou feliz por estar errado. A alegria durou até o vocalista abrir a boca. Não consegui entender uma só palavra do que ele dizia. Note-se que isso vale tanto para os momentos de música quanto para os momentos onde ele deveria estar anunciando a próxima música. Era um horror.

No entanto, essa coisa de ouvir um som legal com uma voz horrorosa me fez notar o que eu mais odeio no rock nacional: a voz dos "cantores". Ouvir rock (e uso aqui o termo para resumir todas as suas variações) nacional sempre me deixou meio constragido. Sempre pensei que fosse culpa de arranjos ou de algumas letras bizarras. O real motivo era muito mais audível. Talvez isso seja culpa de uma cultura estranha de permitir que qualquer pessoa cante desde que seja com emoção, ou sei lá o que. A quantidade de exemplos desafinados ou sem voz boa mesmo fica bem absurda se formos considerar a indústria musical brasileira.

E nem tenho vontade de seguir reclamando. Penso que a nova geração de bandas tem muito o que melhorar nesse sentido, mas pelo menos já estão tocando bem.

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