Fui tentado durante meses a comprar a comprar este livro por inúmeras promoções (quase semanais na Amazon) e por boas opiniões. Terminei não resistindo e o li quase em um fôlego só. Tão rápida a leitura que só depois me toquei que eu conhecia este livro como 'To Kill a Mockingbird', que é um título bem mais chamativo, por sinal.
O livro se passa na década de 30 numa cidade no interior do Alabama nos Estados Unidos. A protagonista é Scout Finch, uma menina, que... bem, é uma menina de cidade pequena. Após refletir mais sobre o livro, comecei a achar os personagens superficiais. Eles são apenas pessoas que fazem o que estão predeterminadas a fazer: Scout e seu irmão Jem brincam pela cidade, os taciturnos Radleys se escondem em casa, os Cunningham não pegam nada que não possam devolver e por ai vai. Não há muito espaço para originalidade. Mas qualquer pessoa que conheça um interior, vai saber que essas cidades são assim mesmo. Não há muito espaço para novidade ai, apenas a contemplação (quase saudosista) da simplicidade da vida no campo.
E é pelos olhos de Scout que descobrimos que o verdadeiro personagem é a cidade de Maycomb. Cidade que não tinha muito a oferecer, principalmente com a grande depressão dos anos 30, mas foi avivada pelo caso do suposto estupro de uma branca por um negro. De repente, duas facções bem claras se formaram e vemos mais um personagem surgir no livro: o racismo clássico. Scout vê seu pai explicar por A + B, que o seu cliente negro era inocente da acusação de estupro, mas a lógica não estava em julgamento. Era um negro acusado por um branco. Ele estava condenado na hora em que foi acusado, simples assim.
No mais, esse é um romance que também trata da perda da inocência. Ainda que Scout seja um pouco precoce para seus 8 anos, ela vai adequando seu comportamento ao meio. Sabemos que ela terminará com a mente mais aberta que outras senhoras da cidade, mas ela própria vai se adequar às exigências sociais do local. Em dado momento, Scout chega a criticar o fato de que mulheres não podem participar de júris, mas a discussão sobre isso mal acontece e é descartada como 'coisa de criança'. E talvez não pudesse ser diferente, o livro se passa nos anos 30 e foi publicado na década de 60, feminismo ainda parecia coisa de queimar sutiãs.
Por fim, o Sol é para Todos é um clássico que nos mostra de forma interessante um passado que hoje nos parece absurdo. É uma boa e simples leitura para qualquer época.
Por fim, o Sol é para Todos é um clássico que nos mostra de forma interessante um passado que hoje nos parece absurdo. É uma boa e simples leitura para qualquer época.
Nenhum comentário:
Postar um comentário