quarta-feira, 25 de julho de 2007

Obrigado, jeeves!


Título auto-explicativo. Para Wodehouse não é preciso comentários, apenas adjetivos: sagaz e engraçado. Um livro para se ler numa tarde só.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Ditado de minha avó proibido por lei

"Preto quando pinta é porque tem três 'vez' trinta".

Confesso que nunca vou entender, mas que é proibido, é. Agradeço ao Spike Lee com seu 'Do the Right Thing' por me lembrar dessas coisas que estavam num passado remoto.

domingo, 15 de julho de 2007

Retrato de Dorian Gray

Um jovem tocado pelo pecado da vaidade pára diante de seu próprio retrato e se encanta com tanta perfeição. Por um segundo ele percebeu a injustiça que era o retrato permanecer com toda aquela beleza enquanto ele envelhecia e murchava; por que não o contrário? O desejo foi atendido e eis que temos o Retrato de Dorian Gray, um jovem com o ar de inocência da juventude, olhos azuis, cabelos encaracolados e lábios entreabertos. Puro, até ser envenenado por palavras.
Mais do que a história de um homem que não sofre as marcas do tempo, este livro é uma história de um homem que pode ver sua alma. As ações que marcaram sua vida, seus pecados, seus vícios, seu caráter estava todo marcado na obra-prima que seu amigo Basil pintara. Ele, melhor que ninguém, podia julgar-se ao ver seu próprio retrato.
Dorian vê sua alma se perdendo aos poucos por causa da influência do Lorde Henry e de um livro que ele lhe dera; um livro de pecados, não horríveis ou repulsivos, mas fascinantes e sedutores. Seu amigo Basil tenta salvar-lhe a alma, mas o orgulho e a vaidade eram escudos impenetráveis a qualquer moralidade. Nem mesmo o amor pôde salvá-lo, mesmo tentando mais de uma vez e sob diversas formas. Para Dorian Gray não poderia haver redenção.
Original, Belo e perfeito. Uma obra-prima da literatura inglesa, tanto que nos faz perdoar os excessos de boiolagem de Oscar Wilde e deixa os desenhistas muito confusos na hora de retratar o retrato, ou o próprio Dorian, como constatou o Gussie. Ah, Dorian “time is jealous / time is pain”.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Quem é John Galt?

Atlas Shrugged não é o nome correto desse livro. Os tradutores realmente foram muitos felizes ao não chamar esse livro de “Atlas Sacudindo os Ombros”, ou de outras combinações mais bizarras, por causa da tradução de um verbo não-usual. Mas deixando essas bobagens de lado, podemos notar que o livro é grande obra logo de cara. Qualquer pessoa que consegue escrever algo de 900 páginas e fazer alguém traduzir tudo é obrigada a fazer um trabalho decente.
Ayn Rand realmente fez um bom trabalho. Bem, pelo menos até 2/3 do livro, que é onde encontramos o ápice. De lá em diante, vai caindo de rendimento até um desfecho pouco impressionante. Talvez isso não prejudicasse tanto o livro e ele ainda pudesse ser uma obra além de grande, bela. Mas o excesso de moralismo e uma caricatura plena de todos os personagens acabam condenando o título à mediocridade. Mas vale notar que é uma mediocridade bem melhor do que a média. Ele ganharia um C+ com setinha para cima nas mãos de algum professor que não entenda algo subjetivo como números.
Mas voltemos ao livro. Os personagens são apaixonantes no começo. Provavelmente eu me cairia de paixão por Dagny Taggart (principalmente se ela for a Angelina Jolie). É uma mulher forte, decidida e independente, além de linda. Mas eis que surge Hank Rearden também forte, decidido e independente, além de lindo. E Francisco d’Anconia: forte, decidido e independente, além de lindo (mas esse tem o plus de fazer tudo melhor do que qualquer pessoa). E por ai vai, até chegar ao John Galt que é o top dos tops.

Isso são as caricaturas dos personagens. Existem três modelos nessa obra: os fodas (são bons em tudo e mantém o mundo funcionando por milagre), os médios (são bons, mas não o suficiente para manter o mundo funcionando) e por fim os saqueadores (que são gordos, feios, moralmente errados, preguiçosos, violentos, medrosos, e blá blá blá). Isso realmente vai cansando no decorrer da história de tal forma que qualquer personagem diferenciado que apareça nos atrai.

Isso é o mendigo que representa o ápice do livro. As vinte páginas dedicadas a esse personagem já dariam um livro, além de ser um dos melhores discursos. É genial. Ele salva o livro de um quase fracasso. Além disso, é um dos poucos discursos que surgem na hora correta. Ayn Rand parece gostar de discurso e os coloca nos lugares mais indevidos, como numa festa de ricaços ou em uma rádio.
No mais, até vale a leitura, mas valeria muito mais caso tivesse 400 páginas a menos.
Falando em discursos, pulem o de John Galt!
ps: numa pós-leitura desse post andei notando que só falei mal e desestimulei a leitura, querendo de alguma forma salvá-lo com uma frase. O livro tem boas descrições (destaco as partes de Hank Rearden; são lindas), bons diálogos e até uma boa história. Além de ser legal. Isso normalmente bastaria para ler qualquer coisa, mas... 900......

domingo, 8 de julho de 2007

Lição de Jornalismo da Band

Fernando Fernandez, repórter da Band, entrevistando Alexandre Gallo, técnico do Internacional:
“O que o senhor achou na escalação do Corinthians?”
Fernando Fernandez, repórter da Band, entrevistando Eurico Miranda, cartola e eterno presidente do Vasco:
“O senhor acha que o Corinthians se preparou bem para a séria A deste ano?”
Fernando Fernandez, repórter da Band, entrevistando bombeiro em resgate:
“O que você pensa do Corinthians?”
Fernando Fernandez, repórter da Band, entrevistando açougueiro ilegal que despejava sangue de abate em rio pernambucano:
“Você acha que o Corinthians deve querer o Carlos Alberto de volta?”
Fernando Fernandez, repórter da Band, entrevistando o Senador Renan Calheiros:
“Depois de duas derrotas consecutivas, o senhor considera o Corinthians em crise?”
Fernando Fernandez, repórter da Band, entrevistando Presidente Lula:
“O senhor acha que bastaria o Corinthians para o Brasil vencer o Pan?”
Fernando Fernandez, repórter da Band, entrevistando Kofi Annan:
"O senhor acha que o Corinthians pode chegar ao mundial deste ano?"
Fernando Fernandez, repórter da Band, entrevistando um Marciano:
“Como você assiste aos jogos do Corinthians?”