Esse comentário demorou a sair, mas agora vai. Ficção científica é algo chato, não é? Isso é um fato. É chato de doer e é raro que algum autor de ficção científica consiga sair do mundo 'nerd'. Mas ai vem a dúvida: como um livro chamado O Guia do Mochileiro das Galáxias pode ser algo bom?
Simples. Apesar do nome declaradamente nerd, este não é um livro de ficção científica. Claro que há elementos disso nele, como ETs e naves espaciais, mas esse não é o ponto do livro. Aliás, pode-se dizer que este é um livro sobre nada e é justamente por isso que é bom.
No primeiro capítulo, a Terra explode e de lá só sobra um ser humano que não pode fazer nada em relação a isso. Basicamente, é um livro sobre a história de Arthur Dent, o último homem do universo, e de como ele passa por uma série de situações improbabilíssimas para sobreviver. Claro que isso leva ele a perceber que está num esquema muito maior, mas que sua presença nele é puramente acidental.
Até ai temos um livro comum do gênero. Para variar, é nos detalhes que encontramos a genialidade do livro. Ele foi criado originalmente como um programa de rádio. Dai quando foi adaptado nota-se que o Douglas Adams tem habilidade em produzir imagens e sons com as letras; as vezes o livro parece até um roteiro de rádio agradável de se ler. Descreve só o necessário e dá muito espaço aos diálogos rápidos. Isso deixa o livro leve e capaz de ser lido numa tarde.
Outro ponto positivo do livro é que ele sempre traz surpresas ao leitor. A página seguinte é sempre um mistério, a não ser que você espere sempre os absurdos mais improváveis. Há muito o que se falar nele, mas ai seria um spoiler atrás do outro.
No mais vale muito a pena a leitura e dou destaque ao capítulo dos pensamentos da baleia. Este é simplesmente genial!
Words are not meant to stir the air only: they are capable of moving greater things.
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
sábado, 24 de novembro de 2007
Viagem sentimental a Petrolina e Juazeiro
Petrolina
A seca no litoral pernambucano me forçou a pegar um pau-de-arara cheio de estudantes bêbados, que haviam secado o estoque de álcool da capital e buscavam mais no interior, e me dirigir ao interior do estado. Após 12 horas de estrada e apenas 2 de sono, vimos aquilo que foi o objeto de nossa viagem. Nos quatro dias que passei tentando atingir meu sonho de América no sertão deu para notar algumas coisas na cidade:
- O sol não tem a menor moral lá. 40 graus na cara, clima seco, empoeirado e nenhuma gota de suor. Bom para se manter limpo, não fosse a poeira.
- O shopping de Petrolina tem três passos de interior. Todo esse espaço é preenchido pela nata petrolinense, que envolve patricinhas, mauricinhos, posers e crentes. Todos mui bem produzidos para ver os dois filmes em cartaz nO cinema da cidade.
- Singrei os sete mares do velho Chico, observando a vida marinha e o acasalamento das piranhas. Algumas tentaram acasalar com a tripulação, mas felizmente conseguimos aportar antes.
- Pude conhecer uma vinícola de perto e ver a vida de turistas idiotas e velhos no seu habitat natural. Lá também posso dizer que experimentei de tudo um pouco (exceto dos turistas, claro).
- Também vi que Petrolina é um péssimo lugar se você quiser se vangloriar de seu sotaque. Todo mundo tem o sotaque de algum lugar por lá. Os gaúchos falam como gaúchos, os baianos como baianos e os cariocas como os chatos que são. Só os petrolinenses de fato falam sem sotaque, mas estes são uma espécie em extinção.
- Visitei o Bodódromo. Local onde não um bode.
- Vi a maior concentração de mangueiras urbanas na face da terra. Cada casa tem pelo menos três.
E por fim voltei no mesmo pau-de-arara. Mas dessa vez os estudantes não suportaram a dor de ter seus sonhos despedaçados com o sumiço do álcool de Petrolina.
Mas ainda há duas importantes coisas para falar sobre a outra dádiva do São Francisco. Mas esta fica do lado baiano.
Juazeiro
- A cidade tem dois prédios com ótima vista para Petrolina.
- Lá há placas de bairros como placas de ruas. Weird.
.....
ps: Há que se agradecer a família que recebeu este chato que escreve forma como se fosse rei quando na verdade era um retirante.
pps: Para variar, como em qualquer viagem, fico com a sensação de que perdi alguma coisa. Mesmo sem ter perdido nada.
ppps: Como promessa é dívida e disso eu corro: Um beijo gostoso, Cris.
A seca no litoral pernambucano me forçou a pegar um pau-de-arara cheio de estudantes bêbados, que haviam secado o estoque de álcool da capital e buscavam mais no interior, e me dirigir ao interior do estado. Após 12 horas de estrada e apenas 2 de sono, vimos aquilo que foi o objeto de nossa viagem. Nos quatro dias que passei tentando atingir meu sonho de América no sertão deu para notar algumas coisas na cidade:
- O sol não tem a menor moral lá. 40 graus na cara, clima seco, empoeirado e nenhuma gota de suor. Bom para se manter limpo, não fosse a poeira.
- O shopping de Petrolina tem três passos de interior. Todo esse espaço é preenchido pela nata petrolinense, que envolve patricinhas, mauricinhos, posers e crentes. Todos mui bem produzidos para ver os dois filmes em cartaz nO cinema da cidade.
- Singrei os sete mares do velho Chico, observando a vida marinha e o acasalamento das piranhas. Algumas tentaram acasalar com a tripulação, mas felizmente conseguimos aportar antes.
- Pude conhecer uma vinícola de perto e ver a vida de turistas idiotas e velhos no seu habitat natural. Lá também posso dizer que experimentei de tudo um pouco (exceto dos turistas, claro).
- Também vi que Petrolina é um péssimo lugar se você quiser se vangloriar de seu sotaque. Todo mundo tem o sotaque de algum lugar por lá. Os gaúchos falam como gaúchos, os baianos como baianos e os cariocas como os chatos que são. Só os petrolinenses de fato falam sem sotaque, mas estes são uma espécie em extinção.
- Visitei o Bodódromo. Local onde não um bode.
- Vi a maior concentração de mangueiras urbanas na face da terra. Cada casa tem pelo menos três.
E por fim voltei no mesmo pau-de-arara. Mas dessa vez os estudantes não suportaram a dor de ter seus sonhos despedaçados com o sumiço do álcool de Petrolina.
Mas ainda há duas importantes coisas para falar sobre a outra dádiva do São Francisco. Mas esta fica do lado baiano.
Juazeiro
- A cidade tem dois prédios com ótima vista para Petrolina.
- Lá há placas de bairros como placas de ruas. Weird.
.....
ps: Há que se agradecer a família que recebeu este chato que escreve forma como se fosse rei quando na verdade era um retirante.
pps: Para variar, como em qualquer viagem, fico com a sensação de que perdi alguma coisa. Mesmo sem ter perdido nada.
ppps: Como promessa é dívida e disso eu corro: Um beijo gostoso, Cris.
terça-feira, 20 de novembro de 2007
Pra não passar em branco
Hoje foi o dia da consciência negra. Por algum motivo aleatório, houve folga em diversos estados. Muita gente leva a sério esse dia de pensar naquilo que deixou sua consciência pesada.
ps: tão ruim esse. Mas é só pra dizer que logo haverá um Petrolina Tales por aqui.
ps: tão ruim esse. Mas é só pra dizer que logo haverá um Petrolina Tales por aqui.
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Mais educação
Amanhã vai rolar uma audiência pública muito interessante na assembléia de pernambuco. Vai ser discutido um projeto de lei que basicamente vai transformar as escolas públicas estaduais naquilo que realmente são: lixões.
A idéia é simples. As escolas passarão a ser pontos de coleta seletiva, o que não será problema já que todas são ricas em infraestrutura. O lixo acumulado vai servir para ser vendido e gerar renda para ser aplicada em projetos educacionais pelas próprias escolas. Me pergunto se eles poderão vender alunos para servir de mão-de-obra em algum país com ditadores legais.
O resto do projeto consiste em ensinar os alunos que não forem vendidos a se tornarem catadores. Eles ganharão prêmios da secretaria de educação por lixo catado, mas por motivos de auto-estima, esses prêmios serão chamados de créditos acadêmico ambientais. Esses créditos poderão ser trocados na reitoria invadida mais próxima de sua casa.
A idéia é simples. As escolas passarão a ser pontos de coleta seletiva, o que não será problema já que todas são ricas em infraestrutura. O lixo acumulado vai servir para ser vendido e gerar renda para ser aplicada em projetos educacionais pelas próprias escolas. Me pergunto se eles poderão vender alunos para servir de mão-de-obra em algum país com ditadores legais.
O resto do projeto consiste em ensinar os alunos que não forem vendidos a se tornarem catadores. Eles ganharão prêmios da secretaria de educação por lixo catado, mas por motivos de auto-estima, esses prêmios serão chamados de créditos acadêmico ambientais. Esses créditos poderão ser trocados na reitoria invadida mais próxima de sua casa.
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