Esse comentário demorou a sair, mas agora vai. Ficção científica é algo chato, não é? Isso é um fato. É chato de doer e é raro que algum autor de ficção científica consiga sair do mundo 'nerd'. Mas ai vem a dúvida: como um livro chamado O Guia do Mochileiro das Galáxias pode ser algo bom?
Simples. Apesar do nome declaradamente nerd, este não é um livro de ficção científica. Claro que há elementos disso nele, como ETs e naves espaciais, mas esse não é o ponto do livro. Aliás, pode-se dizer que este é um livro sobre nada e é justamente por isso que é bom.
No primeiro capítulo, a Terra explode e de lá só sobra um ser humano que não pode fazer nada em relação a isso. Basicamente, é um livro sobre a história de Arthur Dent, o último homem do universo, e de como ele passa por uma série de situações improbabilíssimas para sobreviver. Claro que isso leva ele a perceber que está num esquema muito maior, mas que sua presença nele é puramente acidental.
Até ai temos um livro comum do gênero. Para variar, é nos detalhes que encontramos a genialidade do livro. Ele foi criado originalmente como um programa de rádio. Dai quando foi adaptado nota-se que o Douglas Adams tem habilidade em produzir imagens e sons com as letras; as vezes o livro parece até um roteiro de rádio agradável de se ler. Descreve só o necessário e dá muito espaço aos diálogos rápidos. Isso deixa o livro leve e capaz de ser lido numa tarde.
Outro ponto positivo do livro é que ele sempre traz surpresas ao leitor. A página seguinte é sempre um mistério, a não ser que você espere sempre os absurdos mais improváveis. Há muito o que se falar nele, mas ai seria um spoiler atrás do outro.
No mais vale muito a pena a leitura e dou destaque ao capítulo dos pensamentos da baleia. Este é simplesmente genial!
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