sexta-feira, 10 de outubro de 2008

As Mil e Uma Noites... mentira!

Ps: (agora alguém deve se perguntar porque diabos há um ps na frente do texto e na frente do ps há um comentário nada relacionado só para perder o tempo alheio e que na realidade não há nenhum ps a ser dito [wow, três ps's na mesmo frase!]. Bem, só deu vontade de fazer, perdoem meus caprichos).

Esse texto ia ser sobre eleições e acabou sendo. Falar tudo o que já foi dito por ai. Que votar em branco ou anular é que é a vibe do momento e que se ganhou alguém na sua cidade azar o seu. Também ia falar coisas engraçadinhas como dizer que em minha cidade disputaram uma das vagas na nossa querida câmara omissa Reginaldo Rossi, o rei do brega nordestino, Odete, a maior cafetina de pernambuco, e He-Man, para combater o atual prefeito que era um fóssil vivo (possivelmente eu poderia dizer que ele estudou na mesma escolinha que Dercy só para me sentir cool e mais novo). No fim, as eleições municipais são uma experiência frustante em nível menor.

Ai veio a lembrança do terceiro volume das Mil e Uma Noites (aquela edição linda da ed. Globo que custou a minha vida). Num mundo fantástico de vastos territórios selvagens onde só se encontra areia e mar, existem cidades. É interessante ver que nas cidades o que manda é o gosto do povo e um pouco da sorte de 'estar no lugar certo e na hora certa'. Algumas histórias trazem reis malvadões e corruptos que são substituídos por estrangeiros de bom coração, índole e origem (lembrando que é tudo obra do divino nesses casos embora seja o povo que dê um belíssimo pé na bunda nos reis). Enfim pressupõe-se que você tenha que ser justo e fiel (e muitas vezes simplesmente não atuante) para ser um bom rei, caso contrário a porta da rua será a serventia da cidade.

Sempre penso que seria tão mais legal se as coisas ainda fossem obra do divino. Mas lembro que não se pode discordar (a não ser com dez milhões de assinaturas numa petição online) e ainda somos obrigados a entrar numa festa democrática do direito obrigatório. Um rei e um vizir como primeiro ministro parece uma coisa tão mais lógica. Se eles forem corruptos, ai Deus castiga. Infelizmente, como não funciona na prática, temos prefeitos (mas se funcionasse, quantos prefeitos sobrariam no Brasil?).

O acaso sempre traz coisas boas apesar das adversidades. Na história de Simbad, o marujo, (que na verdade é um mercador marítimo) temos uma demonstração disso. Todas as viagens de Simbad são fantásticas e quase levam o mercador à morte (aparentemente quase morrer é fantástico). Mas o acaso sempre o salva e presenteia-lhe com riquezas. Por isso quando envelheceu ele bebe e come de tudo aquilo que conquistou em vida com sua família e prova a um outro Simbad, o estivador, que ele sofreu para estar lá e merecer o que conquistou.

Será que é por isso que no Brasil votamos em toda sorte de candidatos ruins para que no fim de toda história sejamos recompesados com algo bom? Ou é só para dizermos que sofremos e merecemos o que temos? Difícil, até lá vamos tomando remédio pra curar a ressaca dos boca-livres eleitorais.

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