Há quem ache que no oriente todos são iguais. Não dá pra dizer que todos estão absolutamente errados. Ao entrar em contato com esta obra, acho que meu maior desafio era perceber quem era quem. Eram tantos nomes, tantas técnicas. Parecia algum mangá japonês com muitos personagens que estavam ali só para constar. Até que em algum momento pegamos o ritmo. Ai aqueles personagens que eram X, Y e Z começam a ter caras e nomes. E por meio deles percebemos a evolução do personagem principal, Guo Jing.
Ele é um jovem meio estúpido porém de coração puro que cresce na Mongólia de Ghengis Khan, pois seus pais tiveram problemas com oficiais corruptos da dinastia Song. Guo Jing se envolve com a de muitos personagens reais da história chinesa, mas sem adulterar demais os fatos. O que já coloca esta obra num patamar de fan fiction histórico. Além de Guo Jing, conhecemos Huang Rong, uma bonita e inteligente jovem, que não tem uma boa noção dos padrões morais da época, ou melhor dizendo, era simplesmente mal educada.
Essa dupla vai sair por ai e se envolver em diversas aventuras numa China decadente enquanto desenvolvem seu kung fu e melhoram sua própria arte. É uma leve viagem de autoconhecimento com diversas surpresas e reviravoltas. Também há uma pitada de romance entre nossos dois protagonistas que enfrentam um pouco de tudo juntos.
É um livro leve e divertido. Nos mostra uma China bem moderna se pensarmos que no mesmo período na Europa haviam cruzadas e guerras menores. Até do ponto de vista da relação entre homens e mulheres há uma liberdade que nos deixa um pouco estranhos quando pensamos nos asiáticos de hoje. Enfim, vale a pena ser lido mesmo com um pouco de dificuldade na tradução em alguns momentos. Mas nada que ofenda demais a obra de Jin Yong.
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