segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Moby Dick

De modo geral, fora alguns momentos legais e brilhantes, esse foi um livro que me decepcionou. Esperava bem mais dele, mas o que vi foi um grande sofrimento em descrições intermináveis e muitas, mas muitas mesmo, consultas ao dicionário. Melville usou e abusou das descrições de todas as coisas presentes no navio para nos dar a imagem de como era a vida dos pescadores de baleias. Era uma arte perigosa, que já estava em declínio pela pesca predatória, mas que ainda fazia muitos homens se lançarem ao mar.

Mas a pesca da vez não era só pelo lucro. Ishmael decide em sua jovialidade experimentar um pouco daquela vida. Faz amizade com um selvagem e termina no navio do capitão Ahab, que havia recentemente perdido a perna para um demônio branco conhecido como Moby Dick. Ahab está louco, mas ainda é o capitão do navio e usando de intimidação e propina consegue fazer seus homens o seguirem até o fim do mundo. Embarcados no Pequod, eles atravessam vários mares e encontram vários outros navios antes de finalmente localizarem a baleia. Quase uma busca de uma agulha no palheiro. Em termos de páginas, só vemos Moby Dick ser apontada quando chegamos em cerca de 90% do livro.

Nesse meio termo, são intermináveis as descrições. Cheguei a saltar capítulos inteiros que falavam de tipos de baleias, velas, ganchos e outras coisas existentes nos navios. Parecia quase uma caça do que valia a pena ser lido e o que não. O capítulo que mais me chamou a atenção foi esse aqui, que compartilho sem vergonha pois pode ser lido sem prejudicar o resto da leitura. Mas tanto enchimento de linguiça para tão poucos momentos bons assim.

Enfim, é um livro longo demais. Melville dá vida a imagens muito distantes da realidade de seus leitores e para isso se perde numa enfadonha infinidade de descrições. As quebras de narração para descrever coisas no navio são tão constantes que a vontade, a qual eu cedi algumas vezes, é de simplesmente pular alguns capítulos. O encontro com a grande baleia branca acaba deixando por desejar. Ahab sai para caçar um monstro e o seu destino faz parecer que ele subestimou, e muito, um ser que todos os baleeiros evitavam. O final não compensa tanta dedicação para chegar até ele.

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