segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Amor e ódio nos livros

O garoto singelo só me arranja trabalho. Mas desta vez o perdôo, pois as coisas andavam frias por aqui mesmo. Ele colocou em minhas mãos fatigadas a obrigação moral de fazer um meme em homenagens àqueles que não merecem ser lidos. São tantos por aí que preciso resumi-los em três. Mas asseguro que esses três são de doer e de amar.

O primeiro merece o ódio mortal de toda uma nação que ele mesmo tentou criar, José de Alencar. Esta figura já levou à morte milhões de jovens entediados e só se encontra vivo na memória de muitos porque alguém acredita que ele seja uma boa leitura obrigatória nas escolas. Certamente nossos jovens precisam sofrer pra aprender, mas José de Alencar é superior a isso.

O segundo é um tal de Jack London que é o culpado por gerar uma indústria gigantesca de filmes de animais falantes e com sentimentos humanos. Alguém pode até dizer que Call Of the Wild fala justamente do contrário, pois mostra um cachorro civilizado virando um lobo selvagem, mas confesso que o chamado que mais me agradava no livro era o de mantê-lo fechado. Chega de cães mais humanos que os humanos.

O terceiro foi o meu maior desafio em leituras na língua inglesa. Não porque o inglês fosse rebuscado, mas sim porque ele no meio do livro o autor fugia do inglês e caía no francês, latim, italiano, grego e mais uma infinidade de neologismos e termos antigos usados como trocadilhos. Laurence Sterne com o seu "The Life and Opinions of Tristam Shandy, Gentleman" representou para mim um desafio quase insuperável em uma relação de amor e ódio. Desisti de ler esse livro 10 vezes durante as férias, mas sempre acabava voltando a ler. Mas no fim triunfei. Deixo avisado aos aventureiros que queiram se meter por essas águas que a leitura deste livro é uma guerra, mas vale a pena lutá-la, mais ainda vencê-la.

No mais vou seguir como o companheiro Jack e matar o meme por aqui já que me falta maior sociobloguidade.

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