quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Em Compensação

Entrar num lugar qualquer e ver textos começando por Jack London e José de Alencar é motivo suficiente para espantar muita gente. Confesso que sou um desses. Para tirar essa impressão negativa é bom citar algumas descobertas que andei fazendo.

Tudo bem que uma tradução feita por Millôr já dê um toque especial a qualquer obra, mas Don Juan de Molière é muito bom mesmo. Lembra as histórias do nosso primeiro imperador, o homem que veio ao Brasil com a missão de desvirginar todas as jovens (ou nem tanto) do Rio de Janeiro. Enfim, Molière é um francês de respeito, assim como sua história é muito bem humorada.

Outro que arranca risos e lágrimas de emoção é Neil Gaiman. Além de ter criado um dos personagens mais brilhantes da história dos quadrinhos, Sandman, ele também tem uma aptidão para a literatura. Talvez sejam os anos de jornalismo ou os outros anos de roteirista, nunca se saberá. O que vale é que Fat Charlie e seu irmão Spider fazem uma boa dupla em Os Filhos de Anansi; história mística, engraçada e outras coisas ao mesmo tempo.

José Saramago já dispensa qualquer comentário, mesmo assim fico salivando só para dizer uma ou duas coisas sobre ele. Enfim, eu não resisto: só um Nobel para pensar em Conventos que engravidam rainhas, na Península Ibérica como uma jangada de pedra a cruzar os mares e na morte, não a morte gorda em vestes pretas de Proust, mas sim a morte mulher atraente por volta dos trinta cheia de um ar de mistério, tem problemas com seu ofício. Acho que se não fosse o bagulho das vírgulas e os períodos loooooongos, Saramago seria um top top, mas, enquanto, dou um merecido top + ao lado de Laurence Sterne, mas um degrau acima.

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