Curioso, pela primeira vez na minha vida me senti jornalista mesmo, daqueles que têm cabelos brancos e falam de liberdade de impressa contra uma constituição capenga). Mas o que me levou a ter essa sensação única foi exatamente o fato da suspensão do meu programinha de tv (sou obrigado a dizer meu por que ninguém respeita quando você diz que 'participa de um programa'). Aparentemente, um erro jurídico (revogaram uma licitação no dia; só é permitido que se revogue até cinco dias antes do prazo) e a gula de um empresário que foi expulso de todos os canais de televisão por cometer todos os crimes de mídia imagináveis (e misteriosamente ganhou a concessão de uma canal UHF) foram responsáveis pela minha situação de estar numa Tv, sem equipe e sem canal. Mas a sensação de estar jornalista passou rápido quando vi o tempo que vai levar para se desenrolar o processo.
Mas deixando as esferas do poder de lado, o que me aconteceu foi o seguinte: pela primeira vez me senti um funcionário público que todo mundo imagina. Estou sem porra nenhuma para fazer e estou mamando nas tetas do Estado; indo para o trabalho para bater ponto e ler jornal.
Até gostaria que fosse 100% verdade isso, mas essa falta do que fazer transformou meu estágio de Tv em estágio de secretariado e de biblioteconomia. Tenho que catalogar e arrumar os milhares de dvds e fitas que temos lá. Além disso elaborei um sistema daqueles códigos loucos para catalogação. Acho que sou ruim nisso, porque as pessoas ainda conseguem encontrar os dvds catalogados. Mas tenho tempo suficiente para praticar essa arte sumir com as coisas mesmo sabendo onde elas deveriam estar.
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