terça-feira, 11 de março de 2008

Os Três Mosqueteiros

Tenho que assumir que quase cai na velha tentação de por no título 'um por todos e todos por um'. Mas temo dizer que isso é tão dos filmes e de quem lê só prefácio que preferi deixar passar. Outra coisa tenho que assumir: não esperava nada deste livro e me surpreendi. Senti que o próprio Dumas dava uma tapa e dizia: 'venha comigo'. Num só fôlego ultrapassei as quase 600 páginas. Agora só me lembro de ter sentido isso em Musashi.

Mas deixando de abobrinhas; como diz o craque: clássico é clássico. Mas alguns parecem ter um gostinho a mais que os outros. No Rio, por exemplo, reza lenda que jogar contra o Botafogo é clássico. Mas um Fla Flu consegue misteriosamente encher bem mais os estádios. Mas deixando as metáforas futebolísticas de lado, este livro é fantástico.

Para falar do óbvio: tudo começa quando D'artagnan, um jovem gascão, é mandado pelo seu pai à Paris para virar gente na vida. Em Paris ele fica amigo de três mosqueteiros após uma situação curiosa. Até então só temos 4 soldados bêbados e boêmios gastando o pouco que não tinham por ai.

É quando D'artagnan é envolvido numa intriga poderia por a França, a Inglaterra, a Espanha e a Áustria em guerra. É em defesa da honra da rainha francesa que esses quatro fazem grandes feitos. Tudo não passa de um simples quarteto amoroso. O Rei da França, o Duque de Buckinham e o Cardeal Richilieu que estão apaixonados e enciumados pela Rainha da França. No fim das contas quem importa são os mosqueteiros e Richilieu.

Mas para evitar um festival de coisas que já foram ditas por milhares de pessoas, vou destacar apenas o que me chamou atenção e seguir uma ordem por cabeça, que também achei mais interessante seguir:

1 - Richilieu não era mau. Sabe, depois de assistir milhares de filmes onde a Cardeal fazia de tudo para dominar a França e acabar com os mosqueteiros, finalmente descubro que ele sempre dominou a França e fazia o que quisesse dela. Como amava a rainha e não foi correspondido, passou a persegui-la. Essa a motivação do Cardeal contra os mocinhos. Mas quando ele percebe o valor dos quatro amigos, ele acaba os aceitando como homens cheios de valor e promove D'artagnan a tenente dos mosqueteiros.

2- Milady é que é a verdadeira maldade encarnada. É uma daquelas mulheres más de novelas da Globo, que todos sabem ser falsa, mas que por algum motivo ainda caem em suas manipulações.

3- D'artagnan é tudo o que dizem e mais um pouco. Faz aquele mosqueteiros ninja dos filmes parecer um pato desengonçado.

4- Aramis é quase um Richilieu. Mas sem todos os poderes e com conflitos pessoais entre a religião e o amor.

5- Porthos é uma decepção. Ele não faz nada além de falar alto e arranjar problemas.

6- Athos é uma surpresa. Ele é muito mais amargo do que se pensa e muito mais doido quando quer. Imagine, no meio de uma guerra, alguém propor almoçar durante uma hora num bastião exatamente entre dois exércitos. E pior, ele consegue fazer isso.

Ação, mistério, amor, aventura, velocidade, duelos, intrigas, emoção, tragédia, comédia e um toque de brilhantismo resumem tudo (até porque se eu falar mais estraga). É bom ler esse livro antes de morrer, caso contrário, matem-se.

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