segunda-feira, 28 de julho de 2008

Frase de Jogador de Futebol

"O trabalho é o fruto do sucesso"
Eu achava a idéia estúpida até ver que jovens no Brasil têm como grande sonho o emprego (e não é um bom emprego; é qualquer um mesmo) e que basta ser, hã, socialmente injustiçado para ter direitos a mais. Ainda vou ver o dia da Megasena socialmente distribuída. Preciso ficar milionário até lá. Alguém sugere um jogo?

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Cidades Invisíveis

Geralmente socialistas escrevem bem. Isso é uma compensação pelo fato de serem socialistas. Encontrar um socialista sendo traduzido por Diogo Mainardi parecia ser realmente um achado. 'Ia' porque acabou se provando ao contrário. Não sei se falha de tradução ou do próprio autor, mas Cidades Invisíveis de Ítalo Calvino parece sempre deixar uma palavra de fora. A cada frase eu tinha a sensação e as vezes chegava a ver o que faltava, mas, com o meu mau hábito de leituras estrangeiras, seguia a leitura sem me importar.

O livro fantasia uma conversa entre Kublai Khan e Marco Polo. No entanto aqui falamos de um Khan velho gay inseguro e de Polo filósofo de mãos peludas nas costas do Khan (yeah, bem Rodrigo Santoro em 300). O livro apresenta 55 cidades com nomes de mulher que são usadas como desculpa para filosofar sobre língua, comércio, destino, religião, Estado, memória e blá blá blá. Além disso há uns poucos diálogos entre capítulos com os dois únicos personagens. Ambos falam (ou se comunicam mentalmente ou por gestos [sério!]) exatamente da mesma forma porque são apenas um pretexto do autor para falar de várias cidades poeticamente. Fazer poesia em prosa não é legal e tenho dito.

Enfim, cansativo, repetitivo e excessivamente simbólico. Nem queria ter falado nele, mas agora já é tarde.

domingo, 20 de julho de 2008

Kokoro

Já disse aqui como encontrei o Natsume Soseki. Como ele se apresentou como um bom autor desconhecido para mim, decidi procurar mais sobre ele. Encontrei Kokoro largado em uma prateleira cinza enferrujada. Infelizmente o estado não era tão bom quando o de Botchan, mas ainda está legível (afinal, em 30 anos sou a 3ª pessoa a por as mãos nesse livro).

Kokoro é um livro é um livro que retrata o Japão da Era Meiji e as mudanças de um feudalismo para um modernismo em poucos anos. Segundo a wikipedia, o título pode ser traduzido como 'coração' (mas japonês nunca se sabe). Poderia sugerir de forma infame que Soseki quis mostrar como era o coração da revolução imperialista (mas não teria graça). Kokoro toma como narrativa a relação entre dois homens: o protagonista, um jovem estudante de qualquer coisa, e Sensei, um velho que não faz nada, e é antipático, grosso e antissocial.

Por algum motivo aleatório, o protagonista olhou para o Sensei e disse: 'vou ser amigo dele'. Após algumas tentativas tentando superar as qualidades supracitadas do Sensei, o protagonista consegue se aproximar e de criar uma amizade. A proximidade mostrou que Sensei tinha um segredo. Dai a história segue até a revelação do tal segredo, mas hoje nem atacarei de estraga prazeres.

É um livro que fala sobre amizade, sobre família, sobre o papel da mulher, sobre a universidade (o conhecimento, de forma mais geral) e sobre o Japão. Além disso, ele fala sobre o amor e sobre o ressentimento. Fosse Soseki um ocidental, o final seria completamente diferente. Para esse japa nascido entre duas eras bem distintas, o amor ainda não tinha esse poder salvador (ou total, como na moral cristã). Assim já adianto que haverá uma tragédia. E não é uma daquelas com propósito e que você pensa 'é, né...'. Acho que simplesmente discordei do autor na, digamos, moral da história, mas isso realmente não importa.

Em Botchan, o protagonista odeia o mundo e se isolava pelo temperamento. Em Kokoro, o isolamento parece mais profundo. Atinge o coração das relações de uma sociedade em mudança. Assim, das duas teremos uma: o autor ou é amargurado ou escrevia para criticar sua época. Mesmo assim é um bom e pequeno livro. Um daqueles para ler e pensar, mas acho que é para pessoas mais velhas ou mais isoladas que eu.

Uma frase que achei legal lá:
"Words are not meant to stir the air only: they are capable of moving greater things."

domingo, 13 de julho de 2008

20 dias sem suor e nem humildade

(a idéia inicial era duas semanas sem suor. Mas o tempo foi passando e cheguei aos 20. Antes que se tornem 30 decidi me forçar a fazer isso).

Descobri que sou realmente ruim em não fazer nada. Não fiz absolutamente nada e isso realmente incomoda quem passou um ano metido nos mais altos esquemas da política regional. Após isso decidi que realmente deveria fazer alguma coisa. Como passei muito tempo sem fazer nada, seria perigoso começar com algo mais algum exercício mais pesado. Experimentei sentar no computador. Mesmo assim continuei com um tédio infinito (tão infinito quanto o livro que estou lendo agora).

Daí lembrei da lista de comunicação e pensei: "nossa, vou arranjar uma briga lá para aquecer o inverno nordestino". (Para quem não sabe, o inverno nordestino tem média de 28º à sombra, mas chove o tempo todo).

Nem precisei procurar muito para arranjar um motivo de discórdia (lá ela já nasce naturalmente). Bastou dizer que fazer blogs com as matérias produzidas durante uma cadeira do 3º período é uma idéia ruim. Resultado: milhares de emails chamando os criticadores de "feio-feio-feios" e também exigindo suas humildades.

Sem nada para fazer, lá fui atrás de humildade no google (ao contrário do que parece, é realmente fácil achar humildade por lá). Por algum motivo aleatório, devemos sempre respeitar quem faz alguma coisa. É uma forma de dizer que alguém fez uma droga, mas que você não conseguiria fazer muito diferente, então não há problemas em fazer drogas. Também é necessário dizer a quem começou a aprender qualquer ofício que ele está fazendo um bom trabalho (merda), mas que vai melhorar. Isso nos ajudará a entrar pela porta da frente na sagrada reitoria ocupada dos céus (com duas entradas para o cineocupação, uhúl!).

Nesse ponto fico a doente Ayn Rand mesmo. Humildade não é uma virtude. Pode ser uma questão de etiqueta não esculhambar os outros, mas isso está longe de reconhecer como bons trabalhos medíocres. Além disso, humildade (usando uma definição de wikipedia) seria uma qualidade pessoal. Eu não preciso ficar esfregando minhas virtudes nos outros e eles não precisam ficar me lembrando delas.

Só nunca vi ninguém ficar rico, famoso ou bem sucedido por ser humilde e não combater os defeitos. A não ser quem não tenha defeitos, mas ai já é outra história. Vou agora garantir meus lugares no cineocupação.

.....

ps: o Tobol Kostanai empatou com o Kairat Almaty, mas ainda lidera a Super League do Kazaquistão. Azat Nurgaliev abriu para o Tobol Kostanai aos 15 minutos do primeiro tempo. Aos 10 do segundo tempo, Vladimir Yakovlev empatou para o time da casa.