domingo, 4 de janeiro de 2009

Um vôo de pára-quedas sobre as idéias que se argüidas as seqüelas do seqüestro do trema em assembléia dariam enjôo no contra-regra.

Durante muito tempo eu realmente não soube o que dizer. A gente tenta aceitar o governo como um primo feio e chato que sempre aparece em sua casa porque vocês são primos. Você realmente não gosta dele, mas sabe que em algum lugar você tem que aceitá-lo e até bater uma foto de família feliz ao lado dele. Vale lembrar que esse primo é bem mais velho, barbado e adora roubar você de várias formas. Um bullier profissional que te espanca para que ninguém mais no bairro o faça. Ele até diz que faz tudo isso para nos proteger. No fundo no fundo, nós o aceitamos como ele é (mas não perdemos uma só oportunidade de falar mal dele).

Agora imagina teu primão chegando junto de você e te obrigando a desaprender todas aquelas besteiras que você foi obrigado a aprender com a justificativa de que todos são burros e agora obriga você a aprender de uma forma diferente e mais fácil. O pior é que todo mundo do bairro decidiu que o primão estava certo e esqueceu logo tudo aquilo que não conseguia aprender.

Mas calma lá! Não foi o primão sozinho que teve a brilhante idéia de facilitar as coisas. O primão barbudão apenas se reuniu com alguns parentes distantes e tiveram essa sacada genial de todos começarem a falar igual (e parece que todo mundo que fala essa mesma língua tem um primão assim). A idéia era que alguns priminhos menores (mas esse ao contrário de você são queridos) de cada um pudessem fazer mais amizades entre si e que eles próprios se entendessem melhor.

Chega de metáforas que já estou ficando confuso. Esse “novo acordo ortográfico” é bem simpático em simplificar a língua para que uma legião de pessoas que se entendem possam se entender melhor ainda e não ficarem com dúvidas (será que vai ter mais uma cartilha nesse novo portugüês?). Gosto de todos os contra apresentados aqui (link portuga) e baseio toda minha revolta daqui.

O primão pode ser violento e feroz. Posso até ser obrigado em outras condições a adotar o que o barbudão disser. Mas não acredito que aqui eu me veja escrevendo ideia ou linguiça. Shame on you, seu portugüês feio. Antes mudassem para trazer o anarchismo de volta, ou que a língua ficasse realmente anárquica.

ps: senti um pouco de vergonha e de desgosto ao ver que os jornais na minha terra se orgulharam de estarem no primeiro dia do ano já com a nova regra ortográfica em prática. A impressão deve ter atrasados umas boas horas só para que algum chato revisasse tudo aquilo que nessas mesmas horas antes virou erro. No fim, fico com o Tio Noronha.

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