Todo mundo já teve um professor de história comunista que falou na época da reforma (lembrando sempre aquela aula sobre as torturas da inquisição) e que vivia criticando a Igreja por sua postura, hã, religiosas (ainda espero algum reclamar que o nome Igreja Apostólica Católica Romana não é um nome cool e comercial e que se o nome Igreja fosse oficializado [antes de ser roubado pelos crentes] a história seria outra...). Bem, teve muita guerra por religião e muita briga para decidir se eram os bizantinos ou os gregos que ficavam discutindo o 'sexo dos anjos' e merecendo a autoria da expressão.
Saramago pega esse tema rebatido e brinca de ateu em In Nomine Dei (parece que todo ateu tem essa necessidade de vez em quando). A peça se passa em Münsten durante os anos da reforma anabatista (1532-1535). Os reformados insistem que o seu Deus é mais deus que o Deus dos católicos e dos luteranos. Nessa salada de deuses a briga estoura, a cidade é sitiada e os anabatistas são derrotados.
É tudo bem simples e sem nenhuma enrolação (nem parece Saramago, mas ele geralmente faz isso nas peças [talvez porque sejam, hã, peças]). Ele mostra o radicalismo religioso como feio-feio-feio e que nesse meio fica muito mais fácil de charlatões aparecerem. A história pode ser modernizada utilizando alguns milhares de pastores modernos (afinal, Igreja é o negócio que mais cresce no país desde 1500) e/ou jogadores de futebol. Mas é melhor nem pensar nisso porque caso contrário alguém pode me excomungar de algum credo alheio. Independente de fé, inferno é inferno. Não quero estar em nenhum deles.
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