quinta-feira, 5 de março de 2009

Um dia eu ponho um título

Como torcedor do Sport, estou muito feliz pelo que vejo meu time apresentando até agora. É impossível conter um certo sorriso de orgulho quando vejo muitas pessoas na rua com a camisa de meu time. Elas podem ser feias, desdentadas e comunistas, mas que me importa? Meu time venceu e isso basta para olhá-las com uma certa intimidade feliz (sem me aproximar muito, claro. Um sorriso basta).

O mais curioso de hoje, no entanto, foi ver a prova de que o pernambucano é mesmo uma criatura complexada (até no futebol). De repente, é necessário toda imprensa parar para mostrar os gols do Sport e só falar de o quanto somos bons (se bem que justo seria dizer que somos os melhores). Fico bem feliz em só ver os gols mesmo e o jogo pela tv. Estou nem ai para o fato do "sul" (região geográfica que compreende qualquer lugar, com excessão da Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte) prefira ver notícias sobre o fra ou a estréia do gordo no curinthians. Se eles possuem o públicos deles lá (e cá) com interesse nessas coisas, problema deles. Como já disse, fico feliz em simplesmente ver meu time vencer e acho meio brega como o povo aqui fica abestalhado quando um jornalista/comentarista do "sul" fala sobre nós.

Menti antes, o mais curioso não foi ver a reclamação geral de meus conterrâneos por fóruns e blogs espalhados por ai. Curioso foi ver um torcedor do Santa Cruz coleguinha meu ficar feliz com o fato de ter faltado energia na zona sul de Recife durante o jogo. A alegria dele se devia porque os "playbas" iam ficar sem ver jogo. E nisso olho para a figura que tinha dois brincos e usava aquelas camisas baby look... enfim, um típico playba. Mas ele é Santa Cruz que é o time do povo e povo sempre fica feliz quando playba se ferra. Ah é, esqueci de dizer que ele é pernambucano e assistiu o jogo para torcer a favor do Nordeste contra tudo e contra todos!

Como sou otimista, ainda acredito que um dia ainda vamos nos livrar desses moinhos de ventos.



ps: caraca, eu tinha me esquecido como esse clipe é ruim.

segunda-feira, 2 de março de 2009

The Chronicles of Narnia - pt 4

Já sinto que alongo mais do que devia, mas uma vez que comecei tenho que levar até o final. Se bem que aqui realmente temos um ponto em que qualquer coisa dita seria malquista por quem ainda for ler (e quem não for: que tenha vergonha de si).
The Horse and His Boy

Dos sete livros que compõe as crônicas, este é o mais, hã, "diferente" de todos. Não pelo aspecto moral, que continua sempre presente (e sem o qual Narnia deixaria de ser Narnia), mas pelo próprio começo. Não vemos garotos ingleses indo de encontro ao desconhecido para ajudar uma terra fantástica em necessidade. Conhecemos apenas um jovem escravo e seu cavalo (ou como ele, o cavalo, prefere: o cavalo e seu garoto).

Também somos apresentados a mais uma nova fronteira de Narnia. Uma terra desértica e com tradições antigas e cruéis. Talvez seja algo no enredo ou algo no protagonista. Confesso que esta é uma das histórias que mais gostei nesse mundo. Delightful.

The Magician’s Nephew & The Last Battle
Aqui qualquer comentário seria um imenso spoiler. Mas, só para estragar a surpresa de quem achava que não vou dizer nada, vou dizer algumas coisinhas sobre elas. Bem, toda história precisa de um começo e de um fim. As duas a seu próprio modo mostram e explicam tudo o que vimos até agora nesses outros tantos livros. Ah, o final é daqueles de fazer chorar! Mas só se você acompanhou Narnia todos os outros livros.

Só mais uma coisa. O Lewis parece que orientou uma certa ordem de leitura que inicia com o Magician’s Nephew. Na verdade, a ordem dele é cronológica (numa crônica isso faz até sentido). Esse livro só vai fazer algum sentido e ser realmente muito bom caso você já saiba de antemão todo o resto que se passou em Narnia. Ele literalmente estraga muitas surpresas e torna outras coisas nos demais livros sem valor. Enfim, seguindo a ordem, pode-se terminar a Última Batalha com um pouco de pena porque terminou e muita felicidade por aquilo simplesmente existir.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Breath of Fire 3

Bem, sei que não falo muito sobre isso por aqui e é até com alguma vergonha que o tema me vem à tona (minto, sou nerd assumido mesmo e numa quarta-feira de cinzas fico até sem ter com quem compartilhar as glórias nerds). Sim, jogo muito mesmo e até fico feliz que algumas pessoas frescas percam algumas coisas legais e divertidas que encontramos nos jogos por ai por pura frescura. Esse jogo em questão é um RPG; gênero que, na teoria, não faz muito sentido ser representado num console já que você não exatamente atua como um personagem. Mas isso é bobagem porque se trata de um RPG oriental, ou JRPG como alguns gostam de chamar.

Só esse fato já é uma promessa de muitas horas de jogo. Levei cerca de 60 horas para finalizar esse ai (o que é praticamente o que perco pagando uma cadeira inteira no curso). Posso dizer que me diverti mui (caso contrário não passaria 60 horas nele), mas não pude deixar de notar algumas coisas curiosas. Na verdade, algumas muitas dessas coisas curiosas estão nessa lista que Jack gentilmente me repassou.

O que me chamou a atenção mesmo foi o desfecho sólido. A história vai evoluindo gradativamente e se mostrando muito aos poucos. Boa parte do nosso tempo é gasto fazendo coisas não relativas à história. É mais ou menos no meio desse monte de coisas aleatórias que conseguimos juntar no fim todas as fichas e notar algo de épico lá. E pior que fica muito bom assim. É um épico meio bobo, mas o que ainda é bobo depois de Senhor dos Anéis? (Ups, as vezes até me esquece que SdA foi a origem de tudo isso).

Se esse tipo de jogo ocupasse menos tempo de nossas vidas com algumas bobagens (como procurar os ingredientes, aprender a receita e preparar um peixe especial para o prefeito de uma cidade que vai falar de um marujo que vai nos dizer como atravessar o mar), eles seriam até bem aconselháveis a qualquer público.

Gostei muito do desfecho desse jogo assim como gostaria do desfecho de um livro simpático. Acho que a diferença é que eu não gasto 60 horas com um só livro, mas é bem verdade que um jogo tem atrativos a mais, ou melhor, outros atrativos além de um enredo.

Falando em enredo, Salgueiro venceu. Que mundo surpreendente, hein.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

The Chronicles of Narnia - pt 3

The Voyage on the Dawn Treader
Fantástico. Brilhante. Lindo. Emocionante. Simplesmente phoda! Ele merece mais alguns, mas sinto que eu tenho que ser breve. Uma viagem ao fim do mundo passando por ilhas onde absolutamente qualquer coisa pode acontecer. Este é o risco daqueles que procuram desbravar o desconhecido neste mundo mágico.

A novidade deste livro é que as duas crianças inglesas mais velhas (se é que isso é possível já que toda criança inglesa nasce velha) dão lugar a um primo. Este primo, o Eustace Clarence Scrubb ("and he almost deserved it"), é quem orienta a história do pequeno Dawn Treader (que tem um dos melhores nomes de navios que já vi). E dizer qualquer coisa a mais sobre isso seria um imenso spoiler. Então, boa viagem até o fim do mundo! E triste seja o nosso mundo que é redondo e sem fim.

The Silver Chair
Após a viagem até o fim do mundo, que horizontes ainda poderiam ser explorados? Muito poucos certamente. Mas Lewis parece que encontrou um que não é exatamente um horizonte, mas não deixa de ser fascinante. O príncipe Rilian, filho de Caspian está desaparecido. Cabe a Eustace e Jill, outra criança inglesa que acabou magicamente indo para Narnia, encontrar o príncipe em mais uma busca fantástica.

Engraçado, eu sei que este livro é bom, mas não consegui gostar dele como gostei dos outros. Sinceramente, a culpa foi de Jill. Ela não consegue ser uma fofa, inocente e corajosa menina inglesa perdida num mundo mágico. Acho que foi isso que me incomodou. Mesmo assim sua leitura é interessante. Até porque vemos pela primeira vez coisas que só serão explicadas no último livro.

ps: estava pensando um pouco mais sobre não gostar tanto desse livro. E acho que a culpa pode ser da viagem do Dawn Treader. É tão boa que faz a gente esperar mais do próximo livro, que é bom, mas não tanto quanto imaginamos que ele seria.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Tradição

Você sente que tradição é uma coisa ruim quando ela começa a desviar o trânsito do maior corredor de ônibus do estado (se brincar do Norte-Nordeste, como gostamos de exagerar) no centro da cidade e redirecioná-lo para minúsculas ruas construídas há cem anos para o trânsito de carroças; tudo isso para montar um galo de metal gigante e reunir mais de um milhão de bêbados sob um sol de 40² graus para comemorar algo que ninguém lembra mais o que é.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Coraline - o filme

Finalmente assisti o filme de Coraline. Foi dublado, mas tinha aquele simpático óculos 3D que faz as coisas saírem da tela. Gostei muito do efeito. Realmente ia fazer diferença caso eu simplesmente tivesse baixado uma versão gringa do filme só porque odeio ver filme dublado. Confesso que o autor me ajudou a optar pelo filme dublado com menos peso no coração (e também contei com um empurrãozinho de uma pessoa de muito bom gosto e que muito aprecio). Enfim, só quero dizer que valeu muito a pena e que é realmente um bom o filme.

Claro que como adaptação algumas mudanças foram necessárias. Não acredito que a essência do livro tenha se mantido porque o quesito moral acabou dando lugar à fantasia e à magia. Mas ficou bonito. De quebra, o enredo ficou bem completinho. Um filme simpático, embora o livro seja melhor (ok, sou suspeito para falar).

Ignorem-me e simplesmente assistam o filme!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

The Chronicles of Narnia - pt 2

Aviso logo que esse vem com Spoilers. Se bem mais em relação ao filme do que em relação ao livro.

Prince Caspian
O fantástico mundo de Narnia foi invadido por humanos cruéis, orgulhosos e covardes. Nesse ambiente conhecemos o jovem Caspian que em seus estudos é apresentado às criaturas das antigas histórias. Todas desapareceram, mas nem por isso foram esquecidas. O jovem tinha sua vida pacata como o príncipe herdeiro de Narnia (só lembrei do he-man e seu gato guerreiro). Até que um dia o filho de seu tio, o rei Miraz, nasce. Narnia era pequena demais para dois herdeiros.

O encanto de Caspian (e o destino) pelas criaturas acaba levando-o até elas. E juntos, eles lutam para tentar fazer que a Narnia seja fantástica mais uma vez. Mas se há séculos as criaturas em seu esplendor haviam sido derrotadas, como poderiam vencer agora?

É ai onde entram as quatro crianças inglesas. Elas são os reis dos tempos de ouro de Narnia que vão lutar contra monstros japoneses gigantes para que os ideais da verdade e da justiça sejam retomados. Mesmo para eles, essa batalha não será nada fácil.

Esse livro teve uma adaptação feita ano passado para os cinemas (também Disney). Eu até tinha achado legal e emocionante na época, mas quando finalmente li fiquei decepcionado. A Disney não adaptou. Ela deturpou a história. Criou situações e problemas que não existiam. E a questão da moral foi deixada de lado no filme. Não há a crença que traz a vitória no final no livro. Falando em final, o livro propõe uma espécie de dilúvio que purifica a raça corrupta dos homens. O que aparece no filme parece uma piada diante disso.

Enfim, como perdão dos spoilers, este é um livro que mostra que talvez a Disney não esteja tão respeitosa na questão da moral cristã presente no livro e que sem isso alguns livros mais na frente serão impossíveis de ser adaptados. Mas que se faça a vontade de Aslan e vamos ver no que dá.

Um ps: a Disney por algum motivo aleatório decidiu envelhecer os personagens além da conta, o que vai ficar meio feio mais pra frente. Ah, e também inventaram um romance totalmente sem sentido que parece que vai feder no próximo filme.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

The Chronicles of Narnia

Que dizer sobre esta obra? Sinceramente, não sei. Dizer que é perfeita seria resumir demais os dois meses de alegria que me trouxe. Poderia falar de estilos ou gêneros presentes no livro de C. S. Lewis. Mas como rotular? Fantasia, fábula literatura inglesa? Poderia dizer que é longa. No entanto estaria mentindo porque alguns desses livros li em um dois dias. Se não fossem as férias e os emuladores, acredito que duas semanas é o suficiente para se ler com calma todas as sete obras. Acho que se eu fizer por partes fica menos bagunçado (mesmo sendo muitas partes).

Nisso é preciso dizer que o autor propôs uma ordem cronológica de leitura. Não aconselho esta ordem. Ele destrói muitas surpresas e também apresenta coisas sem a mesma magia. Melhor seguir a ordem de publicação. Que pode demorar um pouco mais nas idas e vindas, mas são de fazer chorar. Vou tentar evitar ao máximo os spoilers, mas acho que um ou outro poderão me escapar. Que Aslan me perdoe!

.....

The Lion, The Witch and The Wardrobe

Este é sem dúvida o livro mais importante das crônicas de Narnia. Não porque é o melhor ou por ser o mais bonito. Simplesmente é o mais famoso e geralmente aparece representando os outros seis livros em algumas listas de melhores livros ingleses do século passado. No entanto, não é por isso que ele seria melhor que os outros. Ele tem muitos méritos e também é o de leitura mais leve de todos. Posso até dizer, com um certo receio, que é o mais infantil também. Se uma criança não gostar dessa história, ela provavelmente tem sérios problemas!

Nele somos apresentados a quatro crianças inglesas (Peter, Susan, Edmund e Lucy) que se aventuram pela primeira vez no fantástico mundo de Narnia que até então era dominado por uma bruxa antiga e má. O meio de chegar a este mundo encantado foi um velho guarda-roupas (wardrobe). Para fechar o título só falta o grande herói da história: o leão.

Vale ressaltar que esse leão não é só para deixar a capa bonitinha; ele é o próprio Cristo/Deus (ou a representação do Cristo naquele mundo fantástico, como sugere a Wikipédia). E por que Deus precisaria da ajuda de 4 crianças inglesas para combater uma bruxa antiga e má? Bem, Deus escreve certo por linhas tortas. Com a onipotência vêm alguns luxos.

A Disney fez uma adaptação até simpática desse livro. Mas faz muito tempo que eu vi o filme, então não confiem em minha memória. O resto só lendo para não estragar a surpresa.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Ciência

Descobri que minha produtividade é inversamente proporcional à temperatura. Mas, sinceramente, nenhum ser vivo é capaz de sobreviver (e muito menos postar) numa terra onde 29ºC durante a noite é algo comum. Deixo aqui meu protesto climático.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Os 100 Melhores Contos de Humor da Literatura Universal

Esse é bem rapidinho. Eu nem queria falar de critérios nem nada, mas me parece que qualquer pessoa que tenha lido 100 contos possa fazer um livro com os 100 melhores contos de qualquer coisa. Perdoemos o organizador, ele realmente se esforçou para fazer algo legal (mesmo que muita coisa classificada como humor ali possa entrar em qualquer outra classificação).

Este é um livro bem comum em bibliotecas e é ótimo para apresentar diversos autores a quem não iria se aproximar de um livro deles por acaso. Também o fato de estampar ‘humor’ em letras colorida na capa ajuda a atrair qualquer tipo de pessoa (mesmo aquelas que esperam 100 piadas de português).

Mas está valendo. Onde podemos ver uma coleção de grandes nomes ingleses, franceses, russos, italianos, japoneses, árabes e também alguns não tão grandes brasileiros entre outros? Ora, para uma coleção está ótimo (eu até faria algumas críticas, mas como sobram títulos; é só pular para o próximo). E, convenhamos, bastam algumas frases ou só um título para saber quem deve ser pulado ou não.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Um vôo de pára-quedas sobre as idéias que se argüidas as seqüelas do seqüestro do trema em assembléia dariam enjôo no contra-regra.

Durante muito tempo eu realmente não soube o que dizer. A gente tenta aceitar o governo como um primo feio e chato que sempre aparece em sua casa porque vocês são primos. Você realmente não gosta dele, mas sabe que em algum lugar você tem que aceitá-lo e até bater uma foto de família feliz ao lado dele. Vale lembrar que esse primo é bem mais velho, barbado e adora roubar você de várias formas. Um bullier profissional que te espanca para que ninguém mais no bairro o faça. Ele até diz que faz tudo isso para nos proteger. No fundo no fundo, nós o aceitamos como ele é (mas não perdemos uma só oportunidade de falar mal dele).

Agora imagina teu primão chegando junto de você e te obrigando a desaprender todas aquelas besteiras que você foi obrigado a aprender com a justificativa de que todos são burros e agora obriga você a aprender de uma forma diferente e mais fácil. O pior é que todo mundo do bairro decidiu que o primão estava certo e esqueceu logo tudo aquilo que não conseguia aprender.

Mas calma lá! Não foi o primão sozinho que teve a brilhante idéia de facilitar as coisas. O primão barbudão apenas se reuniu com alguns parentes distantes e tiveram essa sacada genial de todos começarem a falar igual (e parece que todo mundo que fala essa mesma língua tem um primão assim). A idéia era que alguns priminhos menores (mas esse ao contrário de você são queridos) de cada um pudessem fazer mais amizades entre si e que eles próprios se entendessem melhor.

Chega de metáforas que já estou ficando confuso. Esse “novo acordo ortográfico” é bem simpático em simplificar a língua para que uma legião de pessoas que se entendem possam se entender melhor ainda e não ficarem com dúvidas (será que vai ter mais uma cartilha nesse novo portugüês?). Gosto de todos os contra apresentados aqui (link portuga) e baseio toda minha revolta daqui.

O primão pode ser violento e feroz. Posso até ser obrigado em outras condições a adotar o que o barbudão disser. Mas não acredito que aqui eu me veja escrevendo ideia ou linguiça. Shame on you, seu portugüês feio. Antes mudassem para trazer o anarchismo de volta, ou que a língua ficasse realmente anárquica.

ps: senti um pouco de vergonha e de desgosto ao ver que os jornais na minha terra se orgulharam de estarem no primeiro dia do ano já com a nova regra ortográfica em prática. A impressão deve ter atrasados umas boas horas só para que algum chato revisasse tudo aquilo que nessas mesmas horas antes virou erro. No fim, fico com o Tio Noronha.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Coraline

Confesso que a proximidade do filme e as promoções de fim de ano me colocaram este livro na mão. Aliás, as promoções só me atrapalharam, porque comprei tão na pressa que nem vi que estava em português. Mas ok, o Neil Gaiman merece.

Que dizer sobre Coraline? É uma menina pequena e aventureira. Gosta de explorar e tem pais omissos. De repente (como muita coisa nas histórias mais inglesas de Gaiman), ela descobre que a casa velha onde morava escondia uma passagem para um outro mundo. Noto também que ele adora essas coisas velhas espalhadas por ai que ninguém mais se lembra ao certo do que é. Não sabemos o que é isso porque a coisa mais antiga que conseguimos olhar em nossas terras não tem mais de 500 anos.

Poisé, esse mundo é antigo, fantástico e perigoso. É lá que Coraline vai aprender algumas lições e vai encontrar sua força. Poisé, há uma moral da história! Uma aventura com uma pequena menina inglesa tem tudo para ser legal, não é mesmo? Talvez não a da Madeleine, mas ai já é outra história.

Enfim, ótimo livro para se passar uma tarde de Natal. E o filme parece que também promete bastante!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O Suicida

E no dia seguinte ele decidiu morrer. Não que no dia anterior tivesse acontecido qualquer coisa que o fizesse ter vontade de terminar aquela breve aventura chamada vida. Na verdade, esse era um de seus problemas. Nada lhe acontecia. E por ter uma vida tão cheia de nada, no dia seguinte ele decidiu morrer.

Antes disso precisava escrever uma carta que explicasse a todos o que o fazia dar cabo de si. ‘A todos quem, oras?’ pensou. Não havia ninguém a quem precisasse explicar o seu ato. Ainda assim, por desencargo de consciência, uma explicação seria bem vinda. Como ele sempre achou conversar consigo próprio é coisa de louco, calhou de escrever algo para si para ver se aquilo lhe bastava para dar aquele passo (para frente ou para trás? Àquela altura essa dúvida nem tinha mais importância).

Comprou uma resma de papel mesmo precisando apenas de uma folha. ‘Posso precisar passar a limpo’ pensou. Afinal, a última coisa que queria é que alguém tentasse ler seu último escrito e não conseguisse por estar ilegível ou garranchado. ‘Alguém quem, oras?’ censurou-se.

Caneta e papel em mãos, agora tinha que apenas deixar fluir seu pensamento. Sim, caneta porque para essas situações não se pode deixar como última obra um papel impresso que qualquer um faria até por brincadeira (e, na verdade, acreditava que muitas vezes os pensamentos de suas mãos eram muito mais claros que os seus próprios). Aquelas seriam as últimas palavras traduzidas em desenhos de quem deixava para trás esse tormento chamado vida; estariam todas carregando suas últimas emoções. Gostou de pensar em tormento e por ele começou sua carta.

Porém o tormento não lhe bastou para que se desse cabo. Pensou que muitos sofrem por ai e nem por isso saem fazendo o que iria fazer. Sentia dor da posição em que sentava. Isso a dor dos que vivem neste mundo ingrato. Conflito, dor, insatisfação. Estes eram bons motivos. No entanto, nisso havia um pequeno problema. Não se sentia em conflito com nada. E aquela sua dor estava longe das que as mulheres sentem no parto, então seria pouco nobre achar que ela valeria uma vida.

Mas claro! Como se havia esquecido dela? A solidão lhe era um bom motivo. Não tinha para quem nem com quem viver neste mundo. Isso lhe sairia bem, mas lembrou que no seu egoísmo viver para e com alguém era uma grande bobagem. Bobagem essa só superada pelo que iria fazer se usasse aquilo como motivo.

Pensou em investir mais uma vez na insatisfação que já havia esquecido, mas achou que se já a havia esquecido é porque ela nem valia a pena. Tentou finalmente a simplicidade. A tristeza era o seu maior trunfo e ela se bastava em si. Logo percebeu que tristeza nenhuma se basta em si e que ele estava novamente sem bons motivos.

No fim, lá ia ele pela vigésima ou trigésima folha sem que nenhuma lhe tivesse trazido um motivo convincente. Acabou desistindo até achar um bom motivo. Teve três filhos e escreveu duas autobiografias. Quando se matou, anos mais tarde, estava agarrado a uma crítica literária de sua última autobiografia.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

The Wizard of Oz

Quanto chão precisamos andar para conseguir aquilo que buscamos? Nos tempos do Google essa pergunta perdeu muito de sua força. Mesmo assim ainda podemos tentar pensar em quantas paisagens alguém que procure um coração, um cérebro ou coragem vai precisar percorrer. E pior, onde diabos fica o Kansas? Dá para chegar lá de Ônibus? Google Maps?

The Wizard of Oz conta a história de como Dorothy foi levada por um furacão até a terra encantada de Oz. Lá ela vai em busca de uma forma de voltar para casa. Pelo caminho Dorothy encontra três companheiros, um lenhador de lata, um espantalho e um leão covarde, cada um em busca do que seria o mais importante para si. E a partir daí o grupo segue em aventuras que quase todos já sabemos e/ou já vimos nos cinemas ou adaptações.

O livro de L Frank Baum não tem nada de surpreendente (a não ser o autor que ninguém conhece) porque todo mundo já sabe o que vai se passar. Mas nada o impede de ser um belo conto de fadas com tudo o que as crianças gostam (ou pelo menos deveriam gostar se fossem saudáveis). Aliás, a proposta do autor era exatamente essa em sua introdução.

Enfim, mesmo sabendo de tudo que virá, realmente vale a pena ver como a pequena Dorothy e seus companheiros exploram a fantástica terra de Oz (o Grande e Terrível) e nela encontram a moral da história.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Looking For Alaska

Sabe aquelas comédias românticas que você não consegue deixar de ver apesar de já saber de tudo que vai acontecer e de já ter ouvido seu primo de oito anos contar aquelas piadas? Não é nada parecido com isso. Ok, esta obra de John Green pode ser tão despretensiosa quanto qualquer comédia romântica, mas certamente é mais magnética que uma. Magnética, acho que essa é a palavra que melhor define esta Looking for Alaska. Você simplesmente começa a encontrar muita dificuldade em parar mesmo sabendo a cada linha que não está lendo nada genial.

Afinal que mal há em ler algo não genial, mas completamente legal? Nele encontramos o perfil do adolescente nerd / loser e como essas figuras tem seus problemas e tudo mais. Problemas que um dia já foram nossos (ou ainda são). De certa forma, podemos dizer que os adolescentes são meio piegas mesmo. Precisam crescer e muitas vezes nem sabemos quando isso de fato ocorre. Green trabalha um desses momentos.

Ele lembra um daqueles paradidáticos nisso, mas não é como os paradidáticos nacionais cheios de lições de moral e frescuras com tempero Malhação. Os personagens estão longe do que se chama de padrão em suas peculiaridades. No entanto, o "sofrimento" é o que os une. Coisas de adolescente. Ah, o livro também tem muito de cultura nerd, mas isso nem é opressivo.

Enfim, é um ótimo e rápido livro para se ler sem medo de ser feliz. Diversão certa.

Um pedaço que o Garoto Singelo roubou aqui.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Auto da Compadecida

Realmente não há muito a se dizer dessa peça. A adaptação para as telinhas por Guel Arraes foi muito fiel ao livro. Apenas deram jeito em algumas sutilezas. Por exemplo, eliminaram três personagens que existiam na peça: o frade, o sacristão e um demônio. De quebra, colocaram um valente só para ilustrar a falsidade da mulher do padeiro.

Também foi muito sutil o caso da bexiga com sangue. Na peça, o Grilo faz aquilo para se vingar da patroa e é isso que vai condená-lo no julgamento. Nas telinhas tiraram essa parte por censura e a usaram no caso do Grilo disfarçado de Severino de Aracaju e Chicó ia ser o valente a sangrá-lo.

Aliás, a parte onde mais sentimos as sutilezas é no julgamento. É lá onde todas as coisas que foram mudadas anteriormente acabam mudando de fato a peça. Na peça, todos são bem justificados e realmente ficam a merecer seu lugar no purgatório. Na adaptação, eles ficam mais por causa da misericórdia divina do que por qualquer outra coisa.

Um grupo de personagens que mal aparece aqui, mas é citado no filme é o do Marjor Antônio Moraes, sua filha, o valente (já citado) e o policial. Não sei ao certo, mas acho que eles contam tentam contar a história do Santo e a Porca, também de Ariano. Vai ver que é por isso que fica tudo meio embolado no filme.

Ah, na peça há também um narrador. É um palhaço que vem e volta. Praticamente um João Grilo II, mas que sabe de tudo que se passa. Sua função é mais animar e dar tempo para as mudanças de cenário, mas mesmo assim gostei dele.

Nah, queria só falar mal de como todo mundo é martirizado na adaptação. O julgamento é a prova disso. Na peça, todos são justificados por um pensamento racional (pecaram, mas também fizeram boas ações, então vão para o purgatório). Os cangaceiros vão para o céu porque são coitadinhos na adaptação. Na peça vão porque são um instrumento de cólera divina. E, por fim, o João dá uma de piegas na adaptação e se diz condenado indo em direção ao inferno. Ora, na peça o amarelo nunca desistiu de salvar o seu couro, por que iria desistir agora que tinha a melhor das advogadas?

Enfim, é legal ler a peça porque é bem rápido; basta uma tarde. Mas é meio impossível você não comparar com o filme e fica meio que enfadonho ler aquilo que você já viu. Mesmo assim ainda vale a pena.

ps: e também li numa edição belíssima da Agir. É um dos poucos livros da biblioteca que deu vontade de roubar porque é bonito, mas sou um bom rapaz e não faria isso.

sábado, 22 de novembro de 2008

A Verdade das Mentiras

Mais um livro que vai para minha sessão de 'livros escolhidos ao acaso' na biblioteca. Parece que sou realmente bom nisso, porque este também me surpreendeu. Quando o peguei, achei que era somente um livro de um escritor peruano de renome analisando os seus 35 romances prediletos (bem naquele nível de comentário: "adorei o suor escorrendo naquele close na bunda cabeluda do turco). Apesar do nome brega, a proposta de Mario Vargas Llosa é bem clara: analisar mesmo 35 romances do século XX que trazem consigo o melhor do que pode haver num romance, que é a arte de convencer e de fazer o leitor se sentir bem. Basicamente, ele propõe que um romance deve mentir para nos atrair e que só assim podemos ficar felizes.

É bem legal. Pelo menos para quem já leu aqueles livros (alguns, ok), é interessante para ver um ponto de vista diferente. É a visão de quem estudou o livro e quis por meio daquele livro estudar o romance do século XX de forma geral e que ao mesmo tempo dá sua opinião casual. No começo parece meio improvável que ele vá conseguir cumprir a promessa do título, mas não é que ele a leva até o fim. Além disso, ficamos por dentro de 35 livros que realmente merecem alguma atenção (foi lá que fiquei sabendo d'O Estrangeiro de Camus).

Muito bom livro para quem gosta de ler sobre literatura (e que deu o sopro vital para que meu ante-projeto finalmente fosse para o papel). Enfim, leiam!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O Estrangeiro

Soube deste livro por causa de um livro maravilhoso de Mario Vargas Llosa que estou lendo. Confesso que não me interessou muito saber da história do monsieur Meursault pelo que foi dito por Llosa. Basicamente, ele é um homem indiferente a tudo e sem aspirações nenhuma que um dia acabou fazendo algo que deu uma certa guinada em sua vida (sei que isso não faz o menor sentido, mas se eu disser mais vou acabar caindo num spoiler). Lembrei do livro quando fui obrigado a ficar uma hora solitário na Livraria Cultura. Que fazer? Fui dar uma olhadela.

Pior que nem esperava nada de um plot que não pode ser explicado sem spoilers, mas acabei lendo um terço do livreto naquela hora. E, wow, praticamente não vi o escritor d'A Peste naquilo. Encontramos nele o monsieur Meursault que apesar de ser incapaz de sentir qualquer emoção (um Dexter francês) ainda consegue atrair nossa atenção. Ele não parece de todo errado em sua indiferença em relação ao mundo. Só não tem crenças e nem muita vontade de conviver com todas aquelas pessoas que têm aquela necessidade absurda de mostrar que é um ser humano ao dar espaço às suas emoções (e, sim, demonstrar obrigatoriamente que se é um ser sensível aos outros pode ser um saco).

Uma vida que é uma droga não precisa de espaços para emoções. O mesmo vale para um vida completamente simples e padrão (pois se espera muito mais atos que sentimentos dessas pessoas). O narrador personagem poderia ter vivido ainda alguns bons anos se acaso não tivesse calhado de matar um árabe por causa do sol. Yup, ótima justificativa para se matar uma pessoa. Noto que acabei soltando um detalhe que divide a história, mas, sinceramente, isso não importa. Até a contracapa do livro diz isso estragando a surpresa.

Surpresa mesmo é o seu julgamento. Por que se julga um assassino? Imagino que seja para fazê-lo pagar de alguma forma por um crime que ele cometeu. Mas ali tínhamos um réu confesso e que apenas aguardava a escolha de seu destino. Sim, ainda indiferente. Não sei ao certo porque, mas no fim acabei lembrando de Julien Sorel de Stendhal. Ia ser curioso imaginar os dois frente a frente no último momento. Que diálogo egoísta os dois seriam capaz de compor juntos, hein?

Mas após estragar todas as surpresas o que ainda se pode dizer do livro (quase um conto)? É muito bom. Tipo, bom mesmo. Mesmo no sentido de que mesmo sabendo da história podemos pegá-lo e lê-lo de um só fôlego. Ao fim iremos nos julgar na figura de Meursault e também julgaremos seus inquisidores. É complicado não fazer isso. Principalmente talvez esse seja todo o ponto da história e que é quando separamos Meursault do resto que (obviamente) nota-se o porquê dele ser estrangeiro.

Enfim, vale a pena ser lido e, de certo modo, mostra que Albert Camus talvez tenha algo muito bom a dizer em alguns momentos. E é melhor terminar antes que eu acabe escrevendo um post maior que o livro.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Time stands still at the Iron Hill

Acho que esse é o oitavo post que começo e desisto no meio. Se eu não desistir isso deve significar alguma coisa (vai lá saber o que). Hoje eu realmente parei para assistir televisão e de repente fui atingido por um pensamento bombástico. Havia muito tempo que eu não assistia televisão. Muito tempo mesmo. Eu praticamente tinha me transformado num daqueles experimentos fracassados de pessoas metidas que dizem que não assistiam televisão e que viveriam sem ela. De repente comecei realmente a viver sem ela quando comecei a me isolar completamente do mundo em um pico isolado e infernal em minha terra (mas realmente sinto muita falta de ver os gols do campeonato sem precisar esperar uma longa barrinha encher [e sem precisar sonhar em ver o Neto de surpresa enquanto estiver trocando de canal {o que me leva a pensar se realmente a Band precisa daqueles comentaristas torcedores paulistas? Eles realmente atraem o ódio de todo o resto do Brasil que não torce pro Corinthians}])

Enfim, bastou ver o William Bonner envelhecido para notar quanto tempo fiquei sem ver Globo. Só de vê-lo me senti envelhecido e finalmente descobri um bom motivo para não assistir nada Globo (ou qualquer outra emissora com programas estáveis [a não ser o SBT porque o Sílvio Santos nunca envelheceu para não constrager nenhum telespectador]). Pior é que realmente fiquei constragido quando falaram do Obama lá. Preferia que simplesmente esquecessem toda essa história de primeiro negro e tudo mais; já me basta o stumble enchendo o saco com isso (coisa parecido só vi na eleição de Lula [sim, sou velho o suficiente para lembrar dela]). Não importa, Bonner roubou minha atenção com seus comentários dignos de dono de barraquinha de cachorro quente de jogo de futebol. Fiquei apenas pensando 'will he ever retire?'. Bem, acho que não (jornalista bom é jornalista morto! oh yeah!).

ps: fico pensando se já escrevi algo com tanta digressão e falta de sentido assim?

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Neverwhere

É só pegar o livro e ler na capa mais uma comparação com Alice no País das Maravilhas. Isso significa muita coisa. Assim já sabemos que vai acontecer uma viagem e uma pessoa vai sair de seu dia-a-dia normal. Wow, disse tudo hein. O legal é que essa classificação envolve histórias como a de "Ferris Bueller's Day Off" (Curtindo a vida adoidado, se não estiver errado) e Senhor dos Anéis. Alice é um ótimo livro, mas essa coisa de tomá-lo como medida de todas as coisas é meio, hã, errada.

Neverwhere conta a história de Richard Mayhew e como ele fez uma viagem fantástica a uma Londres mágica que existe embaixo da verdadeira. Por ajudar uma jovem que estava sendo perseguida, Richard passa a ser parte da Londres Inferior e começa a ser completamente ignorado pelos londrinos superiores. É enfrentando e andando por lugares esquecidos (além de tropeçando em alguma piadas londrinas que para mim não significaram nada) que Richard faz o seu caminho e sua história.

Ok, agora com esse resumo, volta a dúvida: o que diabos isso tem haver com a Alice? Chuto que seja a equação: "pessoa => viagem maluca". Nem preciso dizer que isso não é uma equação válida.

Neverwhere, apesar de fantástico, se passa nos esgotos e subterrâneos de Londres. Locais que foram esquecidos são seus cenários. Lá embaixo uma civilização inteira de pessoas perigosas e coisas irreais têm lugar. Mas é exatamente isso que difere de Alice. As coisas são fantásticas, mas lógicas. Elas foram se acumulando lá embaixo, mas foram ocupadas por habitantes que estabeleceram domínios. Tudo é meio magicamente óbvio. Earl's Court deixa de ser um lugar para ser uma corte. A Nightbridge faz jus ao nome e por ai vai. É uma lógica bem legal (apesar de fazer muito mais sentido pra quem esteve em Londres e é por isso que tem um mapa da cidade no livro).

Agora, depois de protestar, posso confessar que desde que li Pedra do Reino e assisti aquele seminário que eu estava cabreiro com Neil Gaiman. Eu achava ele o máximo, mas depois desses eventos pensei: "o que há de bom nele?" Ai decidi ler Neverwhere para procurar descobrir se ele é bom ou é só mais um best seller vazio. Wow, ainda bem que me vi errado na desconfiança.

Gaiman é realmente bom. Pode não ser um mestre na forma e estar mais próximo de King que de um Saramago. Mas ele é genial nas sacadas. A criatividade fantásticas para trazer histórias bonitinhas cheias de um mistério, uma sabedoria esquecida e aventura parece realmente ter nascido com o escritor Gaiman (e aqui gostaria de lembrar que o roteirista é diferente. Nos quadrinhos ele faz algo mais próximo ao terror e ao gótico. Mas não tão bem. Ele beira um senso comum [ou então foi responsável por estabelece-lo]).

Enfim, acho que ele traduz bem a fantasia moderna e Neverwhere é um excelente exemplo. Não importa que seja previsível, o legal é seguir os passos de Richard naquele universo fantástico. E lembrando de uma frase de ETA Hoffman que o Gussie me mostrou, encerro: "people will very soon cease to believe in fairies once they begin to walk among them".