Words are not meant to stir the air only: they are capable of moving greater things.
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Relatório de estágio
Outro ponto que me faz não querer atender esse desejo é que, ao acompanhar de perto os políticos de todas as situações, acabei ficando com pena deles. Deputado sofre muito. Parece brincadeira, mas é bem verdade isso. É fácil esquecer que eles são seres humanos e que não dá para classificá-los em largos grupos com bandeiras de partidos no lugar de faces.
(Claro que também preciso assumir que vi de tudo lá. Dos tipos mais inocentes aos mais nefastos de corrupção e abuso de poder/autoridade/voz/gordura/paciência/etc. Boa parte não é tão grosseiramente culpada, mas a inocência ainda persiste em um ou outro. Por incrível que pareça, de fato, existe deputado honesto).
Servidores públicos são quase iguais. Com a diferença de não serem votados. Se bem que na casa legislativa há uma diferença entre eles. São três tipos de servidores basicamente: os contratados (com direito a permanecerem calados e enfiarem o rabo entre as pernas; são a base da pirâmide), os comissionados (com direito a voz depois de declarado enfio de rabo entre as pernas; maior segurança, mas direito algum) e, por fim, os concursados (com direito a falar sem enfiar nada em lugar nenhum e com o direito a trabalhar como quiserem; sim, aqueles que envelhecem, fazem piadas e palavras-cruzadas enquanto procuram aquela ficha que você espera por 3 horas). O legal de minha generalização é que nem é tão assim que ela se apresenta na realidade.
Também há outra esfera de poder: os sem poderes. Se pensou em serventes e vendedores de sala-em-sala, você se engana. Quem não tem nada mesmo é estagiário (apesar de que lá há relatos de estagiários com Mercedes e BMWs). Estudante ganha menos que o servente de lá.
Enfim volto ao status de quem não tem nada para fazer. Vou poder continuar as leituras atrasadas e curtir minhas primeiras férias em quase 2 anos. De quebra ainda arranjei um pc novo com o qual me ocupa em ocupar os 250 GBs de HD que ele tem.
Agora chega de diarinho. Sempre achei relatórios de estágio coisas inúteis. São como uma redação de "minhas férias" (ou de "como fiz para me manter ocupado durante o recesso" no caso instituições federais grevistas). A diferença é que esses ninguém lê mesmo e só resta a leve impressão de que já vamos tarde.
terça-feira, 24 de junho de 2008
Sobre como eu percebi o princípio do fim do Universo
segunda-feira, 16 de junho de 2008
A Peste (again)
Tudo é questão de uma simples interpretação.
Lá estava Deus sem fazer nada porque fez tudo em sete dias e ficou com o resto da eternidade livre quando observou uma cidadezinha feia cheia de franceses fazendo o que franceses fazem: falam francês em cafés enquanto tomam vinho e falam sobre arte (sem esquecer a expressão blasé jamé). No meio de todos aqueles serem empertigados de egos avantajados, havia um médico (o protagonista e narrador) que se destacava na arte de ser mais francês que os demais franceses (além de todo o resto ele era ateu e moralista).
O Pai Todo Poderoso pensou consigo próprio: "ó meu Eu! Preciso fazer esse meu filho a quem já perdoei pensar um pouco".
Deus, que já havia deixado tudo pensado de antemão, sacou seu plano secreto de fazer as pessoas pensarem. Funcionou muito bem na primeira vez que foi usado, mas Deus decidiu aderir a moda e optou por tirar coisas bregas como gafanhotos, sapos, rios de sangue e chuva de fogo. Os franceses seriam insensíveis a castigos divinos. A única coisa que poderia chocá-los seria um ultra-naturalismo seco e escarrado.
A primeira ação é mandar peste na cidade do sujeito a ser atingido. A peste não é exatamente chocante, mas como o alvo é médico ele vai ter que olhar para ela e meter a mão na massa. O ataque de Deus é claro, pois o primeiro a morrer de peste é o porteiro do médico. Desde o primeiro caso o médico já entendeu que a peste servia para refletir, mas sabem como é? Deus gosta de ter certeza.
Só para confirmar a reflexão, a peste leva o Juiz, o Padre, os amigos, a esposa, milhares de pessoas que eram enterradas em valas comuns ou cremadas, todos os ratos, todos os gatos e todos os cães (imagino que todas as pulgas também). No fim o Pai olhou orgulhoso para seu feito e viu que havia atingido o objetivo estabelecido antes do surgimento do cosmos: o médico estava refletindo (fora dos cafés, por sinal).
No fim Camus consegue pintar uma figura do que é necessário para fazer um francês típico pensar. Afinal tem alguma forma mais fácil que essa?
domingo, 15 de junho de 2008
A Peste
Desde Botchan peguei um mal hábito que, sabe-se lá porque motivo, me parece divertido: pegar um livro qualquer na biblioteca seguindo um critério aleatório e arbitrário. Em Botchan, foi a capa que me atraiu. Agora por que diabos um francês metido a filósofo veio me atrair? Ok, eu sei porque.
Primeiro, porque o livro era novo e isso realmente tem muita influência (minhas delicaladas mãozinhas não gostam de poeira feia-feia-feia). O segundo motivo foi porque li as primeiras páginas e nelas vi algo bem saramagonesco. Algo realmente legal.
Bem, logo de cara Albert Camus apresenta Oran, uma cidade feia e cheia de gente que está nem ai para nada (imaginei uma cidade cheia de gente que veste boinas e enche os cafés um olhar blasé). Do nada, os ratos da cidade começam a morrer, mas ninguém se importa. Também do nada, quando já não há mais ratos, as pessoas começam a morrer, mas ninguém se importa. Até que a cidade é fechada e posta em quarentena. Parecia tudo bem encaminhado, mas...
Para mim o livro termina ai. Depois disso o que vemos é enrolação sem igual. A palavra 'peste' é repetida tantas vezes quanto 'confusão' em propaganda de Sessão da Tarde ou 'adrenalina' em Tela Quente. Nesse ponto, ele começa a argumentar que a 'peste faz as pessoas pensarem'... doeu fundo. Lembrei de quando ouvi na faculdade sobre um lugar que as pessoas não tinham onde cagar, "mas o pior mesmo é elas são analfabetas", disseram. O pior mesmo é que ele escreve bem; ele tinha uma boa idéia; mas ele precisava jogar tudo fora como jogou?
Quando já não tinha mais o que dizer sobre a peste e sobre reflexão de dor e isolamente, Camus começa a matar seus personagens. Faz sentido quando milhares de pessoas morrendo de peste. Ele mata justamente quem tomou todos os soros e se cuidou (e teve um que foi o único a morrer na história inteira de outra doença). Ou seja, mata só para dizer que peste é isso mesmo e que todo mundo morre. Só sobrevive o narrador que deixa sua mensagem de: "pense nisso, ui!".
A conclusão é uma daquelas do tipo: 'ó meu Deus! Vamos sempre lembrar da peste e do que ela nos causou'. Enfim... decepciona.
Mesmo assim, não largarei meu hábito. Já peguei aleatoriamente "E Jimmy foi ao Arco-Íris" de Simmel. Pode até ser ruim, mas não resisti ao título.
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Aliviado
ps: será que cabe mais uma estrela?

sábado, 7 de junho de 2008
Explorando o esporte
Mesmo assim o Gussie me atingiu dizendo que não entendo nada de esportes. Tive que concordar em parte e decidi procurar entender um pouco mais sobre algum esporte bizarro e desconhecido. A primeira opção era a luta greco-romana, mas depois que o Pops Racer mostrou o quão legal ela pode ser nem tem mais graça falar nela como luta estranha. Aliás, quase qualquer arte macial é amplamente conhecida. Até estilos de países improváveis, como o Krav Magá de Israel, ou criados para serem 'sem estilo', como o Jeet Kune Do de Bruce Lee, são reproduzidos por semi-nerds anabolizados em diversas academias por ai.

Ah, sem esquecer do ninjutsu, claro. Afinal o que seria da sessão da tarde nos anos noventa sem aqueles filmes de ninjas americanos e garotos ninjas? Também vale lembrar todas as reportagens com aquele povo que acha o máximo ser ninja e diz que tem muita filosofia por trás daquelas roupas discretas.
Enquanto divagava entre o Judo e o Wushu, acabei lembrando da pior e mais bizarra arte macial já inventada: o Sumô. A luta consiste em dois gordos lambuzados de sal, ervas e usando fraldas fio dental que tentam se derrubar mutuamente no chão ou fora do ring. Uma invenção genial dos japoneses que conseguiram criar rituais complexos e deram status a pessoas que conseguiam ser bons naquele tipo de luta. Na verdade, acredito que seja a única luta no mundo que conseguiu fazer isso com os gordinhos (a não ser que você acredite naquele filme do gordo ninja da sessão da tarde). O Sumô também ajudou a desenvolver a tecnologia de prendedores fraldas (graças a Deus Pai Todo Poderoso, elas são muito bem presas). Além disso, os japas gordos foram os primeiros (muito antes das feministas) a mostrarem com orgulho toda a extensão de suas celulites.
Após a breve e aprofundada pesquisa que fiz, fui buscar algo para ilustrar. Acabei descobrindo que os japoneses realmente conseguem tornar qualquer coisa estúpida ainda mais imbecil.
Os americanos não ficam muito atrás ao achar que podem fazer algo legal com lutadores gordos.
Pós-aviso: cuidado ao visualizarem esses vídeos. É necessário ser estômago forte.
No fim aprendi a lição e descobri que é realmente bom ser ocidental. Além disso, pretendo nunca mais tentar entender de esportes e muito menos de arte marciais (com excessão da luta de mulheres na lama; essa ainda merece especializações contínuas).
terça-feira, 3 de junho de 2008
Sul X Nordeste (uma daquelas rivalidades que a Globo inventa)
Essa falta do que fazer acaba levando os nordestinos a achar que sua própria falta do que fazer é culpa do excesso de coisas para fazer que os estados do sul/sudoeste possuem. Uma lógica muito acertada. Afinal, se seu vizinho é mais rico e culturalmente mais bem formado e diversificado que você, ele está moralmente obrigado a dividir tudo isso com você, pois vocês são vizinhos! Vejamos pelo bom lado, há criancinhas do sul que ficam felizes quando ajudam os pobres nordestinos. Sempre é lindo ver um sorriso no olhar de uma criança.
Não era sobre uma rivalidade social que eu queria falar. Aliás, nem me importo com elas. Mas, ok, há uma que cultivo. Uma rivalidade futebolística. Apesar de eu não achar que ele chegaria lá, meu Sport eliminou o Vasco (com direito a falha de arbitragem e penalti à la Baggio) e está na final da Copa do Brasil. Essa vitória coloca o Sport o mais próximo da Libertadores, mas pela frente temos o time com a maior cartolagem já sonhada no futebol brasileiro. O Coringão tem no histórico uns quatro campeonatos da Série A suspeitos (o último com suspeitas comprovadas e escancaradas) e alguns não-rebaixamentos milagrosos demais.
É um adversário duro. Humilhado ano passado por não ter conseguido permanecer na elite nacional (na ocasião, o Goiás conseguiu um bom resultado contra um Internacional cheio de mágoas pela perda de um campeonato ajeitado para o alvinegro), o Corinthians chega cheio de vontade para ganhar a Série B invicto e já estrear na elite nacional e na Libertadores no próximo ano. Parece tudo muito ajeitado para que esses sulistas atinjam suas metas. Só falta combinar com o Sport.
O Sport está fazendo uma campanha belíssima na Copa do Brasil. Tirou Imperatriz-MA (grande potência maranhense), Brasiliense (campeão distrital), Palmeiras (campeão paulista de nariz em pé), Internacional (campeão gaúcho que comemora antes da hora) e por fim o Vasco (com Edmundo, o melhor cobrador de penaltis do mundo). O Sport vem melhor e derrubou melhores. Basta que não aconteça nada de suspeito para que ele consiga o caneco inédito para o Nordeste (e do jeito que somos por aqui, vamos nos gabar durante anos de ter conseguido algo que lá é comum. Quase como quem diz com orgulho e sotaque: 'Aqui tem coca-cola, sim!').
Agora chega de parêntese. Até lá, esperemos o resultado (e que seja positivo).
quarta-feira, 28 de maio de 2008
A brilhante história do jornalismo universal em PE (em suma: Falta do que fazer)
- "VACA DOENTE MORREU NA VIA PÚBLICA E TALHADOR QUERIA ESQUARTEJÁ-LA PARA VENDER CARNE AO POVO".
- "LEOA MORRE NO ZOO E MACHO TERIA NOME DE 'LEÃO PENTEADO'".
- "UM DRAMA DO MOMENTO: FERTILIZANTES".
- "SÁTIRO É PELA ELEIÇÃO DIRETA E ACHA LEGÍTIMO CANDIDATURA DE COSTA E SILVA".
- "FANTASMA ESTÁ ASSOMBRANDO POPULAÇÃO DE CARNAIBA DE FLÔRES".
- "'CORAR ATÉ QUE ME ASSENTA BEM, E VOU ME APROVEITAR DISSO!'"
- "BRASIL DEVERÁ TER PRESIDENTE MILITAR ATÉ O ANO 2000".
- "MORTO O POPULAR NA RODOVIA BR-25, PELO CARRO EM DISPARADA: MAIS 4 ATROPELAMENTOS".
- "TÉCNICOS: NÃO HÁ SÊCA NO PIAUÍ".
- "'GALEGO' SURROU DE CACÊTE O POPULAR EM PRAZERES E FUGIU".
Uma outra coisa legal que tinha no caderno de esportes era a cobertura do turfe. Com direito até as fotos 3x4 dos cavalos favoritos.
ps: repostando e tentando curar o bug.
sexta-feira, 23 de maio de 2008
Por cima do ombro
Claro que essa minha mania me faz ver algumas coisas curiosas. Principalmente quando se usa veículos coletivos lotados de universitários. Sempre há uma xerox ou outra. De saúde até exatas e passando por todas aquelas ciências humanas (aplicadas ou não, filosóficas e sonhadas). E foi nesse meio que vi um capítulo genial sendo lido: "emoção e valores".
Pena que não descobri o livro, mas só aquela página já deu para notar a genialidade seu conteúdo. Ele dizia que "quem mata sua espécie é irracional". O curioso é que para provar isso, não há nada mais óbvio que o o exemplo do ano de 1204, quando os cristãos invadiram Constantinopla e saquearam a cidade matando seus irmãos. Em cima disso o autor começava um debate polêmico: é o homem um ser racional ou emocional? Tudo baseado no argumento da frase aspeada.
Assassinato é irracional? O próprio google dá como resultado da busca por 'irracional' os números. Já o assassinato me parece algo muito mais lógico que qualquer emoção. Quem mata, sabe que aquilo que mata é um obstáculo a sua própria felicidade que pode ser removido caso morto. Então qual é a irracionalidade do assassinato?
Ele pode ser moralmente questionável e legalmente 'feio, feio, feio', mas irracional é a última coisa que ele é. Há nele uma lógica muito mais óbvia que em muitos outros lugares. Por exemplo, se o Ministério do Meio Ambiente tivesse uma lógica simples dessas, provavelmente seria mais fácil resolver o problema da Amazônia. "Quem derrubar árvore, morre!". Simples, efetivo e bastante retrógrado. Uma volta bastante funcional ao estado de natureza que colocaria todos os serralheiros nos eixos.
Mas, ok, apesar de desejar imensamente a morte de mais da metade das pessoas do mundo (a maior parte ou feia ou burra), penso que iria ficar meio fedido se elas realmente morressem. Deixo que a seleção natural dê conta do meu desejo e que elas simplesmente não existam num futuro brevíssimo.
domingo, 18 de maio de 2008
Do futebol em outras partes
O mais frustante é que você torcer mesmo. Aqui há rivalidades que até o garoto gelado percebeu há meio século. O povo realmente briga por futebol e realmente se empolga (com a exceção do Santa Cruz que agora habita a série C, mas não foi esquecido na página principal da globo. I wonder why). Todos os anos, a torcida inflamada fica sonhando com títulos que seus times não ganharão. "O que custa sonhar, não é mesmo?" sempre diz alguém.
Quando saimos do plano das rivalidades locais e vemos os jogos do campeonato brasileiro, a diferença fica, no mínimo, escancarada. Basta notar que na série A de 2007, o Nordeste se viu representado por três clubes que terminaram o campeonato em 14º, 15º e 20º (sendo este último o dono da importante marca de pior campanha disparada da história do campeonato brasileiro. A façanha do América-RN foi conseguir 11 pontos a menos que a então pior marca de 28 pontos do Santa Cruz em 2006. Um aproveitamento de 15%). Este ano, novamente o nordeste vem com três clubes. Será que alguém vai barrar o América-RN?
O pior mesmo acontece quando seu time começa a fazer bonito. Você como torcedor se enche de orgulho. E mais, outros torcedores se enchem de orgulho. Você a camisa de seu time em várias pessoas (até em mendigos) e acaba sorrindo para todas, porque você sente finalmente que há algo em comum entre você e sua terra. Você realmente começa a acreditar que chegou a hora de seu time sonhar com vôos mais altos e começa a bradar coisas sem sentido. "Que venha a Copa do Brasil, o Brasileirão, a Libertadores e Tóquio. Já comprei até a passagem para o Japão".
No fim, o realista sabe que lugar realmente seu time vai ocupar e vai ficar feliz com uma Sul Americana ou em não ser rebaixado, enquanto os outros torcedores decepcionados vão exigir explicações sabe-se lá de quem.
É o que vejo acontecendo ao meu querido Sport. Eliminamos os favoritos Palmeiras e Internacional da Copa do Brasil. Agora vamos enfrentar o Vasco cheios de empolgação e seguindo a lógica do 'quem elimina dois favoritos, passa a ser o favorito'. Até já estamos nos achando da Libertadores. Mas como torcedor acostumado a sofrer, só espero a manchete vermelha e preta: 'Acaba o sonho do Leão'.
.....
Um ps: se realmente acontecer de ganhar a Copa do Brasil. O Recife não irá dormir por uma semana. Então realmente fico na dúvida se é melhor perder ou não.
segunda-feira, 12 de maio de 2008
sábado, 3 de maio de 2008
A volta das Heleninhas
Numa audiência pública que discutiu o inédito tema da violência infantil foi chamado um professor meio doido de minha terra (que foi censurado da matéria, por que será?). Segundo o professor Maluquinho, a violência é uma característica inata do ser humano, então era bobagem isso de 'aumento da violência contra menores ou de menores'. Tudo isso era natural e sempre vai existir.
Outro ponto do Maluquinho é que a família não está em crise. Para ele os valores da sociedade estão mudando e com eles a família também muda. Em miúdos, a família moderna é aquela de pais presos, das mães adúlteras e de primos-irmãos (além de outras combinações mais criativas que me dariam um processo se escritas), mas nada da família ser causa de violência.
Quando já estava me coçando, crente de que ia ouvir mais uma explicação sobre os valores do Estado criam violência ou algo como impunidade gera violência, o Maluquinho me surpreendeu. A verdadeira culpada da violência juvenil no país são as Heleninhas. E não pensem que ele deu uma de Cristóvam Buarque e prometeu salvar o mundo com a educação. Quem ensina ética e moralidade e nos impede de sair por ai tocando fogo em mendigo e baleando as pessoas são as professorinhas primárias. A verdadeira culpa da violência no país é das Heleninhas que não são mais o que foram.
Elas podem até não estar mais controlando a violência juvenil, mas um dia podem aprender a ser gostosas e fazer o que se faz em países ricos. Assim com certeza a violência dos pirralhas seria contida e o Brasil ia ser feliz para sempre e eternamente.
sábado, 26 de abril de 2008
Catota
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Catota nasceu numa família pobre que morava num bairro pobre. Logo cedo viu que a voda não lhe seria fácil. Seu pai foi preso e sua mãe lhe deu mais sete irmãos. Teve que trabalhar pedindo esmola para sustentar sua família quando sua mãe adoeceu. Ainda assim era obrigado a ir na escola para dormir por algumas horas. Tudo para não perder o benefício do governo. Aos doze, conseguiu um empréstimo de um garoto da ONG de seu bairro. O garoto ONG deu o dinheiro para Catota comprar um caderno de estudos. Catota usou a oportunidade para empreender seu primeiro investimento financeiro: um sacão de pipocas. Pode não ter estudado nem ser inteligente, mas com aquele saco Catota aprendeu um lição ao abrir falência: pipoca não é empreendimento. Pobre Catota, o garoto ONG deu dinheiro para todas as crianças do bairro que compraram pipocas. Pobre Catota, se tivesse comprado um caderno poderia vendê-lo para ajudar a família.
Um dia sua sorte iria mudar. Essa era uma certeza que sua mãe tinha. E não se enganem, a mãe de Catota não era mulher de ter certezas. Ela aprendeu desde cedo que pobre não pode ter certezas. Mesmo assim tinha duas: ela própria não teria futuro e Catota teria algum futuro. A primeira certeza veio quando ela nasceu. A segunda veio quando ela pegou se filho comendo catota para passar a fome. Nenhuma outra criança da favela fazia aquilo. Assim não era difícil perceber que Catota era especial. Também não era difícil perceber como ele ficaria conhecido. Para a mãe de Catota certezas eram coisas simples e perceptíveis logo de cara. Talvez por isso ela não tivesse tantas certezas. Pobre mulher, nunca pensou que o futuro do filho poderia pior que o seu próprio. Pobre mulher, não foi dotada de inteligência, fortuna e sorte.
Na verdade, a mãe de Catota tinha sim alguma sorte. Morreu sem ver a cara de tristeza de seus sete filhos. Mulher de sorte, nem viu o espanto de Catota, que aos dezoito anos se viu órfão, pobre, preto, feio, virgem, fudido e precisando cuidar de sete irmãos. Falando assim, parecem ainda maiores, mas não seriam suficientes para espantar Catota. Afinal todos sempre existiram, a exceção de um, claro. O que preocupava era como levar seus sete irmãos devolta para o barraco. Foi um primo distante, daqueles que de parentesco só restou a pobreza, que levou os irmãos para o cemitério público. Depois ele seguiu estrada para nunca mais dar as caras. Antes de partir fez um gesto de nobreza, provavelmente o único de sua vida, e deu um dinheiro para ajudar nas despesas. Pena que aquele dinheiro nem desse para a passagem de volta. Pobre primo distante, só quis ajudar. Pobre primo distante, mal sabia que Catota lhe seria eternamente grato por um tempo.
A mãe de Catota era mulher alguma religião. Como alguma não é algo definido, nem os espíritos podem dizer para onde ela foi. Uns dizem que ela reincarnou em alguma branca sueca pobre. Outros já dizem que ela virou uma estrela que brilha sobre a favela. Há sempre aqueles que dizem que alma de pobre só sobe aos céus. Mas houve um, só um, que achava que o espírito da mãe de Catota tinha virado uma brisa, daquelas que trazem bons e maus presságios, ou que pelo menos nos dizem para sair de guarda-chuva. Alheio a todo esse debate espectral, Catota decidiu fazer alguma coisa daquele dinheiro. Acabou experimentando sua primeira certeza: não compraria um sacão de pipocas. Foi então que uma brisa soprou e seguiu até a loteria. Essa brisa iniciou uma grande discussão semi-devastadora entre os espíritos que só foi resolvida quando todos concordaram em voltar a discuti-la no próximo congresso dos espíritos de origem/destino indefinidos que acontece em Agosto. Catota desconhecia sinais e muito mais. Ele se achou muito esperto por arriscar toda sua fortuna num só bilhete. Pobre Catota, passou fome por ter gasto aquele dinheiro. Pobre Catota, ganhou e nem sabia o quanto valia doze milhões.
Pode até não parecer, mas doze milhões é realmente muito dinheiro para uma pessoa só. É mais do que alguém que trabalhe a vida inteira vendendo pipocas pode conseguir. A não ser que você seja um rei das vendas de pipoca. Doze milhões parece saldo de balança comercial que se vê na tv; ou então custo de obras desnecessárias do governo. O governo saberia como gastar aquele dinheiro, Catota não. Pensou em comprar pipocas, mas se lembrou da última falência. Pensou em colocar os irmãos para estudar, mas se lembrou do próprio estudo. Pensou em doar para a Igreja, mas se lembrou que ela só pegaria 10%. Catota acabou se lembrando de algo que deveria ter feito no passado quando teve dinheiro. Gastou cada centavo do que tinha em cadernos. Pobre Catota, mal sabia o que estava fazendo. Pobre Catota, não tinha noção do quanto valia doze milhões nem da quantidade que seria isso em cadernos.
Sem ter idéia do que tinha feito, Catota começou a vender cadernos. Os primeiros compradores foram os garotos das ONGs; aparentemente eles realmente usavam cadernos, Catota nem imaginava como. Os segundos compradores foram donos de papelarias; esses vieram reclamando do preço, da qualidade, do governo, da concorrência e da safra de trigo. O terceiro comprador foi o governo, que chegou acusando Catota de monopólio, dumping e formação de quadrilha. Os cadernos foram confiscados para o bem público e Catota foi indiciado criminalmente. Pobre Catota, perdeu tudo antes de ter noção de quanto tinha. Pobre Catota, experimentou sua segunda certeza: nunca seguir conselhos de garotos de ONGs.
quarta-feira, 23 de abril de 2008
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Botchan
Foi andando por lá para matar o tempo que achei uma pérola. Um livro novo que brilhava na prateleira chamou minha atenção. Em três segundos percebi que ele ia ser roubado, pois alguma anta pública colocou a tarja magnética na contra-capa removível. No quarto segundo me surpreendi, pois o prefácio comparava esse livro as Aventuras de Huckleberry Finn e a Catcher in the Rye. Saí de lá feliz com o livro.
Ainda assim, o autor era um japa e isso sempre me dá a sensação de que vai sair algo semelhante a anime, mesmo que a obra tenha sido escrita em 1902. Botchan conta a história de um jovem revoltado que por sua própria porra-louquice acabou como professor de matemática em um lugar perto do fim do mundo onde se mete em muita confusão causada por pessoas sem moral e noção de honra (macacos do interior, na sua própria definição).
O primeiro capítulo do livro é genial. Lá Botchan apresenta toda sua capacidade de se meter em confusão e também sua honra em assumi-las. Nada de sair se escondendo por ai ou fingindo que não fez nada. Quando ele se forma e sai de Tóquio, Botchan passa a ter que conviver com pessoas dissimuladas e covardes no interior do Japão. Não pude deixar de pensar em Ayn Rand com seu mundo dominado por saqueadores morais. Natsume Soseki coloca Botchan contra o sistema, mas é impossível de levar o protagonista a sério. Suas brigas e seus protestos são tão infantis quanto a cara de pau dos outros. E assim ele segue sem perceber um palmo diante de seu nariz e agindo sem pensar.
As vezes parece que o autor quer mostrar o Japão em transição do feudalismo fechado para um império mundial. Botchan parece um samurai com 100% de honra e nenhum neurônio e todo o resto é rato capitalista querendo perverter o sistema. No fim das contas o autor só queria contar uma história de um professor falando mal dos alunos e mostrar que aquele tal 'futuro da nação' não passava de um bando de arruaceiros.
Não vai emocionar nem fazer alguém mijar de rir, mas vale a leitura. Até porque daqui a alguns dias seremos nós a falar mal da juventude.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Peter Pan
Nisso ele me lembra O Pequeno Príncipe. Não por causa de todo aquele lero-lero emocional e bonitinho, mas pela capacidade de propor ou tecer reflexões de acordo com nossa vivência. Quem o ler com 15 anos, vai ter uma interpretação diferente de quem o lê com 20 e assim por diante. Creio que só lá para os 40 ou 50 é que se pode ter uma interpretação plena da obra (mas se você interpretou e deduziu tudo que está lá escondido antes, então você é uma pessoa velha e convencida).
Peter Pan é um conto de fadas por natureza (dã). Mas basicamente ele narra as aventuras de Wendy e seus irmãos em Neverland (Terra do Nunca, todo mundo com mais de 18 anos lembra). Neverland é uma terra real apenas para seus habitantes, mas recebe sempre a visita imaginária de todas as crianças que sonham. Não é preciso dizer que lá há um espaço para todo tipo de magia.
Peter Pan é alma de Neverland. Ele é a personificação de todas as crianças. De todas as suas aventuras, coragem, dúvidas, medos, criatividade e por ai vai. Mas a principal qualidade de Peter (além de não envelhecer e de voar) é a sua arrogância. É nela que está toda sua força e é por ela que todos são atraídos. E não como dizer que arrogância é uma parte fundamental da infância? a diferença é que Peter era arrogante porque ele tem plena confiança em tudo que faz e realmente consegue fazê-lo. E lá temos a criança perfeita.
Mas o que me surpreendeu não foi nenhuma das crianças, mas sim o Capitão James Hook (Gancho, dã). Amargurado, medroso e vingativo. O cruel pirata que no fundo só parecia querer ser criança. Ele tenta conversar algumas vezes com seus homens, mas estes parecem burros demais para entendê-lo. Tadinho dele. Deu até vontade de assistir Hook de novo e desta vez torcer pelo capitão.
Há algo que não pode deixar de ser dito. Apesar de ser um livro fabuloso, esta é uma fábula para garotas. Mas isto não é exclusivo. Essa orientação vem da narradora Wendy que consegue ser com Peter irmã, amiga, namorada, esposa e mãe. Mas Peter só admite crianças como mães. Assim que sua atual mãe cresce, ele logo a esquece e procura outra. E é assim que no final Peter vira a própria infância. O que me leva a pensar em assistir Hook novamente: 'e se Peter Pan crescesse?'.
Enfim, admito que o livro ainda me faz pensar num monte de besteiras aleatórias. Mas é um livro realmente belo e empolgante. Uma leitura para uma vida inteira.
terça-feira, 8 de abril de 2008
Espaço Público
Só para não dizer que não fazem nada: eles tem que aprovar os planos-plurianuais e orçamentos do governo todo ano. Isso consiste em ouvir o Secretário da Fazenda por horas sem fim até alguém dizer: "chega! vamos jantar". No mais, só ficam levantando discussões sabe-se lá o por quê.
Mas o que é realmente pior nisso tudo é o nível das discussões. Audiências públicas são montadas somente para quem é a favor do que está sendo discutido. Houve uma bem legal que era sobre presídios femininos e os riscos que os filhos de almas sebosas corriam lá dentro. Ai do nada aparece uma dessas figuras feministas e racistas negras que dizia que deveria ser estudado com atenção o caso das mães negras e dos filhos negros (porque branco não precisa de nada). Ou então, quando se discute a questão de pesquisas com células tronco só chamando pesquisadores. Ou a questão do açúcar e do álcool só com a presença de plantadores de cana.
Tudo observando o mesmo critério de diversidade de opinião presentes nos diretórios acadêmicos.
Mas é nos encaminhamentos que uma Assembléia fica igual a um DA, pois após horas de discussão, alguém percebe que não há nada a ser feito e simplesmente nada acontece. Até porque não se aprova nada em audiência. É só um espaço, hã, para o povo falar. Muito útil por sinal.
Mas ok, Assembléias podem conceder título de cidadão! Sempre a pessoas muito importantes para o estado, como Fernando Henrique Cardoso é para, hã, Pernambuco.
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Rebels on the Air
Por sorte, Rebels on the Air só me parece nome de banda punk ou música de metal. De resto, Jesse Walker apenas se propõe a conta a 'história alternativa do rádio na América [do Norte]'. É o tipo de coisa que um aluno barbudo de comunicação usando roupas velhas faria. Mesmo assim é surpreendentemente muito bom (apesar disso ainda acho que ele deve ser um coroa, barbudo, de camisa de banda preta do Scorpions ou do Iron Maiden).
Ele narra o surgimento da rádio nos EUA e como os amadores foram os pioneiros do espectro. Esses amadores eram verdadeiros 'exploradores do éter'. E ao final da Grande Guerra conseguiram dobrar a marinha (que aspirava pelo monopólio do espectro nacional) ao mostrar que eles eram muito mais capazes que os técnicos treinados pelo exército. Eram tão mais capazes que até aprenderam a explorar comercialmente aquele novo espaço real.
O autor também fala das evoluções técnicas do rádio e de como o FM foi descoberto por acidente por meio do popular 'atirar no que viu e acertar o que não viu'. E também de todas as brigas que a FCC gerou com o sistema de concessão tão bizarro quanto o brasileiro.
Mas a real defesa que Walker faz do rádio é a criatividade. Ele constata que a liberdade e a criatividade são coisas juntas e por as rádios alternativas e piratas conseguiram ir da genialidade a podridão. E esse tipo de coisa só aparece quando a liberdade é total. O curioso é que assim ele acaba defendendo todo tipo de rádio: hippies, yuppies, niggers, revolucionários, latinos, judeus ortodoxos, todos deveriam ter a sua parte no espectro dar asas a suas imaginações por mais bizonhas que elas venham a ser (os exemplos provam que isso pode ser realmente bizonho).
Depois ele entra numa parte desnecessária e desatualizada. Fala de liberdade de um lado mais político. Ataca o então senador McCain que estaria sendo um grande problema para as pequenas rádios. E fala de podcasts, rádios digitais e a internet como um novo retorno ao tempo dos amadores.
Eu não queria dizer isso, mas o livro é de fato um relato apaixonado sobre o rádio e é bom de ler até para quem não gosta de rádio (como eu, por exemplo).
terça-feira, 25 de março de 2008
Li um russo
'How much land does a man need?' conta a história de um lavrador que ao ouvir sua mulher e sua cunhada discutirem sobre os benefícios e os problemas do campo e da cidade acaba, sem meias palavras, dizendo merda: "se eu tivesse terras em excesso, não temeria ao próprio diabão em pessoa". O diabo, que sempre ouve essas coisas (e também a Voz do Brasil), põe em ação um plano que leva este homem até os confins da Rússia. Lá, por ambição do próprio agricultor, ele encontra seu fim (yeah, contei o final imprevisível dessa história). É simples, é direta, é linear e bem escrita. Mas precisava de umas 16 páginas pra contar isso? Tenho a impressão de que essa é uma daquelas histórias que nos passam em correntes de e-mails e pode ser adaptada em uma apresentação de slides tocando alguma música do Zé Ramalho.
O segundo conto é 'A Morte de Ivan Ilych'. Ele narra a vida de Ivan Ilych e de como ele 'passou pela vida e não viveu'. Nos dá valorosas lições de não escolher a esposa errada (sugerindo um antes só do que mal acompanhado) e de como nossas filhas serão clones de nossas esposas. Eu faria os mesmos elogios e ressalvas do texto anterior, mas colocaria uma outra música na apresentação, um blues depressivo qualquer ai.
Mas, ok... Para quem escreveu livretos como Guerra e Paz e Anna Karenina, esses contos são minúsculos e nem podemos reclamar de que são ruins e tal. São 'ok' apenas. Algo para uma tarde de segunda-feira chuvosa quando só houver os Trapalhões e Paulo Coelho no cinema.
sábado, 15 de março de 2008
Estagiário público
Mas deixando as esferas do poder de lado, o que me aconteceu foi o seguinte: pela primeira vez me senti um funcionário público que todo mundo imagina. Estou sem porra nenhuma para fazer e estou mamando nas tetas do Estado; indo para o trabalho para bater ponto e ler jornal.
Até gostaria que fosse 100% verdade isso, mas essa falta do que fazer transformou meu estágio de Tv em estágio de secretariado e de biblioteconomia. Tenho que catalogar e arrumar os milhares de dvds e fitas que temos lá. Além disso elaborei um sistema daqueles códigos loucos para catalogação. Acho que sou ruim nisso, porque as pessoas ainda conseguem encontrar os dvds catalogados. Mas tenho tempo suficiente para praticar essa arte sumir com as coisas mesmo sabendo onde elas deveriam estar.
terça-feira, 11 de março de 2008
Os Três Mosqueteiros
Mas deixando de abobrinhas; como diz o craque: clássico é clássico. Mas alguns parecem ter um gostinho a mais que os outros. No Rio, por exemplo, reza lenda que jogar contra o Botafogo é clássico. Mas um Fla Flu consegue misteriosamente encher bem mais os estádios. Mas deixando as metáforas futebolísticas de lado, este livro é fantástico.
Para falar do óbvio: tudo começa quando D'artagnan, um jovem gascão, é mandado pelo seu pai à Paris para virar gente na vida. Em Paris ele fica amigo de três mosqueteiros após uma situação curiosa. Até então só temos 4 soldados bêbados e boêmios gastando o pouco que não tinham por ai.
É quando D'artagnan é envolvido numa intriga poderia por a França, a Inglaterra, a Espanha e a Áustria em guerra. É em defesa da honra da rainha francesa que esses quatro fazem grandes feitos. Tudo não passa de um simples quarteto amoroso. O Rei da França, o Duque de Buckinham e o Cardeal Richilieu que estão apaixonados e enciumados pela Rainha da França. No fim das contas quem importa são os mosqueteiros e Richilieu.
Mas para evitar um festival de coisas que já foram ditas por milhares de pessoas, vou destacar apenas o que me chamou atenção e seguir uma ordem por cabeça, que também achei mais interessante seguir:
1 - Richilieu não era mau. Sabe, depois de assistir milhares de filmes onde a Cardeal fazia de tudo para dominar a França e acabar com os mosqueteiros, finalmente descubro que ele sempre dominou a França e fazia o que quisesse dela. Como amava a rainha e não foi correspondido, passou a persegui-la. Essa a motivação do Cardeal contra os mocinhos. Mas quando ele percebe o valor dos quatro amigos, ele acaba os aceitando como homens cheios de valor e promove D'artagnan a tenente dos mosqueteiros.
2- Milady é que é a verdadeira maldade encarnada. É uma daquelas mulheres más de novelas da Globo, que todos sabem ser falsa, mas que por algum motivo ainda caem em suas manipulações.
3- D'artagnan é tudo o que dizem e mais um pouco. Faz aquele mosqueteiros ninja dos filmes parecer um pato desengonçado.
4- Aramis é quase um Richilieu. Mas sem todos os poderes e com conflitos pessoais entre a religião e o amor.
5- Porthos é uma decepção. Ele não faz nada além de falar alto e arranjar problemas.
6- Athos é uma surpresa. Ele é muito mais amargo do que se pensa e muito mais doido quando quer. Imagine, no meio de uma guerra, alguém propor almoçar durante uma hora num bastião exatamente entre dois exércitos. E pior, ele consegue fazer isso.
Ação, mistério, amor, aventura, velocidade, duelos, intrigas, emoção, tragédia, comédia e um toque de brilhantismo resumem tudo (até porque se eu falar mais estraga). É bom ler esse livro antes de morrer, caso contrário, matem-se.
autodescoberta
terça-feira, 4 de março de 2008
Isso sim é uma execução decente
"Deverá ser atenazado no peito, nos braços, nas coxas, nas pernas; sua mão direita, segurando a faca com que atentou contra o rei, deverá queimar até desaparecer; onde for atenazado, será derramado chumbo derretido, óleo fervente, resina e pez ardentes; por último, o que restar do corpo será puxado e esquartejado por quatro cavalos tangidos em direções diferentes; os pedaços serão lançados ao fogo até virarem cinzas, que serão lançadas ao vento".
E assim morreu o cara que tentou matar o Rei Luís XV. Fico imaginando como seria a sua morte se ele tivesse conseguido.
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
29 de Fevereiro
E digo mais: ele acontece a cada quatro anos.
E digo mais ainda: a história desse dia está em todos os jornais e tem a ver com a Igreja.
E ainda sou capaz de dizer mais: tem gente que nasce em dias assim e se diz com 16 anos estando com 64 anos.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
Desistência
Se fosse meu, o livro ia para pilha onde Nietzsche e a Biografia feita por Pedro Biau aguardam sua vez.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Stardust
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
American Gods
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Uma homenagem ao Carnaval pernambucano
Muita festa, muita alegria e muita Igreja. Quem não pensa nisso no carnaval? Felizmente aqui em PE temos nosso querido Arcebispo que se importa conosco e deixou sua mensagem para o país. Não tomem a pílula rapazeada e lá vamos bancar a bolsa família de uma geração inteira de escorpianos e uns poucos sagitarianos. Nada que uma próxima folia não pague.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Compensação histórica

.....
Um ps: olha a prova de que esse território é meu de direito com a lista de meus antepassados nessa irrefutável e séria enciclopédia eletrônica.
http://en.wikipedia.org/wiki/Soter
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
História do Cerco de Lisboa
domingo, 6 de janeiro de 2008
Citação
A towel, it says, is about the most massively useful thing an interstellar hitch hiker can have. Partly it has great practical
value - you can wrap it around you for warmth as you bound across the cold moons of Jaglan Beta; you can lie on it on the brilliant marble-sanded beaches of Santraginus V, inhaling the heady sea vapours; you can sleep under it beneath the stars which shine so redly on the desert world of Kakrafoon; use it to sail a mini raft down the slow heavy river Moth; wet it for use in hand-to-hand-combat; wrap it round your head to ward off noxious fumes or to avoid the gaze of the Ravenous Bugblatter Beast of Traal (a mindboggingly stupid animal, it assumes that if you can't see it, it can't see you - daft as a bush, but very, very ravenous); you can wave your towel in emergencies as a distress signal, and of course dry yourself off with it if it still seems to be clean enough.More importantly, a towel has immense psychological value. For some reason, if a strag (strag: non-hitch hiker) discovers that a hitch hiker has his towel with him, he will automatically assume that he is also in possession of a toothbrush, face flannel, soap, tin of biscuits, flask, compass, map, ball of string, gnat spray, wet weather gear, space suit etc., etc. Furthermore, the strag will then happily lend the hitch hiker any of these or a dozen other items that the hitch hiker might accidentally have "lost". What the strag will think is that any man who can hitch the length and breadth of the galaxy, rough it, slum it, struggle against terrible odds, win through, and still knows where his towel is is clearly a man to be reckoned with.
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
Liquidação do ano novo. Só produtos de primeira qualidade
- Ele tem três rodas, filho.
- Mas ele deveria ter quatro.
- Uma é do governo.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
Um Conto de Natal (atrasado)
Charles Dickens é um mestre em falar de pobreza como algo bonitinho (quase miguxo). Talvez isso aconteça por causa do ofício de jornalista que ele exercia, mas até hoje essa influência não foi provada. No entanto, apesar de trabalhar no que trabalhava, ele é um autor de estilo e originalidade raras. Seu conto de Natal é uma prova disso.
Mesmo no tempo de Dickens, todas as histórias de Natal já estavam escritas, a sessão da tarde apenas as atualizam de acordo com o período. Seu Conto narra o sonho de Natal de um velho ranzinza chamado Scrooge (Isso mesmo, o tio Patinhas).
Na véspera de Natal, Scrooge é visitado pelo fantasma de seu antigo sócio, que o alerta de um ultimato que o velho ranzinza receberá. O ultimato é a visita de três espíritos, o Espírito do Natal Passado, o Espírito do Natal Presente e o Espírito do Natal do Futuro. Eles mostram ao velho o que ele fez, o que ele vem fazendo e como terminará. Scrooge é tocado pela mensagem dos espíritos e muda completamente sua vida.
É um conto bonitinho e meigo, no entanto consegue ser duro e cruel quando necessário, coisa que só Dickens poderia fazer. E deixa uma forte mensagem de mudança. Melhor que qualquer livro de auto-ajuda, Um Conto de Natal de Charles Dickens é um bom texto para se ler em qualquer época. Sua mensagem independe de épocas, afinal sempre há tempo para mudanças.
.....
Falando em mudanças. Lá se vai mais um ano. Espero que 2008 seja um ano melhor e que me traga muito mais dinheiro, surpresas e felicidades! E quem sabe dessa vez eu não ganhe na loteria...
Ah sim, e aos fantasmas que vierem por aqui, podem pegar um pouco desses votos emprestados.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
domingo, 16 de dezembro de 2007
Coisa que nunca vou entender
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
The Hitchhiker's Guide to the Galaxy
Simples. Apesar do nome declaradamente nerd, este não é um livro de ficção científica. Claro que há elementos disso nele, como ETs e naves espaciais, mas esse não é o ponto do livro. Aliás, pode-se dizer que este é um livro sobre nada e é justamente por isso que é bom.
No primeiro capítulo, a Terra explode e de lá só sobra um ser humano que não pode fazer nada em relação a isso. Basicamente, é um livro sobre a história de Arthur Dent, o último homem do universo, e de como ele passa por uma série de situações improbabilíssimas para sobreviver. Claro que isso leva ele a perceber que está num esquema muito maior, mas que sua presença nele é puramente acidental.
Até ai temos um livro comum do gênero. Para variar, é nos detalhes que encontramos a genialidade do livro. Ele foi criado originalmente como um programa de rádio. Dai quando foi adaptado nota-se que o Douglas Adams tem habilidade em produzir imagens e sons com as letras; as vezes o livro parece até um roteiro de rádio agradável de se ler. Descreve só o necessário e dá muito espaço aos diálogos rápidos. Isso deixa o livro leve e capaz de ser lido numa tarde.
Outro ponto positivo do livro é que ele sempre traz surpresas ao leitor. A página seguinte é sempre um mistério, a não ser que você espere sempre os absurdos mais improváveis. Há muito o que se falar nele, mas ai seria um spoiler atrás do outro.
No mais vale muito a pena a leitura e dou destaque ao capítulo dos pensamentos da baleia. Este é simplesmente genial!
sábado, 24 de novembro de 2007
Viagem sentimental a Petrolina e Juazeiro
A seca no litoral pernambucano me forçou a pegar um pau-de-arara cheio de estudantes bêbados, que haviam secado o estoque de álcool da capital e buscavam mais no interior, e me dirigir ao interior do estado. Após 12 horas de estrada e apenas 2 de sono, vimos aquilo que foi o objeto de nossa viagem. Nos quatro dias que passei tentando atingir meu sonho de América no sertão deu para notar algumas coisas na cidade:
- O sol não tem a menor moral lá. 40 graus na cara, clima seco, empoeirado e nenhuma gota de suor. Bom para se manter limpo, não fosse a poeira.
- O shopping de Petrolina tem três passos de interior. Todo esse espaço é preenchido pela nata petrolinense, que envolve patricinhas, mauricinhos, posers e crentes. Todos mui bem produzidos para ver os dois filmes em cartaz nO cinema da cidade.
- Singrei os sete mares do velho Chico, observando a vida marinha e o acasalamento das piranhas. Algumas tentaram acasalar com a tripulação, mas felizmente conseguimos aportar antes.
- Pude conhecer uma vinícola de perto e ver a vida de turistas idiotas e velhos no seu habitat natural. Lá também posso dizer que experimentei de tudo um pouco (exceto dos turistas, claro).
- Também vi que Petrolina é um péssimo lugar se você quiser se vangloriar de seu sotaque. Todo mundo tem o sotaque de algum lugar por lá. Os gaúchos falam como gaúchos, os baianos como baianos e os cariocas como os chatos que são. Só os petrolinenses de fato falam sem sotaque, mas estes são uma espécie em extinção.
- Visitei o Bodódromo. Local onde não um bode.
- Vi a maior concentração de mangueiras urbanas na face da terra. Cada casa tem pelo menos três.
E por fim voltei no mesmo pau-de-arara. Mas dessa vez os estudantes não suportaram a dor de ter seus sonhos despedaçados com o sumiço do álcool de Petrolina.
Mas ainda há duas importantes coisas para falar sobre a outra dádiva do São Francisco. Mas esta fica do lado baiano.
Juazeiro
- A cidade tem dois prédios com ótima vista para Petrolina.
- Lá há placas de bairros como placas de ruas. Weird.
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ps: Há que se agradecer a família que recebeu este chato que escreve forma como se fosse rei quando na verdade era um retirante.
pps: Para variar, como em qualquer viagem, fico com a sensação de que perdi alguma coisa. Mesmo sem ter perdido nada.
ppps: Como promessa é dívida e disso eu corro: Um beijo gostoso, Cris.
terça-feira, 20 de novembro de 2007
Pra não passar em branco
ps: tão ruim esse. Mas é só pra dizer que logo haverá um Petrolina Tales por aqui.
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Mais educação
A idéia é simples. As escolas passarão a ser pontos de coleta seletiva, o que não será problema já que todas são ricas em infraestrutura. O lixo acumulado vai servir para ser vendido e gerar renda para ser aplicada em projetos educacionais pelas próprias escolas. Me pergunto se eles poderão vender alunos para servir de mão-de-obra em algum país com ditadores legais.
O resto do projeto consiste em ensinar os alunos que não forem vendidos a se tornarem catadores. Eles ganharão prêmios da secretaria de educação por lixo catado, mas por motivos de auto-estima, esses prêmios serão chamados de créditos acadêmico ambientais. Esses créditos poderão ser trocados na reitoria invadida mais próxima de sua casa.
sábado, 20 de outubro de 2007
Minipeça de acordo com a futura lei politicamente correta
- Paulo... eu não sou gay.
- Então vá preso! Você está me oprimindo seu maldito preconceituoso!
(Polícia aparece e leva Sérgio)
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Gays do Rio decidem que é necessária um lei para tornar crime a discriminação sexual. Aparentemente, este domingo eles se reuniram aos milhões no Rio para se agarrarem e posar para as câmeras, como alguma forma estranha de protesto. Isso tudo só para tornar a hipotética situação de cima verdadeira. Vai saber onde isso vai dar...
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Stardust
Aproveitem e leiam o livro que deve ser muito bom também. E não se incomodem com o lado macho de Robert de Niro.
domingo, 14 de outubro de 2007
Domingo eu quero ver
In the sleepy English countryside of decades past, there is a town that has stood on a jut of granite for six hundred years. And immediately to the east stands a high stone wall, for which the village is named. Here in the town of Wall, Tristran Thorn has lost his heart to the hauntingly beautiful Victoria Forester. One crisp October night, as they watch, a star falls from the sky, and Victoria promises to marry Tristran if he'll retrieve that star and bring it back for her. It is this promise that sends Tristran through the only gap in the wall, across the meadow, and into the most unforgettable adventure of his life.Nisso:
"Um conto de fadas mal comportado".
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Aproveitando para um ps: o filme é mó bonitinho e bem feito. Mas cuidado para não entrarem na sessão dublada. Estará cheia de crianças sem entender o filme e rindo do Robert De Niro. Mesmo assim vale a pena ver e rever.
Aproveitando para um pps: o filme acabou me deixando muito curioso em relação ao livro. Então até devo adquiri-lo e colocá-lo em alguma posição de destaque na minha infinita pilha de 'livros a ler'.
Aproveitando para um pps: só pra constar, estou falando de Stardust do Neil Gaiman.
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
Eu, educador
Um dos erros era ser 'sexista'. Bem, isso não é erro, é fato. Tratar um menino com bonecas e jogo de chá é que é errado. Ser sexista é uma necessidade, caso contrário terminaremos com uma geração de homossexuais que vai destruir a classe média quando morrerem.
Outro erro era 'ficar ansioso'. Para a pedagoga da Folha, é normal que o seu filho seja mais burro que a filha do vizinho; então aceite! Não. Não é normal e se seu filho é mais burro que o filho da vizinha, então ele é simplesmente burro e tem que ser cobrado. Caso contrário vai virar um preguiçoso e vai fazer direito em universidade paga, classe C.
Mas agora vem as surpresas. Apontar que os adultos em sua maioria querem ser donos da brincadeira é de fato um erro. Só me lembra aquele pessoal chato que fica animando festas e fazendo as crianças correrem loucamente de um lado para o outro sem motivo algum. Burn them!
Mas o que mais me surpreendeu foi considerar o 'ser politicamente correto' como um erro. Se o pestinha passar horas brincando de briga, deixe! Isso faz parte do desenvolvimento dele seu pai gay e cheio de frescura! Com isso só espero um dia ver um desses pequenos gritando: "Aquecimento global é o caralho! Eu quero é espada laser!".
terça-feira, 9 de outubro de 2007
The Great ol’ Sherlock
- Só me parece óbvio que você tenha torcido o pé hoje pela manhã quando andava a cavalo pela região de Liverpool; seja ateu; advogado; é canhoto; e que tenha vindo armado até minha casa. Além disso não posso dizer mais nada.
De quem falo em meu breve relato mal elaborado? Ora, de Sherlock Holmes, claro. E obviamente tenho que deixar mais claro ainda que Sir Arthur Conan Doyle faz uma passagem como essa acima, a diferença é que a dele é milênios melhor que a minha. Mas não poderia deixar de citar a capacidade de observação do melhor investigador da literatura mundial (e estava com preguiça de procurar a passagem para trazer spoilers).
O interessante é que mesmo em contos e em romances, Conan Doyle consegue explorar o investigador de forma nova, criativa e (por que não?) foda. Ah, isso mesmo, foda! É o melhor adjetivo para Sherlock.
Afinal um investigador que tem a melhor capacidade de observação existente, é bem informado, sabe se disfarçar e atuar, tem posses, mora só por opção e que investiga por puro prazer só pode ser alguém no mínimo interessante. Suas histórias são narradas por seu único amigo, o doutor Watson, que ao contrário do banana que os cinemas passam, é alguém culto que sempre se impressiona com o quão foda seu amigo é. E apesar de tudo é alguém humano, que calcula todos os riscos que poderá passar e não sai se arriscando com um ego à prova de balas.
O que deixo aqui não é exatamente uma resenha ou uma crítica, mas um convite à leitura deste clássico. Mas não quero agir como a MTV que manda você desligar a tv e ler um livro com atchitchude. É melhor ler um livro com relatos impressionantes e soluções racionais, porém fantásticas. Portanto volto a enfatizar: saia deste blog e vá ler Sherlock Holmes! E nada de frescura em pensar que basta ver um filme ou saber sobre ele na wikipedia. Os livros desse personagem são únicos!
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Utilidade pública
Eles quase sempre são sites de sacanagem produzidos por gordinhos que usam óculos e franja sobre os olhos. Quando não o são, você com certeza vai notar que o conceito de "visual clean", não está nem perto de chegar no Japão. Aquelas letrinhas estranhas fazem um site alemão parecer simpático. E quando conseguem deixar um site limpinho, aparece uma foto ou uma imagem que deixa tudo muito assustador.
Keep away from that, pelo seu próprio bem.
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Trivialidades pra variar
E de repente vendo o site meter, notei que alcancei a visita número 5.000. E foi alguém que procurava algo (provavelmente sério e chato) sobre a "vaidade no livro de dorian gray". Pelo 0 segundo que a visita durou, acho que a pessoa notou que não há seriedade por aqui. Mas se não há seriedade, pelo menos que haja coisas legais (pena elas serem difíceis de achar).
Mas ai vai uma que me tenta a escrever algo sobre Final Fantasy 7. Por enquanto só vai o vídeo.
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
um final-de-semana pela manhã
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Outra curiosidade dessa final é que ela passa todos os finais de semana na Globo. Hoje foi o Torneio Internacional, próxima semana será a Copa Brasil, depois deve ser alguma Liga Brasileira, até o último confronto lá pelo natal: a Quase Liga Internacional Brasil de Vôlei. Mas o amistoso Rio x Osasco para dia 30/12 já está confirmado. Não percam!
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Só pra não ficar calado
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Falta do que fazer gera pobreza (intelectual) - 2ª Edição
Só para assustar, ai vai o pedaço que me fez desistir e o link pra quem quiser se arriscar:
"A desconstrução derridiana não pode ser explicada em poucas palavras. Apenas como introdução, lembremos que Derrida qualificou a cultura ocidental como "logocêntrica", isto é, baseada num racionalismo que pretende ser universal. O filósofo a "desconstrói" procedendo a uma leitura crítica dos textos de nossa cultura, em busca dos pressupostos metafísicos em que esta se assenta, revelando suas ambigüidades, contradições e não-ditos".
http://revistacult.uol.com.br/website/news.asp?edtCode=3A4F02C2-6887-4DCB-BC36-894C6EFC6B44&nwsCode=AC95C27C-D227-4743-975F-9A828AE631D0
.....
A leitura de Dom Quixote e o choro do Garoto Singelo acabaram me levando a pesquisar um pouco mais sobre Tirant lo Blanc, um livro que é citado por Cervantes somente como: "the best book ever". Mas logo descobri que o livro tem umas 900 páginas e é formado por diálogos imensos. Isso esfriou um pouco minha busca, mas como o cara da resenha na livraria cultura já fez a porra do favor de contar toda a história, pensei que não faria mal assistir o filme, se houvesse. Só pra fazer pose mesmo.
Mas foi nessa busca que descobri algo assustador. Existe um filme sim de Tirant e é recente, 2006. Mas... olha a classificação da película no imdb: "Lesbian / Hero / Epic / Adultery / Topless / Teenager" e mais...
Um herói épico lésbico sem camisa e pegando a mulher jovem dos outros. Uma capa completamente sugestiva. E uma Istambul como cenário. Tudo para ser um sucesso entre os filmes de arte europeus (pornografia é arte por lá ou é o inverso?).
Quando eu ficar rico, dedicarei alguns meses a essa obra. A não ser que alguém faça um outro filme para o qual eu possa levar meus pais sem ficar constrangido.
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
Imbecilidades (porque às 5hrs da manhã, ninguém produz nada)
terça-feira, 28 de agosto de 2007
Letras e Artes e estágios - Parte Final
- Como o senhor se define? Um escritor? Um poeta?
- Meus amigos me chamam de poeta indefinido. Pois fiz trabalhos dentro de tantas áreas que é até difícil me definir em algo específico.
- Mas o senhor prefere qual definição?
- Gosto dessa.
Foi publicado como "professor", já que esse é o único de seus trabalhos que é remunerado. Isso me deixou curioso em porque essas pessoas gastam para publicar coisas com as quais ninguém se importa. Mas isso nem é um pensamento importante, pois as pessoas tem todo o direito de fazer isso afinal. Só não acho que esses trabalhos tão cheios de importância tenham todo esse destaque dentro desses clubes. Mas esse é mais um mistério da indecifrável raça humana. Mas chega desse tema, que já deu mais do que já tinha que dar. Enquanto isso eu sigo lendo o meu Cervantes, que me parece num nível beeem superior.
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Letras e Artes e estágios
Com todos alimentados, finalmente pudemos seguir com a programação. Era a hora da homenagem a um grande poeta paraibano, que escreveu três livros e ficou conhecido como o Poeta das Gardênias, William Ferrer, que não tem (nem terá) verbete na wikipedia. Foi mais ou menos nessa hora que eu descobri que a grande virtude desse poeta, além de cantar as noites e as gardênias, foi dirigir a Academia de Letras e Arte do Nordeste. Descobri também que estavam presentes vários poetas e escritores dessa academia. Mas o que me deixou surpreso foi a existência dela.
Só contando com membros esquecidos e que comemoram a venda de 1.000 livros após uns 10 anos de publicação, a academia apenas serve de clube da terceira idade para quem escreveu um diário ou algum garrancho na parte de trás do caderno. Ainda bem que saí correndo de lá antes de encontrar alguém que tivesse um blog. Minha mente pura não consegue imaginar o quão hediondos devem blogs de escritores completamente obscuros e nordestinos.
...
Enquanto pesquisava algo sobre a existência dessa academia para fazer a matéria ter mais de 3 linhas, acabei descobrindo que ela não é um caso ímpar. Parece que todas as cidades têm clubes de terceira idade para esses velhos escritores. Ainda bem que eles só mantém isso para eles. Ia ser ruim se o governo os descobrisse e forçasse nossa pobre juventude a conhecê-los.
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
Casablanca
God Damn it, parece que tudo isso e muito mais vai ser verdade pelas bandas de lá. Já ouço a trilha sonora, o cheiro de incenso e um preto-e-branco fake. Bem que poderiam deixar os clássicos como clássicos; intocáveis.
Fonte:
http://cinema.uol.com.br/ultnot/2007/08/08/ult26u24594.jhtm
quarta-feira, 25 de julho de 2007
Obrigado, jeeves!
segunda-feira, 23 de julho de 2007
Ditado de minha avó proibido por lei
Confesso que nunca vou entender, mas que é proibido, é. Agradeço ao Spike Lee com seu 'Do the Right Thing' por me lembrar dessas coisas que estavam num passado remoto.
domingo, 15 de julho de 2007
Retrato de Dorian Gray
terça-feira, 10 de julho de 2007
Quem é John Galt?
Isso são as caricaturas dos personagens. Existem três modelos nessa obra: os fodas (são bons em tudo e mantém o mundo funcionando por milagre), os médios (são bons, mas não o suficiente para manter o mundo funcionando) e por fim os saqueadores (que são gordos, feios, moralmente errados, preguiçosos, violentos, medrosos, e blá blá blá). Isso realmente vai cansando no decorrer da história de tal forma que qualquer personagem diferenciado que apareça nos atrai.
Isso é o mendigo que representa o ápice do livro. As vinte páginas dedicadas a esse personagem já dariam um livro, além de ser um dos melhores discursos. É genial. Ele salva o livro de um quase fracasso. Além disso, é um dos poucos discursos que surgem na hora correta. Ayn Rand parece gostar de discurso e os coloca nos lugares mais indevidos, como numa festa de ricaços ou em uma rádio.
domingo, 8 de julho de 2007
Lição de Jornalismo da Band
“O que o senhor achou na escalação do Corinthians?”
“O senhor acha que o Corinthians se preparou bem para a séria A deste ano?”
“O que você pensa do Corinthians?”
“Você acha que o Corinthians deve querer o Carlos Alberto de volta?”
“Depois de duas derrotas consecutivas, o senhor considera o Corinthians em crise?”
“O senhor acha que bastaria o Corinthians para o Brasil vencer o Pan?”
"O senhor acha que o Corinthians pode chegar ao mundial deste ano?"
“Como você assiste aos jogos do Corinthians?”
quarta-feira, 27 de junho de 2007
Atendendo a sugestões...
Wish me luck, pals!
sábado, 9 de junho de 2007
Direito de Resposta
Para começar, vamos em cima do estilo. Piratas do Caribe é um filme de humor ou fantasia infanto-juvenil, certo?
Errado. Ele é de um gênero bastante conhecido de filmes, mas pouco famoso como gênero: Swashbuckler. A wikipedia tem um explicação legal ao termo como também uma lista de personagens famosos e autores famosos dentro desse estilo.
Jack Sparrow não é um gênio do humor, mas ele interpreta perfeitamente um Swashbuckler. Alguém que enrola mais do que briga. Que se acha o tal mesmo sem fazer nada de espetacular. E que abusa da boa vontade de todos para continuar vivo. Vamos dizer que só faltou o "buckler" (um pequeno escudo redondo que era fixado no ante-braço oposto ao da espada) para ele ficar completo. Levando em consideração isso: sim, Jack Sparrow é genial, como também o são alguns outros personagens do filme.
Mas vá lá. Ele pode não ter um enredo tão bom assim. E também procuro entender até agora porque precisavam do sangue do cara para quebrar a maldição, no primeiro. Mas deixando isso de lado, dá até para achá-lo um bom filme. Se não, pelo menos um verdadeiro filme de Swashbucklers.
